A Atuação Pedagógica Inclusiva Do Professor Na Educação básica
Trabalho Universitário: A Atuação Pedagógica Inclusiva Do Professor Na Educação básica. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: JB61 • 25/10/2014 • 1.143 Palavras (5 Páginas) • 472 Visualizações
1. INTRODUÇÃO
Neste trabalho, vamos analisar o caso da professora Hellen Beatriz Figueiredo, da rede pública municipal de São Paulo, e de seu aluno autista Matheus Santana da Silva.
Quando Matheus foi matriculado na 1ª série, como aluno de Hellen, a professora não tinha nenhuma experiência com autistas. Ela conta que no início teve vontade de abandonar a escola, ou de dizer simplesmente que o aluno não tinha condições de acompanhar a turma. Esse tipo de recusa ainda era aceitável naquela época. Mas Hellen decidiu não fugir do desafio.
O caminho não foi nada fácil para a professora. Matheus era agressivo, agitado, e não queria ficar na sala. Ele tinha então sete anos completos, e só falava o próprio nome. Com muita determinação, e fazendo uso de sua intuição e vocação para educadora, Hellen foi traçando estratégias para que Matheus aprendesse e participasse.
Uma das primeiras ações de Hellen foi aprender mais sobre o autismo, a fim de entender as dificuldades e limitações de Matheus. E foi com o próprio Matheus que ela mais aprendeu. Ela observou, por exemplo, que o menino não usava palavras que expressavam sentimentos. Concluiu que era porque ele não entendia bem o significado dessas palavras. Hellen havia aprendido que os autistas têm dificuldade em lidar com as emoções. Percebeu então que já tinha por onde começar. Hellen pediu aos outros alunos que sempre expressassem com clareza seus sentimentos, e que explicassem para Matheus o significado do que eles estavam sentindo. Os resultados foram surpreendentes. Matheus logo entendeu o significado dos sentimentos, e como lidar com eles.
Hellen percebeu também que Matheus era muito pragmático, e que precisava colocar em prática tudo o que aprendia, a fim de dar um sentido às coisas. Depois de aprender para que serviam os sentimentos, Matheus começou a
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aprender a função de cada coisa, inclusive dos conhecimentos que compunham o
conteúdo curricular. Hellen viu que assim o menino os valorizava, pois via neles uma finalidade.
Logo, a aptidão de Matheus para a matemática começou a despontar. Ao perceber como ele ficava à vontade com os números, Ellen tratou de ampliar o foco nesta área do conhecimento, procurando usar com Matheus uma linguagem que lhe fosse mais confortável e, ao mesmo tempo, lógica.
Foi usando a noção de espaço, por exemplo, que Hellen conseguiu fazer com que Matheus controlasse o tamanho da sua letra. A professora o desafiou a escrever em pedaços cada vez menores de papel, até que Matheus conseguisse assentar sua caligrafia entre duas linhas.
E assim, de passo em passo, lançando mão de recursos criativos, baseados na própria intuição e na observação do progresso do aluno, Hellen não deixou Matheus ficar para trás.
2. DESENVOLVIMENTO
Propomos agora uma reflexão sobre os artigos “Os desafios da educação inclusiva”, de Daniela Alonso, e “Criança autista na escola: reflexões sobre o vínculo com o professor”, de Sandra Oesterreich.
O artigo de Daniela Alonso nos explica que atualmente temos somente um tipo de escola, a escola regular, que acolhe todos os alunos, inclusive os que têm necessidades especiais, eliminando-se assim a segregação dessas pessoas. A opção por este sistema se baseia na idéia de que a educação é um direito de todos, e o respeito aos direitos humanos é o primeiro passo para a cidadania.
A idéia é praticar, na escola regular, uma educação inclusiva, o que significa considerar que todos temos necessidades especiais em algum momento da vida escolar. Assim, deixamos de ver as diferenças como problemas, e
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passamos a vê-las como diversidade, dando ênfase às competências, capacidades e potencialidades de cada aluno, como a Hellen fez com o Matheus.
O artigo “Criança autista na escola: reflexões sobre o vínculo com o professor”, de Sandra Oesterreich, nos dá uma visão do que é o autismo infantil, e de seus reflexos sobre os aspectos comportamentais e emocionais da criança. Através deste artigo, entendemos que o aspecto que mais interfere no desenvolvimento cognitivo e social da criança portadora dessa síndrome é justamente sua dificuldade de interação com o meio. Sob este prisma, passa a ser de fundamental importância o papel do professor no processo de inclusão da criança, como mediador das relações da criança com o contexto escolar. Cabe ao professor assumir o papel de outro social para a criança autista, a fim de conseguir estabelecer um vínculo entre a criança e a escola. Para tanto, o professor precisa se valer de
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