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A Redação Ciência Sociais

Por:   •  12/5/2023  •  Resenha  •  1.751 Palavras (8 Páginas)  •  84 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS, EDUCAÇÃO E ZOOTECNIA.

COLEGIADO DE SERVIÇO SOCIAL.

REDAÇÃO: SERVIÇO SOCIAL: IDENTIDADE E ALIENAÇÃO, DE Mª LÚCIA MARTINELLI.

PARINTINS - AM

2023

LILIAN BARBOSA MARQUES.

REDAÇÃO: SERVIÇO SOCIAL: IDENTIDADE E ALIENAÇÃO, DE Mª LÚCIA MARTINELLI.

Redações para obtenção de nota na disciplina de Pesquisa em Serviço Social, ministrada pela Profª.: Dra. Sandra Helena.

PARINTINS – AM

2023

REDAÇÃO

SERVIÇO SOCIAL: IDENTIDADE E ALIENAÇÃO, DE Mª LÚCIA MARTINELLI.

Referencia: MARTINELLI, Maria Lúcia. Serviço Social: identidade e alienação. – 11 ed. – São Paulo: Cortez, 2007.

O livro de Serviço Social: identidade e alienação mostra perfeitamente a trajetória da profissão do inicio até atualidade. Destacando a rica história que profissão contém em suas origens, de maneira que poucas possuem um “arsenal” tão grande e complexo de fatos e motivos que levaram a sua criação. Trata-se, então, de uma profissão que está historicamente situada e principalmente criada para atender a uma forte demanda da época: para aproximar os antagonismos, para diminuir as cisões e as lacunas sociais, para aproximar as classes e buscar sempre o acesso aos direitos. Mostra ainda todo o percurso feito pelo capitalismo e seu incrível modo de produção, que não mediu esforços e não poupou sequer a humanidade exclusiva do ser humano, e expandiu-se exageradamente, reconhecendo-se também ser o Serviço Social, senão uma de suas profissões, mas, no mínimo fruto de suas estratégias para encobrir a face do pauperismo e da ‘questão social’. Usando de ideologias, e tantos outros recursos, invadiu a sociedade, criou sociedades novas e dilacerou até a convivência familiar, porém, não deixou de se expandir e, juntamente com seu progresso causou miserabilidades ferrenhas e desumanas, precisando recorrer ao Estado a ações assistenciais para tentar suprir suas profundas marcas de exploração e alienação feitas na estrutura social.

Na primeira parte do livro “Serviço Social: a ilusão de servir”, a autora trata sobre como compreender o capitalismo e como é preciso trilhar por pelo menos três vertentes estudadas por Dobb (1983). A primeira é a proposta por Werner Sombart (1863-1941), considera que o Capitalismo em uma visão idealista é criação do “espírito capitalista” em épocas diferentes, onde ocorrem atitudes econômicas diferentes. A segunda concepção é assegurada pela Escola Histórica Alemã e entende que o Capitalismo surgiu como uma forma de organização da produção, que se move entre mercado e lucro. A terceira advém do pensamento de Karl Marx, o capital é entendido como uma relação social e o Capitalismo um determinado modo de produção, onde há a dominação do processo de produção pelo capital. O capitalismo foi marcado pela predominância e o uso da propriedade privada assim como a dos meios de produção e a exploração de uma classe sobre a outra, nas transformações no âmbito social, levando a ruptura entre as classes e gerando a divisão do trabalho. No período do monopólio a burguesia teve o domínio econômico, social, politico e o estado.  Durante o século XVIII o capitalismo dominou os grandes efeitos produzidos pela Revolução Industrial, porem nesse mesmo período os operários ainda não organizados para combater de maneira forte e homogênea o capitalismo explorador.  No século XIX, o avanço da indústria e do mercado precisou de uma forte demanda de mão-de-obra. Porem com o avanço do mercado a exploração sobre o trabalhador “submetido ao controle e ao mando do dono do capital, o trabalhador sofria dupla violência: além de separado de sua força de trabalho, era reduzido à condição de mero acessório da máquina” (MARTINELLI, 2007, p. 40). Do mesmo modo que o capital crescia, também se a expandia população operária, alargando a base da pirâmide social.

