Resenha a noção de cultura nos estudos sociais
Por: Luciana Ruiz de Vilhena • 16/5/2017 • Resenha • 1.000 Palavras (4 Páginas) • 870 Visualizações
Resenha
CUCHE, Denys. A noção de cultura nas Ciências Sociais. Bauru: Edusc. Cap. 2 e 4.
Capítulo 2:
Tema: A Invenção do Conceito Científico de Cultura
No século XIX houve reflexões a respeito do homem e a sociedade o que resultou na sociologia e etnologia como disciplinas. A etnologia trata sobre a especificidade humana, mas é algo que encontra entraves já que é difícil delimitar a especificidade dos homens com tamanha diversidades dos povos e costumes distintos. Os etnólogos exploraram dois caminhos: um que tem enfoque na unidade e reduz a diversidade; e o outro, dá muita importância à diversidade.
Assim a cultura se mostra como instrumento para pensar a diversidade, mas ainda sendo pensada de forma normativa.
Burnett Tylor redige a primeira definição de cultura: Cultura e civilização, são conjunto complexo que inclui conhecimento, crenças, artes, costumes do homem membro da sociedade.
A cultura é adquirida e não depende de hereditariedade. Ela muitas vezes é adquirida até de forma inconsciente.
Para Tylor, através de uma visão de sua época, a civilização é diferente de cultura, a primeira está ligada ao âmbito material e a última tem uma definição mais neutra que permite pensar em toda a humanidade.
Após uma temporada no México, Tylor elaborou um método da evolução da cultura, que tem o estudo das sobrevivências, como forma possível de se retornar ao conjunto original. Faz um estudo de culturas singulares como se fossem estágios de uma evolução da cultura.
Franz Boas, por sua vez, fez observação direta e prolongada das culturas primitivas. Tylor foi fundador da antropologia britânica e Boas inventor da etnografia. Boas era sensível à questão do racismo e queria desmontar a noção de raça e foi um dos primeiros a abandonar esse conceito; acreditava que a diferença entre humanos é cultural e não racial. As pretensas raças não é um conceito estável e/ou imutável. Por outro lado, Boas vai contra a ligação de traços físicos e mentais, diz que não há diferença biológica entre os primitivos e os civilizados. Ele é inventor do método monográfico em antropologia, que incentiva a falar a língua do estudado, anotar tudo e fazer o máximo para extrair conversas espontâneas.
A Boas também se deve o conceito antropológico do "relativismo cultural", afim de evitar o etnocentrismo no estudo de uma cultura e a comparação precipitada com outras. Para ele cada cultura representa uma totalidade singular.
No fim de sua vida, Boas insistia no princípio ético que afirma a dignidade de cada cultura e a tolerância com as outras. Diz que a cultura tem o direito à estima e à proteção, se estiver ameaçada.
A palavra etnocentrismo foi criada pelo sociólogo americano Willian G. Summer, na qual acredita que nosso próprio grupo é centro de tudo e todos os outros grupos são avaliados em relação a ele. Assim, o etnocentrismo pode gerar a intolerância cultural, religiosa e até política. Em ruptura com esse pensamento, a antropologia cultural introduz a ideia de relatividade entre as culturas e de sua impossível hierarquização.
Na França, no século XIX, era utilizado o termo cultura ainda muito atrelado ao termo civilização e a elite. Emile Durkheim é a fundador da antropologia francesa. Durkheim não utilizava quase nunca o conceito de cultura, usava sim o termo civilização. Para ele, não havia dúvida que a humanidade é uma e que os primitivos são perfeitamente aptos para o pensamento lógico. Durkheim afirmava e que existe em todas as sociedades uma consciência coletiva.a prioridade da sociedade sobre o indivíduo.
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