A ARQUITETURA E O TRATAMENTO TERAPÊUTICO NAS CT's
Por: silvaerik321654 • 24/3/2019 • Artigo • 661 Palavras (3 Páginas) • 219 Visualizações
A ARQUITETURA E O TRATAMENTO TERAPÊUTICO NAS CTs
A medicina moderna tem buscado se integrar a outras áreas do conhecimento objetivando o melhoramento das práticas medicas e terapêuticas já existentes. Uma das áreas que vem contribuindo nos últimos anos para o aprimoramento dos dispositivos médicos é a arquitetura, visando desenvolver ambientes físicos que possam auxiliar no processo da cura e até mesmo proporcionar aos enfermos condições ambientais favoráveis a sua recuperação.
Durante toda a Antiguidade Clássica e Idade Medieval os hospitais eram vistos pela população como grandes cemitérios fechados. Visto que, a maior parte das enfermidades, por serem desconhecidas cientificamente, eram tratadas a partir do isolamento total do doente, buscando desse modo evitar a proliferação epidêmica dos não doentes. Desse modo, a preocupação estava mais pautada em confinar os doentes do que realmente trata-los (MIQUELIN, 1992). A arquitetura hospitalar do período pode facilmente ser comparada a fortificações ou prisões, tais edifícios visavam sempre o confinamento do adoentado, menosprezando o conforto ambiental, bem-estar dos pacientes ou até mesmo a salubridade do local.
Na Era Moderna, novos contornos foram empregados à arquitetura hospitalar. O hospital passa a ser entendido como o local destinado e apropriado ao tratamento e a cura dos enfermos.
O hospital como instrumento terapêutico é uma invenção relativamente nova, que data do final do século XVIII. A consciência de que o hospital pode e deve ser um instrumento destinado a curar aparece claramente em torno de 1780 e é assinalada por uma nova prática: a visita e a observação sistemática e comparada dos hospitais (Foucault, 1989, p.99).
No entanto, o conforto ambiental inexistente, a má distribuição dos ambientes, a falta de ventilação, aliados a superlotação, trás novamente velhos questionamentos desenvolvidos pela população usuária do serviço. A partir de tais questionamentos o conhecimento arquitetônico passa a ser indispensável para o desenvolvimento de projetos ligados a área hospitalar, aprimorando o ambiente e conduzindo o paciente a ter comportamentos favoráveis a sua recuperação.
Nesse sentido, esse subcapítulo buscará investigar a importância da arquitetura no aperfeiçoamento das práticas terapêuticas de cura. Para ser mais especifico, buscaremos demonstrar como o projeto arquitetônico pode influenciar o comportamento dos indivíduos em tratamento nas CTs. Para o desenvolvimento dessa explanação utilizaremos como principais fonte bibliográfica as obras: O Panóptico de Jeremy Bentham e Vigiar e Punir de Michel Foucault. Sem mais delongas, buscaremos evidenciar como a arquitetura aliada a um modelo de vigilância pode auxiliar no processo de tratamento de dependentes químicos em CTs.
No decorrer da história da humanidade a arquitetura tem sido utilizada em múltiplas ocasiões como mecanismo para o desenvolvimento de determinados comportamentos humanos. Seja ela utilizada com o propósito de vigiar, punir, educar, disciplinar, curar e até mesmo reformar o sujeito. O projeto mais conhecido sobre a temática foi caracterizado na obra de Jeremy Bentham, escrita ainda no século XVIII, intitulada O Panóptico. Nessa obra Bentham desenvolve um moderno sistema de vigilância, para ser aplicado ao sistema penitenciário britânico, utilizando como base a disposição arquitetônica dos ambientes como dispositivo de vigilância.
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