No final do século XVII na Europa, aconteceram as primeiras revoltas contra a máquina. Enquanto o Estado promulgava leis para punir quem atentasse contra as máquinas ou as fábricas. Os trabalhadores através de manifestações em massa estabeleceram novas bases de lutas. “No final da primeira década de 1800 (...), já se podia reconhecer certa identidade de classe entre os trabalhadores, construída a partir de interesses comuns e apoiada em uma consciência social” (MARTINELLI, 2007, p. 46). Os trabalhadores tinham duas possibilidades de organização: o cooperativismo e o sindicalismo. O sindicato se intencionou quando o Parlamento exonerou leis que impediam os proletários de formar “associações”.  As manifestações contribuíram bastante para a evolução da classe operária. Representavam “mais do que formas de resistência, as manifestações vinham progressivamente constituindo estratégias de dissolução da sociedade de classes produzida pelo capitalismo” (MARTINELLI, 2007, p. 49). A estratégia dos burgueses era proclamar a “liberdade” de trabalho e religiosa para os operários, isso para “fortalecer o tráfico mercantil que caracterizava o modo de produção capitalista” (MARTINELLI, 2007, p. 56). Nessa época só encontrava duas alternativas: ou se mercantilizava ou se tornava ‘coisa pública’, não cidadão. Para ser socorrido pela assistência pública era preciso reconhecer-se como dependente do poder público e ser assim inserido num sistema de normas e regulamentos severos e desumanos. Através do Serviço Social, a burgueses buscavam meios de esconder às mazelas sociais, os antagonismos, a face da exploração, da opressão e do aumento da pobreza e da miserabilidade. “A origem do Serviço Social como profissão tem, pois, a marca profunda do capitalismo e do conjunto de variações que a ele estão subjacente – alienação, contradição, antagonismos – pois foi neste vasto caudal que ele foi engendrado e desenvolvido” (MARTINELLI, 2007, p. 66). O Serviço Social era, então, mais um instrumento da burguesia, que consolidando sua identidade, buscava apaziguar as possíveis manifestações individuais e coletivas e assim manter a ordem.

Na segunda parte do livro, a autora trata sobre as crises cíclicas do Capitalismo criaram muitos outros problemas, especialmente de cunho social, tais como a hipertrofia da mão-de-obra e o exército industrial de reserva, assim como miserabilidade ferrenha. Em situações razoáveis, a mortalidade de adultos e crianças chegava a atingir 20% da população operária. Era, portanto, o mais cruel avesso do lucro e do progresso dos Capitalistas. A exploração do capitalismo sobre cada trabalhador individual que os levou a dar-se conta da rede de relações na qual estavam inseridos e buscaram assim formar a coletividade. Para isso era necessário se desamarrar das ilusões criadas pelo Capitalismo, assim como se inserir no contexto das discussões políticas da época. Os simples movimentos de classes passaram a serem movimentos políticos de classe, tendo como cenário algo além da indústria, a sociedade. “Foram, porém, os movimentos associativos, a prática sindical, os movimentos sociais, que tornaram possível a marcha ascendente de sua consciência em direção à classe política e a luta de classes” (MARTINELLI, 2007, p. 74).  Além de tudo isso, o modo de produção vigente (que queria o máximo de lucros) exauria as forças dos trabalhadores, de maneira que a grande quantidade de mão-de-obra excedente era melhor ainda, para substituir àqueles que haviam sido ‘sugados’ pelo dispêndio exagerado da força de trabalho e precisavam ser substituídos. Na Europa, “havia uma grande massa de camponeses empobrecidos, vagando (...), entre a revolta e a submissão” (MARTINELLI, 2007, p. 78). Essa miserabilidade generalizada ‘envergonhava’ a classe burguesa, assim como o auge e o progresso do capitalismo, a face dos antagonismos era bastante visível e era preciso fazer algo, ao menos, para encobrir.

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