A Sociologia da Educação
Por: BrunaFadel • 18/7/2022 • Trabalho acadêmico • 1.356 Palavras (6 Páginas) • 99 Visualizações
Universidade do Estado do Rio de Janeiro[pic 1]
Instituto de Biologia Roberto Alcântara
Sociologia da Educação – Turma 3
Profª. Diana Manderlet
Acadêmica:
Trabalho 1: Para orientar a sua participação no fórum, você deve responder as seguintes questões:
- Em suas palavras, como você formularia o problema clássico do pensamento sociológico que diz respeito a oposição das noções de indivíduo e de sociedade?
A relação entre indivíduo e sociedade é marcada pela comunhão de influências que ocorrem entre esses dois pontos importantes para o estudo sociológico. Essa comunhão se define como a capacidade que um indivíduo possui de alterar ou influenciar o meio em que ele vive. Juntamente com esse fato exposto, o meio em destaque, também, possui a capacidade de alterar esse mesmo indivíduo. As forças que um exerce sobre o outro são correspondentes, visto que, uma sociedade é composta por indivíduos.
De fato, deve-se ressaltar esse compartilhamento de influências, pois, é partindo desse princípio que entendemos como uma sociedade se constrói. Cada indivíduo, juntamente das suas particularidades, anseios e sentimentos contribui para estruturação de um meio social, o meio que ele irá se inserir. Inserir esse que ocorre, ainda que, outros indivíduos tenham anseios e sentimentos diferentes, pois, a sociedade é justamente desse modo, linhas pessoais que se entrelaçam, se influenciam etc., tudo por um mesmo propósito.
A visão dicotômica entre indivíduo e sociedade faz parte dos primórdios do desenvolvimento da Sociologia, que surgiu em meio a um crescente processo de industrialização iniciado ainda no século VIII e que levou ao surgimento de inúmeros problemas sociais no início do século seguinte. O advento de estruturas sociais mais complexas, fez com que os homens se vissem na necessidade de compreendê-las. Busca-se a compreensão de todas as relações sociais e suas conexões, formando um todo social, que é o que chamamos de sociedade.
A sociedade é entendida como algo dinâmico, em permanente processo de mudança, já que as relações e instituições sociais acabam por dar continuidade a própria vida social. Um indivíduo não pode ser visto como um todo e a individualidade não pode ser ignorada, tendo em vista que ela está intrinsicamente interligada ao andamento da sociedade.
Isso fica bem claro com o filme “Tudo que aprendemos juntos”. Laerte, o protagonista do filme, segue todas as regras impostas pela sociedade que o rodeia mesmo que ele não saiba delas, não as conheça, ele as segue mesmo sem nunca ter sido ensinado diretamente, como no caso em que ele aceita tocar no baile da festa de 15 anos da filha de Cleyton (o traficante). Vemos a influência da sociedade em todas as escolhas de Laerte, desde sua candidatura ao teste para orquestra, até o trabalho na escola da comunidade que o leva a tocar no baile da filha do traficante. Laerte era o indivíduo individualista, alheio a todos os problemas da sociedade, vivia em sua “bolha” e “caiu de paraquedas” numa sociedade (acredito que posso dizer assim) totalmente fora de sua realidade, e a quando se deparou com esse choque de realidade, começou a atentar para aquelas questões e com isso enxergar o potencial que estava por trás de toda a violência e sofrimento. E para mim, esse foi um belo exemplo para enxergarmos que por mais que achemos que somos individualistas, que fazemos tudo por nós mesmos e que não queremos viver em sociedade, por acreditar ser algo “não necessário”, não tem como.... A sociedade e suas regras nos cerca, e quando menos esperamos já estamos inseridos nela e seguindo suas regras. Um depende do outro e não há como escapar.
Oi professora,
Acho que fui tentar fazer uma contextualização com a questão histórica e posso ter me enrolado um pouco nas palavras, mas o que quis dizer é que a visão dicotômica entre indivíduo e sociedade que comentei na resposta anterior está relacionada a capacidade que o indivíduo tem de alterar e/ou influenciar o ambiente em que ele vive, ou seja, a sociedade da mesma forma que esta tem como influenciar esse indivíduo. Falei também sobre a sociedade ser algo dinâmico tendo em vista as relações sociais presentes e que o indivíduo ele não pode ser visto como um todo e que também sua individualidade não pode ser ignorada, justamente pelo fato da sociedade ser formada por um conjunto de indivíduos e ambos estarem intrinsicamente interligados. Que cada indivíduo tem suas particularidades, como sentimentos, vontades, etc que são distintos entre diferentes indivíduos, sendo isso justamente a sociedade, que também, da sua maneira pode influenciar nesse "querer" e forma de agir de cada indivíduo. E fiz uma correlação com o filme ao final da questão 1.
Obrigada pelo retorno!
Aguardo a próxima atividade.
Até breve! :)
- Na página 12 do texto do Mills, ele diz: "A imaginação sociológica nos permite compreender a história e a biografia e as relações entre ambas dentro da sociedade".
Escreva com suas palavras o que o autor quer dizer com isso. (Dica: avance na leitura do texto)
Acredito que o que Mills queira dizer com “A imaginação sociológica nos permite compreender a história e a biografia e as relações entre ambas dentro da sociedade", seja algo como a gente criar um processo ou uma forma de se conectar além da experiência individual da pessoa com as instituições sócias sob as quais convive e com o seu próprio lugar na história da humanidade. A imaginação sociológica nos permitiria conseguir desenvolver a habilidade de analisar a interligação de vida do cotidiano de indivíduos com os seus problemas sociais, estabelecendo uma ligação mais ampla entre indivíduo e sociedade. A imaginação sociológica nos permitiria ou faria com que olhássemos para as coisas de maneira diferente da que estamos habituados na vida cotidiana, ela exige que a gente que a gente pense fora da nossa rotina, fora da nossa “bolha”. Como o que aconteceu no filme, onde Laerte chegou na escola pública da comunidade olhando para aquelas crianças como bichos (termo usado por ele no filme), como favelados e provavelmente como indivíduos sem futuro. Ele viu aquele momento na vida dele como algo passageiro, só para que conseguisse pagar suas contas, sem se importar com o futuro daquelas crianças. No entanto, acredito que ele foi ativando sua imaginação sociológica (pois agora, após a leitura do texto, acredito que todos nós a temos, só que muitas vezes a deixamos inativa, não a colocamos em prática) e passa a enxergar as crianças como indivíduos potenciais a se tornarem profissionais músicos tão bons quanto ele ou até melhores.
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