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Administração E Economia

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Por:   •  17/3/2015  •  3.354 Palavras (14 Páginas)  •  183 Visualizações

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ETAPA 01: SIGNIFICADOS DE CULTURA, INDÍVIDUO E SOCIEDADE

No final do século XX e início do século XXI, surgiram muitas críticas ao conceito de cultura dentro das Ciências Sociais. Afirmava-se o fim do conceito de cultura e sua ineficácia para estudo das sociedades e dos indivíduos diante da vida moderna global.

No estudo da cultura e sociedade se faz importante tratar da questão da linguagem e da lingüística, e das formas de comunicação que permite a interação e a criação dos símbolos norteadores da vida social, bem como da própria elaboração de conceitos e teorias sociais

O acervo social do conhecimento inclui o conhecimento de minha situação e de seus limites. Por exemplo, sei que sou pobre, que, por conseguinte não posso esperar viver num bairro elegante. Este conhecimento está claro, é partilhado tanto por aqueles que são também pobres, quanto por aqueles que se acham em situação mais privilegiada. A participação no acervo social do conhecimento permite assim a “localização” deles de maneira apropriada. Isso não é possível para quem não participa deste conhecimento, tal como os estrangeiros, que não pode absolutamente me reconhecer como pobre. Talvez porque os critérios de pobreza em sua sociedade sejam inteiramente diferentes. Como posso ser pobre se uso sapatos e não pareço estar passando fome? (BERGER, LUCKMANN, 2006, p. 62 e 63)

Segundo Berger, Luckmann (2006) o ser humano se relaciona com o ambiente natural, mas também com uma ordem cultural e social especifico na qual já está feita antes dele chegar.

O organismo humano mesmo com limites fisiológicos manifesta uma imensa plasticidade nas suas respostas às forças ambientais que atuam sobre eles. Aqui o autor fala da plasticidade do homem, o homem tem sua natureza, mas também a constrói e ainda se produz a si mesmo.

Por exemplo, o que faz do homem dono dele mesmo é a capacidade de plasticidade (adaptação) que ele tem, ele quando nasce é envolvido em um contexto social que já existe repleto de valores e mesmo assim ele dá sua contribuição.

Institucionalizar é fazer algo tornar-se habito em determinada cultura cujo damos o nome de típico. Presume-se que ações do tipo X sejam realizadas por sujeitos do tipo X. Deve-se saber que o caráter controlador é algo puro da institucionalização. As tipificações são expressas em padrões específicos de consultas. Exemplos: formamos um conceito sobre como algo deve ser e inserimos em um tipo para depois ficar mais fácil consultar como deve ser. Esse exemplo acima é chamado no livro de processo tipificador.

O processo tipificador é o mediador entre ideias e cotidiano. É como se esse processo fosse um banco de dados onde armazeno as ideias de como as coisas são concretamente falando.

Segundo Berger, Luckmann (2006) a sociedade é um produto humano, a realidade é uma realidade objetiva e o homem é um produto social. Esta realidade chega à nova geração por meio da tradição. Ou seja, somos colocados no meio dessa realidade, nós não temos a opção de não entrar nela. Não estamos afirmando que há pré-determinismo, ou seja, que as coisas vão acontecer assim ou assado independente da minha vontade, o que está sendo colocado é que o sujeito já nasce numa realidade institucionalizada com tipificações que dizem como as coisas devem ser.

Sedimentação e Tradições ocorrem quando vários indivíduos compartilham de uma biografia em comum. A linguagem é o repositório de agregados de sedimentação coletivo que podem ser adquiridas por meio de acontecimentos, ou seja, como totalidades coesas. Exemplo disso é a pobreza que forma grupos coesos.

ETAPA 02: ASPECTOS SOCIAIS, POLÍTICOS, HISTÓRICOS E CULTURAIS

Nesta etapa iremos tratar do filme “A Classe Operária vai ao paraíso”, do diretor Elio Petri, Itália, 1971.

É importante salientar que o filme “A classe operária vai ao paraíso”, de 1971, surge num contexto histórico de crise e lutas operárias nos EUA e Europa Ocidental – com destaque para a Itália. Na virada para década de 1970, a economia capitalista mundial apresenta sinais de clara deterioração nas margens de lucro das corporações capitalistas. O ciclo virtuoso do fordismo keynesianismo estava se esgotando. A crise na organização do trabalho fordista taylorista, sob pressão do sindicalismo organizado, era flagrante. Estamos no limiar da temporalidade histórica de crise estrutural do capital

Lulu é o operário-padrão, que se submete voluntariamente a um ritmo desumano de produção, na tentativa de ganhar um valor extra no salário referente a uma premiação por peça. A fábrica adota sistema de quotas (metas) que intensifica a produção. Lulu é o operário-padrão da fábrica, sendo hostilizado pelos outros companheiros de chão de fábrica.

Após perder um dedo na máquina, Lulu adota uma atitude critica ao modelo de exploração., confrontando a gerencia. Os operários, situação e oposição sindical contestam as cotas. Após uma greve, Lulu é demitido. Depois de negociações consegue ser readmitido na fábrica voltando a linha de produção, reintegrando-se ao coletivo de trabalho. Por conta da mobilização operária, o sistema de cotas é revisto pela direção da fábrica.

O movimento sindical local está contra esse sistema de produção por peça, que representa um retrocesso em relação à remuneração por tempo de trabalho. Mas, Lulu ignora a luta. Pior que isso, ele se presta a servir de parâmetro sobre a produtividade dos colegas, quando os engenheiros de produção passam a exigir que os demais produzam tantas peças/tempo quanto ele. Com isso, Lulu atrai a hostilidade de todos, não só dos colegas e dos militantes sindicais, mas também da mulher com quem vive e até de si mesmo. Este é um exemplo da condição do operário sob o capitalismo. O operário-padrão, sem consciência de classe, acredita que o trabalho duro pode lhe dar os meios para melhorar de vida. Por acreditar nisso, persegue as metas traçadas pelos patrões. Mas o dinheiro nunca é o bastante para satisfazer a todas as necessidades. De nada serve uma casa mobiliada, de nada serve a televisão. Aliás, se tivesse algum interesse em cultura, Lulu não teria tempo nem forças para dedicar-se à atividade de apreciar qualquer forma de arte ou literatura. Nem sequer a satisfação sexual ele consegue devido à devastação física do trabalho. Ou seja, em todos os sentidos, o trabalhador é um ser mutilado, um homem pela metade, esmagado e

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