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A SOCIOLOGIA

Por:   •  4/6/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.387 Palavras (6 Páginas)  •  120 Visualizações

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  1. INTRODUÇÃO

Se procurarmos o significado da palavra disciplina veremos que, em seu sentido etimológico, ele se associa à ideia de educar, instruir, aplicar e fundamentar princípios morais. Assim, seu antônimo, indisciplina, seria todo ato que expressa desobediência e leva à desordem, à rebelião.

No ambiente escolar é imposta a toda organização a disciplina, afim de que seja padronizado o comportamento de todos ali presentes para que haja um bom funcionamento da mesma.

É frequente ouvirmos reclamações sobre a indisciplina dentro de sala de aula, mas dificilmente nos questionamos o motivo dessa indisciplina e quais as possíveis causas para esse tipo de comportamento.

A indisciplina pode sinalizar o descontentamento com a metodologia do educador, com o espaço escolar e com a maneira como seu saber é ignorado pela escola.

Em muitos casos, o ambiente no qual o aluno está incluído no seu cotidiano implica no seu comportamento nos outros ambientes em que está presente. Para esses alunos, em especial, deve-se trabalhar o tema da indisciplina de forma diferente, tal que ele consiga compreender que para a convivência em sociedade é necessário regras e disciplinas.

  1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
  1. Educação Para Durkheim

Segundo a sociologia de Durkheim, o homem cria a sociedade e é influenciado por ela, gerando assim o “Reino Moral”, que é, simplesmente, onde são definidos os “Fenômenos Morais” ― “ideias” ou “ideais” criadas pelo coletivo, como a religião, a moral, o direito, a economia ou a educação.

Nas “ideias” ou “ideais” referentes à educação encontramos o poder do mestre. O uso deste poder faz do mestre a autoridade dentro da sala de aula, repreendendo quando necessário e criando uma relação onde o professor é superior aos alunos. O uso excessivo e desequilibrado deste poder acarreta uma “violência pedagógica”, onde Durkheim assimila o relacionamento mestre-aluno como colonizador-colonizado.

Esse abuso de poder por parte do mestre, pode gerar uma insatisfação entre seus alunos, ocasionando um mau comportamento, ou seja, a indisciplina.

  1. Disciplina Para Durkheim

Para Durkheim, a educação não era um elemento para a mudança social, mas sim, um elemento fundamental para a conservação e funcionamento do sistema social. E a escola não era apenas um lugar de educação, em especial, a educação moral, como também, era um lugar de instrução. Assim, Durkheim pontua que a educação tem como objetivo – segundo sua linha filosófica – suscitar e desenvolver; impor à criança maneiras de ver, de sentir e de agir, às quais não se chegaria de uma forma espontânea.

Durkheim define moral como sendo um sistema de regras que predeterminam a conduta.

Na obra de Durkheim, a temática educacional aparece associada ao processo de socialização e ao conteúdo das concepções morais de determinadas sociedades. Logo, as ações do indivíduo derivam da educação recebida nestes processos sociais.

Assim, dar à criança o senso da disciplina (isto é, o gosto pela regularidade e pela subordinação às regras) é uma maneira de ajudá-la a superar o estado de anomia (desprovido de leis; sem regras).

O espírito de disciplina pode, não só combater o espírito de anarquia (oposição ao conceito de autoridade) no plano social, mas também assegurar o controle de si mesmo pelo próprio sujeito.

“A disciplina moral não serve somente à vida moral propriamente dita; sua ação tem um alcance maior. Ela desempenha um papel considerável na formação do caráter e da personalidade em geral”

A educação moral, p. 39-42.

  1. Disciplina Escolar Para Durkheim

Durkheim afirma que, na escola, existe todo um sistema de regras que determinam o comportamento da criança ― comparecer à hora marcada, estar bem apresentado, não perturbar a ordem, fazer suas obrigações e exercícios com a aplicação necessária etc. ― e a soma dessas regras constitui a disciplina escolar, cuja prática inspira na criança o espírito de disciplina.

Assim, disciplina escolar, para Durkheim, seria agir moralmente dentro de uma conduta predeterminada, tendo como objetivo final preparar os alunos para a sociedade. Logo, uma criança indisciplinada não estaria pronta para viver na sociedade.

Aprendendo a respeitar as regras escolares, a moral de um ambiente educacional, a criança aprenderá a respeitar as regras sociais.

Para Durkheim, um dos meios para manter a disciplina é a utilização de punições.

“[...] a função essencial da pena não é expiar o culpado de sua pena fazendo-o sofrer, nem limitar, por via cominatória, seus possíveis imitadores, mas tranquilizar as consciências de que a violação da regra pode ter abalado sua fé, mas que esta fé continua a ter sua razão de ser e, para falar especialmente no caso da escola, que a pena continua a ter valor para aquele de quem a criança a recebeu”.

DURKHEIM, 2008, p. 165

A punição não serve para normalizar aquele que infringiu a regra, mas, sim, para dar uma satisfação ao obediente. A função essencial da pena não é a de obrigar o culpado a pagar pela sua indisciplina, fazendo-o sofrer – apesar de causar, inevitavelmente, sofrimento no infrator –, mas a de impedir que a disciplina perca sua autoridade, e cabe ao professor condenar, de maneira ostensiva, o ato cometido, demonstrando que o sentimento do mesmo, em relação à regra, continua inabalada. Ou seja, punir é censurar.

Entretanto, para Durkheim, não se deve punir utilizando castigos corporais. (Para ele, como os objetivos da educação moral consistem em transmitir à criança o sentimento de sua dignidade de homem, as penas corporais se tornam perpétuas ofensas a esse sentimento e têm um efeito desmoralizador).

  1. Indisciplina na Escola Para Celso Antunes

Celso Antunes, mestre em ciências humanas e especialista em inteligência e cognição, questiona se o sentido etimológico de indisciplina é o que, de fato, encontramos na escola e sugere um conceito mais amável: afirmar, por exemplo, que a disciplina é uma relação de afeto e respeito, uma ação recíproca de cumprimento de normas. Portanto, professores e alunos poderiam aceitar que a relação entre eles é de parceria e que acatá-la implica na aceitação de regras.

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