A Sociologia na Educação
Por: Missão Salvando • 2/9/2015 • Artigo • 3.207 Palavras (13 Páginas) • 324 Visualizações
TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO
ROSANE BORGES LUIZ DE QUADROS [1]
RESUMO:
Aqui está relacionada à inserção da informática nas instituições de Educação. O desenvolvimento da pesquisa tem como base a abordagem qualitativa. Os objetos desta investigação são professores e diretores das instituições de Educação Básica. A maioria das escolas pesquisadas possui dificuldade quanto ao uso de computadores. Os professores, como os principais responsáveis pela mediação da aprendizagem do aluno devem apropriar-se da cultura digital, auxiliar ou mesmo ensinar os alunos, que estão utilizando o computador, e ao mesmo tempo, atender a demanda de alunos ansiosos por seu uso, interfere no bom andamento das atividades. E de fundamental importância considerar que a formação do professor deverá promover a integração dos recursos tecnológicos disponíveis ao desenvolvimento de suas aulas. O professor deve compreender que se as tecnologias forem bem utilizadas trarão benefícios à aprendizagem dos alunos. A partir da contraposição da teoria com os dados obtidos, foram elaboradas algumas considerações referentes ao tema.
PALAVRAS-CHAVE:
Tecnologia; Educação; Formação Docente.
- TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO
As Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) e as constantes transformações tecnológicas na sociedade contemporânea influenciam em organizações sociais como a escola, por exemplo. Refletem-se também nas relações sociais, nas relações trabalhistas, entre outras esferas. A adaptação a esta tecnologia é fundamental para que ocorra a inserção do indivíduo na sociedade; entretanto, adaptação significa mais do que conhecer os mecanismos que as tecnologias impõem seu manuseio, seu uso. É preciso a compreensão de sua dimensão, do efeito gerado por seu avanço e das implicações negativas ou positivas relacionadas à forma de seu uso. As instituições de ensino devem fazer parte deste processo, auxiliando o aluno a atuar de forma crítica.
Freire (1992) evidencia esta questão ao referir-se à educação popular, na perspectiva progressista:
Numa perspectiva progressista, a educação popular não pode, por outro lado, reduzir-se ao puro treinamento técnico de que grupos de trabalhadores realmente precisam. Esta é a maneira necessariamente de formar, que à classe dominante interessa, a que reproduz a classe trabalhadora como tal. Na perspectiva progressista, naturalmente, a formação técnica é também uma prioridade, mas, a seu lado, há uma outra prioridade que não pode ser colocada à margem (...). Tem o direito de conhecer as origens históricas da tecnologia, assim como de tomá-la como objeto de sua curiosidade e refletir sobre o indiscutível avanço que ela implica, mas, também sobre os riscos a que nos expõe (...). Esta é, sem dúvida, não apenas uma questão profundamente atual, mas também vital do nosso tempo. E a classe trabalhadora não
deve dela fazer parte simplesmente como o operário de Tempos Modernos que se viu às voltas com o ato de apertar parafusos, na produção em série, que Chaplin genialmente criticou. (FREIRE, 1992, p.132-133).
O desenvolvimento tecnológico visto como uma ação dos homens deve vincular-Se não à adaptação, mas também às mudanças, invenção ou reinvenção do mundo.
Os professores, como os principais responsáveis pela mediação da aprendizagem do aluno devem apropriar-se da cultura digital. Entretanto, é imprescindível que as instituições estejam equipadas, com a aparelhagem tecnológica como laboratório de informática, por exemplo, propiciando aos alunos e professores o seu acesso.
Todas as mudanças tecnológicas, pela qual a sociedade vem passando, “geram Transformações na consciência individual, na percepção do mundo, novos valores e nas Formas de atuação social”. (BRASIL, 1998, p.136).
Esta pesquisa demonstra a abrangência das TICs nas escolas de Educação Básica. Tem como foco a disponibilidade de equipamentos, como os computadores, aos discentes e como se dá o seu uso.
Os estudos tiveram como base autores como Almeida (2009, 2007), Placco; Silva (2006), Chizzotti (2003), Nóvoa (2002), Imbernón (2000), Sandholtz; Ringstaff; Dwayer (1997), Valente (1993), Freire (1992).
Para o desenvolvimento desta pesquisa foi escolhida a abordagem qualitativa. Segundo Chizzotti (2003):
A abordagem qualitativa parte do fundamento de que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, uma interdependência viva entre o sujeito e o objeto, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito. (CHIZZOTTI, 2003, p.79).
Como instrumento de pesquisa foi utilizado a entrevista semiestruturada. Este tipo de entrevista possibilita uma melhor interação entre entrevistado e entrevistador. Sem a ordem rígida das questões, o entrevistado pode discorrer livremente sobre o tema proposto, aprofundando informações importantes para a coleta de dados e até mesmo apresentando novos conhecimentos a respeito.
Para Lüdke e André (1986):
(...) na entrevista a relação que se cria é de interação, havendo uma atmosfera de influência recíproca entre quem pergunta e quem responde. Especialmente nas entrevistas não totalmente estruturadas, onde não há imposição de uma ordem rígida de questões, o entrevistado discorre sobre o tema proposto com base nas informações que ele detém e que no fundo são a verdadeira razão da entrevista. (LÜDKE; ANDRÉ, 1986, p. 34)
A amostra incluiu 20 Unidades Municipais de Ensino de Educação Básica. Estas instituições acolhem além da Educação Infantil ou do Ensino Fundamental I, a Educação de Jovens e Adultos I e II (suplência I de 1ª a 4ª série e suplência II de 5ª a 8ª série). Participaram diretores de escola e professores.
A partir da pesquisa pode-se perceber que 20% das instituições de ensino fazem uso frequente do laboratório de informática. O diferencial em relação às outras escolas refere-se à participação destas instituições no Programa Escola Aberta. Neste programa é oferecido aula de informática aos alunos. Este fato implica na manutenção frequente dos computadores.
Já 35% delas, apesar de terem os equipamentos, possuem dificuldade para utilizá-los por falta de manutenção e 45% das escolas não possuem laboratório de informática.
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