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A Sociologia Geral

Por:   •  23/5/2022  •  Resenha  •  635 Palavras (3 Páginas)  •  96 Visualizações

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Giulia Silva Ferreira     RA: 22007022

RELATÓRIO - FILME EDUKATORS

Introdução

        Com o conhecimento adquirido durante as aulas de sociologia sobre a teoria marxista, relaciona-se o filme Edukators, juntamente com o texto “A exploração”, de Emir Sader, para um melhor entendimento da matéria. Através da união dos arquivos é possível como visualizar no mundo real como se desenrolam fenômenos descritos na teoria.

Desenvolvimento

        O longa-metragem Edukators é alemão, produzido em 2003 por Hans Weingartner e conta a história de Jan, Jule e Peter. Jan e Peter são amigos e invadem mansões como uma forma de assustar a classe alta, alterando de lugar os objetos das casas, mas sem roubá-los, deixando um bilhete que diz: “Seus dias de fartura estão contados”. Ambos se autodenominam “Educadores”, pois suas atitudes são um protesto contra a desigualdade social, o sistema capitalista e a burguesia que ajuda na sua manutenção. No entanto, Peter esconde isso de sua namorada, Jule, dizendo que trabalha colando cartazes à noite. Enquanto isso, ela trabalha como garçonete para quitar uma dívida de 100 mil euros que contraiu ao bater no carro de um empresário.

        Um dia, Peter vai para Barcelona, deixando Jule e Jan juntos, de forma que o último conta para ela sobre os Educadores. Ela decide, então, invadir a casa do empresário a quem deve, Hardenberg, porém deixa seu celular na propriedade ao fugirem do local. No dia seguinte, o casal volta para resgatar o item, mas Hardenberg retorna à residência e a reconhece, forçando-os a sequestrá-lo. Peter volta à Alemanha e os ajuda com o sequestro. Enquanto mantém o milionário cativo, os jovens, aos poucos, percebem que seu maior rival não é a classe dominante, e sim a mídia. Dessa forma, ao devolverem Hardenberg para sua casa, eles fogem para Barcelona para iniciar um novo projeto de revolução contra o sistema.

        Assim, pode-se afirmar que a tese do filme, seu ponto central, é a crítica e reflexão sobre o sistema capitalista: “Lutamos para minimizar os estragos causados pelos ricos, que praticam todo tipo de violência contra as classes mais baixas com a legitimação do governo” (Jan). A crítica que permeia o longa pode ser encontrada na história de Jule, que trabalha para pagar uma dívida que tem uma porcentagem ínfima sobre o lucro anual de 3 milhões de euros do empresário.

        De acordo com Emir Sader, a prática do empresário sobre a garçonete é de exploração, pois ela é mais fraca em relação à condição econômica e não tem como resistir, e mesmo assim ele se beneficia disso – ainda que inconscientemente. Outra exploração humana é brevemente citada em dois trechos do filme: a mão de obra barata de asiáticos na produção de calçados e peças de roupas. Fica explícita a relação dos países centrais com os periféricos e sua necessidade em explorá-los como forma de controle e manutenção de sua hegemonia – “A natureza do homem é querer ser melhor que o outro” (Hardenberg).

        Outra crítica presente no longa é o fetichismo da mercadoria descrito por Marx, quando Jan questiona Hardenberg em razão de tamanho acúmulo de bens e dispensar a possibilidade de doar parte do dinheiro, sugerida por Peter. Além disso, em uma conversa entre Jan e Jule, o primeiro observa que “o que era considerado subversivo, hoje se compra em shoppings”; a felicidade passou a ser inatingível, pois os capitalistas a roubaram e a comercializaram. “Eu pensei que dinheiro traria liberdade. Pelo contrário. Você é soterrado por responsabilidades. Às vezes eu me sinto em uma prisão. Eu não sei o que fazer com o meu dinheiro”.

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