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A idéia de individualidade (igualdade)

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Por:   •  10/12/2014  •  Artigo  •  551 Palavras (3 Páginas)  •  232 Visualizações

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O "todo", então, não prevalece sobre "as partes", como ocorre no sistema de castas, na Índia, por exemplo. Minha consciência de cidadão me diz que eu não posso me singularizar, tornar-me diferenciado dos outros, com privilégios que outros não têm. E, nesse sentido, o papel de cidadão pretende excluir todas as complementaridades e gradações que compõem o papel social tradicional, porque nada deve se interpor entre o papel social da cidadania e a sociedade (nação). Deve ele ser desempenhado em um meio social igualitário, que garanta o seu reconhecimento em todos os confins da sociedade.

A idéia de indivíduo (igualdade) é vista também por Alexis de Tocqueville, pensador francês, um dos grandes teóricos da democracia nos Estados Unidos da América. Para ele, a democracia consiste na igualdade das condições, não subsistindo ordens ou classes. Nela, todos os indivíduos que compõem a coletividade são socialmente (e juridicamente) iguais. Ele identificou na Revolução Francesa a abertura do caminho para tornar possível a extinção de leis particulares e privilégios para determinadas classes sociais (nobreza, clero, etc. e seus correspondentes atuais).

Tal modelo, presente na Europa Ocidental e nos Estados Unidos da América, no entanto, está ausente na América Latina e, mais ausente ainda, no Brasil.

De fato, a cultura brasileira é sui generis. Talvez, única no mundo. De tal forma, que levou Roberto DaMatta (antropólogo, cientista e escritor brasileiro da atualidade) a imaginar Tocqueville desembarcando no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (então, Galeão) e se deparando com uma situação, no mínimo, ridícula em termos de valorização do cidadão brasileiro por parte das autoridades aeroportuárias: os estrangeiros tinham tratamento preferencial, enquanto os nacionais eram relegados a um segundo plano em que imperam a burocracia e o descaso. Ou seja, o inverso do que ocorre em qualquer país do mundo. Numa outra visão, encontrou Tocqueville um outro cidadão brasileiro, "bem-relacionado" que, como os estrangeiros, não permaneceu horas em uma fila. Sequer foi incomodado pela alfândega. É que este, diferentemente da maioria, tinha amigos nos escalões mais altos do Governo, ou da Receita Federal, ou da Polícia Federal ou coisa que o valha. Podia, assim, se beneficiar de "ser amigo do rei", o que lhe valia a senha para receber o melhor dos tratamentos, evitando-se o menor dos inconvenientes.

Eis o chamado "universo relacional" — mais ou menos como no poema "Vou-me embora pra Pasárgada, lá sou amigo do rei...", de Manuel Bandeira (poeta e escritor brasileiro ) — que define, no Brasil, quem tem privilégios. Quem entra na fila. Quem passa pela alfândega. Quem tem dois ou três meses de férias por ano. Quem tem emprego. Quem paga multas de trânsito. Quem consegue um emprego (público ou privado) ou que nele pode ser mantido... Quem consegue uma vaga na universidade...

Não devia ser. Mas, esse, é o nosso País.

ESTADO E SAÚDE - DESAFIOS DO BR CONTEPORANEO – PAULO E. ELIAS

Sobre o SUS pode-se dizer que Elias entende este Sistema como uma política de governocujo desafio é se tornar de fato uma política de estado. A saúde no Brasil não se tornou relevante para o estado de forma repentina.

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