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A Dinâmica do Capitalismo

Por:   •  28/3/2022  •  Resenha  •  2.056 Palavras (9 Páginas)  •  432 Visualizações

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Resumo de História Econômica Geral

Discente: Jonatas Cordoba Rodrigues

Registro Acadêmico: 2021.1.24.054

Obra escolhida: A Dinâmica do Capitalismo - Fernand Braudel

O início da obra de Fernand Braudel deu-se em 1950, quando esteve envolvido em suas obras ``Civilisation Matérielle” e “Economie et Capitalisme'', abordando assuntos que envolviam o campo econômico e histórico. Ao mesmo tempo, destaca o convite recebido , por Lucien Febre, para contribuir com a coletânea de história geral proposta pelo segundo escritor. Ao expressar a sua opinião acerca deste campo, ele afirma que a economia, em si, não existe, pois há grandes dificuldades em sua definição, o que impacta na historiografia junto a incorporação de outras ciências que envolvem o campo antropológico. Outra característica pontuada pelo autor, é que em sua visão a história econômica não é algo nobre, mas permanece sendo aquela responsável por explicitar a história geral dos homens, sob uma ótica parcial, através dos grandes acontecimentos, crises econômicas e sociais e a parte de construção estrutural. Ainda assim, Fernand afirma existir certa dificuldade para explicar a dinâmica do capitalismo devido a grande quantia de fatos ocorridos ao longo da humanidade, levando-o a escolher os “equilíbrios e desequilíbrios a longo prazo”.

O primeiro fato pontuado por Braudel, é sobre a economia pré-industrial, com propriedades elementares, com movimentos limitados e minoritários, mas que de alguma forma possibilita a sobrevivência destes. E, de outro lado, a população camponesa é vista em suas aldeias vivendo sob um sistema quase autônomo. Trata-se deste período como o século XV, a partir de 1450, em que o Ocidente, em específico a Europa era marcada pelas más condições de higiene - estado sanitário precário, o que permitiu a expansão de doenças venéreas como tifo, varíola e tuberculose, o que não permitia a expansão populacional e aumentava a mortalidade infantil. Vale ressaltar que nesta época ocorreu a Peste Negra e os casos explodiram junto ao descobrimento da América. Outra importante característica, é que com a economia agrícola, não havia um equilíbrio entre a produção e o consumo, ocasionando grande desperdício de manufaturas.

Na sociedade pré-industrial, teve o início da inserção da economia de mercado como o modelo a ser seguido, utilizando a moeda como método rápido de realizar trocas, junção de burgos e cidades para controle das produções e avanço para a modernidade, afinal, de acordo com Fernand, se tratando de vida material e técnicas, a população tem propensão a se adaptarem ao novo para seguirem com vida. Por exemplo, a técnica desenvolvida na Europa para criação de gado, do Brasil em cultivar o trigo e outras práticas. É importante ressaltar que, a população enfrentava questões como fome, escassez, doenças e outros, o que fazia com que a medicina buscasse meios de erradicar essas questões e junto a sua evolução. Outro ponto a ser destacado é que a economia passou a ser dividida em registro superior, que envolvia a bolsa e feiras e o registro inferior que envolvia o comércio e artesanato. Com a evolução da economia de mercado, as feiras passaram a declinar, pois foram criadas para ativar as transações tradicionais pela outorga de vantagens fiscais, entre outras, elas perdem sua razão de ser em período de trocas e de crédito fáceis (ofertados pela bolsa). Entretanto, se elas começam declinando onde a vida se precipita, mantêm-se e prosperam onde perduram ainda economias tradicionais. Em resumo, a economia europeia teve destaque, em relação ao resto do mundo, o encontro de todos os mecanismos e artifícios da troca, desenvolvidos e utilizados em graus diversos.

No segundo capítulo, denominado “Jogo de Trocas”, a diferença entre o capitalismo e economia de mercado, ainda existentes, é destacado e tarjados como o grupo minoritário até o século XVIII. O segundo grupo é colocado em um grupo primacial, sendo privilegiada enquanto há a valorização da relação consumo x produção, que na visão de Braudel, é algo perigoso, pois neste ato não é considerado os riscos do mesmo. Simultaneamente, quanto a política econômica, esta repercute as medidas tomadas, como a prática o mostra todos os dias. De modo que se acabou por crer, com razão ou sem ela, que as trocas têm, em si mesmas, um papel decisivo, equilibrador, que elas igualam pela concorrência os desnivelamentos, ajustam a oferta e a demanda, ou seja, “a mão invisível" de Adam Smith - um mercado regulador.

Ainda não era possível usar a palavra “capitalismo” neste contexto, por esta ser uma palavra ambígua para definir as atividades econômicas daquela época, pois este passou a ser usado somente no século XX, mais especificamente após a Revolução Industrial. Quando fala-se “capital”, refere se a algo tangível e massa de meios facilmente identificáveis, enquanto “capitalista” é o homem que preside ou procura presidir à inserção do capital no processo incessante de produção a que todas as sociedades estão condenadas e “capitalismo” é a forma como conduz esse jogo de inserção. Retornando às propriedades do capital, ressalta-se que este não refere-se somente ao acúmulo de dinheiro, mas também os resultados utilizáveis obtidos através das práticas aplicadas por este meio econômico. A princípio, a economia de mercado pode ser diferenciada devido às trocas transparentes entre os três agentes de vendas (produtor, comprador e consumidor) enquanto aquelas ofertadas no modo capitalista não são controladas, fugindo a transparência, desenhando uma esfera de circulação da mercadoria. Assim, as extensas cadeias mercantis estendem-se entre a produção e o consumo e foi certamente a sua eficácia que as impôs, em especial para o abastecimento das grandes cidades. O mercado está dividido em duas partes, a interna que é baseada no valor de uso (necessidade daquilo) e o mercado público que visa lucro, assim, o mundo da mercadoria ou da troca encontra-se estritamente hierarquizado.

A divisão do trabalho teve início neste período, que permite o forte avanço da economia de mercado devido a maior capacitação e feito dos trabalhadores. Para o escritor da obra em questão, o processo de fragmentação das funções mostra que o comerciante não se especializa porque nenhum ramo ao seu alcance é suficientemente nutrido para absorver toda sua atividade. Acredita-se com frequência que o capitalismo era modesto por falta de capitais, que tinha primeiro de acumular por muito tempo, para só depois deslanchar, ele muda com tanta frequência de atividade e porque

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