SIMEL CONTRIBUIÇÕES PARA AS CIÊNCIAS SOCIAIS
Por: 080875 • 25/5/2020 • Trabalho acadêmico • 2.694 Palavras (11 Páginas) • 134 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
Carla Edieni da Silva Alves
Anápolis-2017
Anápolis-2017
Sumário
1 – Urbanização em Ouro Preto e Mariana ___________________________04
2 – O Barroco de Aleijadinho ______________________________________05
3 – Cultura material de Ouro Preto e Mariana _________________________10
4 – Referências ________________________________________________ 11
Resumo
O presente relatório tem o objetivo de disponibilizar dados sobre a diferença de urbanização na região de Mariana e Ouro preto, o Barroco de Aleijadinho e a importância da Cultura material. As cidades foco desse relatório são cidades históricas que trazem em suas ruas e monumentos as lembranças da imponência da época áurea da mineração em Minas Gerais no século XVIII. A partir da riqueza que as cidades apresentam é possível observar as características de uma sociedade colonial que cada vez mais buscava implantar na colônia elementos da cultura europeia.
Palavras chaves: Barroco, Ouro Preto, Aleijadinho
1.Urbanização Ouro Preto e Mariana
A arte barroca de Ouro Preto é tombada como “cidade monumento mundial”, já Mariana é a primeira capital das Minas. Cidades históricas que trazem em suas ruas e monumentos as lembranças da imponência da época áurea da mineração em Minas Gerais no século XVIII.
Em relatório enviado ao Concílio de Trento em 1757, o Dom Frei Manuel da Cruz, primeiro prelado marianense, compara Minas Gerais, as maiores cidades do orbe, no que diz respeito à diversificação dos vícios. (VILLALTA, s.d.: 76). Tal comparação se dá e se relaciona sobretudo, à ambição provocada pela sede de ouro. Luiz Carlos Villalta (s.d.: 76) diz que em função das tensões resultantes do conflito entre a sociedade mineradores, os portugueses e a Igreja, surge uma peculiar situação que culminará na organização das vilas em um espaço de punição dos sediciosos e das penitências aplicadas nas Igrejas.
Os grupos sociais, por seu turno apropriaram-se do espaço de uma forma complexa, empregando-se para ritualizar as hierarquias sociais ou para fixar o lugar que cada qual presumia ocupar no interior destas; a paisagem urbana converteu-se, assim, em palco de disputa e de ostentação social e, ao mesmo tempo, de canalização das tensões. (VILLALTA, s.d.: 76).
Isso proporcionou a construção de diversas igrejas, e em todos os locais possíveis, como em colinas e meia-encostas, sempre em uma busca intensa pela valorização das “aparências”. Desse modo, na rua, observam-se casas com fachadas muito ornamentadas e, ao mesmo tempo, festas, procissões, indumentárias requintadas, falares bonitos [...] (VILLALTA, s.d.: 77).
Essa maximização das aparências e da hierarquização da sociedade se torna ainda mais evidente na antiga Vila Rica, hoje Ouro Preto, que conta com mais de duas dezenas de igrejas. No caso de Mariana, há até as construções de igrejas uma de frente a outra. Entretanto, em relação à Mariana as configurações da cidade se diferenciam em relação à Ouro Preto, sobretudo, pela mudança da configuração da antiga capital.
Isso se deu ainda no período da mineração, no qual a cidade que se desenvolvia nas encostas, teve sua urbanização direcionada para a uma vasta planície, ainda que, com a expansão, a cidade tenha se estendido pelas encostas da região. No caso de Ouro Preto a situação se inverte. Por estar situada em uma região extremamente acidentada e por ter concentrado a maior boa parte da exploração mineratória, Ouro Preto tem monumentos e construções em todas as depressões e encostas possíveis. O requinte e a beleza da arquitetura dos monumentos da barroca cidade, dão a dimensão da valorização dessas “aparências” no território de Ouro Preto.
2 - ALEIJADINHO
Aleijadinho (Antônio Francisco Lisboa) nasceu em Vila Rica no ano de 1730 (não há registros oficiais sobre esta data). Era filho de uma escrava com um arquiteto português, também foi um artista notável, futuramente se tornaria mestre da maior referência da arte colonial brasileira. Iniciou sua vida artística ainda na infância, observando o trabalho de seu pai que também era entalhador. Mas apesar da influência dos artistas português, a formação dos artistas de Minas, foi o que decidiu os rumos novos e originais da arte barroca colonial.
Por volta de 40 anos de idade, começa a desenvolver uma doença degenerativa nas articulações. Não se sabe exatamente qual foi a doença, mas provavelmente pode ter sido hanseníase ou alguma doença reumática. Aos poucos, foi perdendo os movimentos dos pés e mãos. Pedia a um ajudante para amarrar as ferramentas em seus punhos para poder esculpir e entalhar. Demonstra um esforço fora do comum para continuar com sua arte. Mesmo com todas as limitações, continua trabalhando na construção de igrejas e altares nas cidades de Minas Gerais.
Na fase anterior a doença, suas obras são marcadas pelo equilíbrio, harmonia e serenidade. São desta época a Igreja São Francisco de Assis, Igreja Nossa Senhora das Mercês e Perdões (as duas na cidade de Ouro Preto). Já com a doença, Aleijadinho começa a dar um tom mais expressionista às suas obras de arte.
Barroco Mineiro é a denominação genérica dada as artes que floresceram em Minas Gerais no século XVIII. O Barroco passou por mudanças substanciais em Minas Gerais, a partir de 1760, aproximadamente, ele já tinha evoluído para uma combinação com o Rococó (estilo que predominou nas talhas de Aleijadinho). Foi herdado da França caracterizando-se pelas curvas mais livres e pela estilização mais requintada em forma de conchas (rocailles), flores, laços e folhagens.
Ao ser fundado uma espécie de Liceu em Ouro preto em 1749 um tipo de escola de artes sem fins lucrativos dirigido pelo engenheiro, arquiteto e frei Gaspar de Santa Teresa que, ensina entre outras coisas a arte de pintura e escultura e figurava entre seus alunos o artista depois famoso Aleijadinho. Segundo Dutra Morais essa informação demonstra que aleijadinho não foi autodidata. (DUTRA MORAIS apud, SILVA, 1991, p.25).
Na evolução do barroco mineiro durante longo tempo foram trabalhados apenas a madeira e o barro para a construção das paredes de taipas e adobe. Depois surgiu a construção de alvenaria, mais sólida, enquanto a escultura encontrava sua matéria na pedra sabão. João Gomes Batista foi o principal mestre do Aleijadinho e percebeu cedo o talento. Para o escritor Mario de Andrade aleijadinho “foi o maior gênio artístico que o Brasil já produziu até hoje” (SILVA, 1991, P.73)
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