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Algumas formas primitivas de classificação

Por:   •  23/1/2017  •  Ensaio  •  2.813 Palavras (12 Páginas)  •  715 Visualizações

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ALGUMAS FORMAS PRIMITIVAS DE CLASSIFICAÇÃO

A classificação mais humilde que conhecemos é observado nas tribos australianas. Cada tribo está dividida em duas seções, denominadas fratrias. Cada fratrias corresponde a uma quantidade de clã (ou totem). os totens de uma frataria não é encontrado na outra fratria. E cada fratria também está dividida em classes denominadas matrimonias. Tem-se esse nome porque tal organização tem por objeto antes de mais nada, a regulamentação do casamento: determinada fratria  não pode contratar determinada fratria para casamento. A organização geral da tribo toma então essa forma:

FRATRIA I

CLASSE MATRIMONIAL A

CLASSE MATRIMONIAL B

CLÃ DA EMA

CLA DA SERPENTE

CLÃ DA LAGARTA

FRATRIA II

CLASSE MATRIMONIAL A’

CLASSE MATRIMONIAL B’

CLÃ DO CANGURU

CLÃ DO GAMBÁ

CLÃ DO CORVO

As classes designadas com a mesmo letra são aquelas que é permitido o conúbio. Todos os membros encontram-se classificados em quadros definidos e que se encaixam um no outro. Ora a classificação das coisas que reproduz ora a classificação dos homens.

As tribos do rio Bellinger estão divididas em duas fratrias, cada aplicada a natureza, segundo Palmer. Toda a natureza, diz ele, está dividida de acordo com as denominação das fratrias. As coisas são masculinas ou femininas pertencem a alguma fratria.

Tal classificação é de extrema simplicidade, pois não é mais que bipartida. Todas as coisas estão dispostas em duas categorias que correspondem as duas fratrias. O sistema se torna mais complexo quando não é mais unicamente a divisão em fratrias mas também a divisão em quatro classes matrimoniais que servem de quadro a distribuição dos seres.

Após ter estabelecido esse tipo de classificação é preciso tentar determinar tanto quanto possível sua generalidade. Os fatos não nos autorizam a afirmar que tal classificação seja encontrada em toda a australia nem que tenha extensão igual a da organização tribal, em fratrias, em classes matrimoniais, em clãs totêmicos. Estamos convencidos que se procurássemos bem encontraríamos alguma completa ou alterada em muitas sociedades astraulianas nos quais ate hoje passou despercebidas, mas não podemos prejulgar resultados que não forem feitos.

Em primeiro lugar essa forma de classificação não foi observada diretamente em muitos casos, mas totens secundários foram encontrados e nos foram assinalados e estes como vimos supõem tal classificação. As ilhas do estreito Torres, vizinhas da Nova Guiné Britânica. Em Kiwai, os clãs possuem quase todos por totem espécie vegetais, um deles o da arvore de palma, possui por totem secundário o caranguejo que habita uma arvore do mesmo nome. Em Mabuig – ilha do estreito torres – encontramos organização de dois clãs agrupados em fratrias: os pequenos augud e os grandes augud. Um fratria de terra outro de água, um a favor do vento outro contra, um a leste outro a oeste. Se lembrarmos que em toda a em todas essas ilhas o totemismo está em plena decadência, parecemos muito claro considerar tais fatos como resto de um sistema mais completo de classificação. É também possível que uma organização muito análoga se encontre em outros lugares do estreito de Torres e no interior de Nova Guiné o princípio fundamental, isto é, a divisão de fratrias e clãs agrupados de três em três, foi formalmente constatado em Asibai e em Daudai.

Sentimo-nos tentados a apontar traços da mesma classificação nas ilhas murray, mer, waier e dauar. Sem entrar em detalhes, segundo Hunt, podemos dizer que, um certo tipo de totens existe entre esse povo. Cada um dos totens confere aos indivíduos, deles portadores, poderes variados sobre diferentes espécies de coisas. Assim os indivíduos que tem por totem o tambor estão atribuídos os poderes seguintes: é a eles que competem realizar a cerimonia que consiste em imitar os cães e em tocar tambores, são eles que fornecem os feiticeiros encarregados de fazer multiplicar as tartarugas, de assegurar as colheitas das bananas, de adivinhar o assassino por meio do movimento do lagarto, que impõem o tabu da serpente. Todas essas coisas dependem, pelo menos parcialmente, de um mesmo grupo social, e por conseguinte, como as duas expressões são no fundo sinônimos, de uma mesmo classe de seres.

A mitologia astronômica apresenta marcas desse mesmo sistema mental. Efetivamente sua mitologia é por assim dizer modelada sobre a organização totêmica. Os nativos dizem, quase por toda parte, que tal astro é determinado antepassado. É mais provável que se deveria mencionar para o astro, como para o indivíduo com o qual se confunde, a que fratria, que classe, a que clã pertence. E assim seria classificado em determinado grupo, um parentesco, um lugar lhe seria determinado e assim atribuído na sociedade.

Em muitos casos as classificações não são aparentes, não deixam de ser encontradas porém são descritas de uma forma diferente. Mudanças alteram a economia dos sistemas mas não ao ponto de torna-los irreconhecíveis. Aliás, as mudanças resultam em parte dessas classificações e seriam suficientes para revelá-las.

O que caracteriza as referidas classificações é que as ideias estão nelas organizadas de acordo com o modelo fornecido pela sociedade. Mas desde que essa mentalidade coletiva exista, ela é susceptível de reagir a sua causa e de contribuir para modificá-la. Vimos como as espécies de coisas classificadas num clã servem de totens secundários ou subtotens, isto é, no interior do clã, cada grupo particular de indivíduos sob a influencia de causas que ignoramos passa a se sentir mais em relações com tais e tais coisas que são atribuídas, de maneira geral, ao clã inteiro. Desde que este tornando-se muito volumoso tenda a segmentar-se será segundo as linhas marcadas pela classificação que se processará a segmentação. Não se deve crer que essas divisões sejam necessariamente o produto do movimento revolucionário e tumultuoso. Parece que as maioria das vezes ele tem um lugar segundo processo perfeitamente logico, foi assim em grande número de casos, se constituíram as fratrias que se dividiram em clãs.

Quando num clã a segmentação se torna necessário são os indivíduos agrupados em torno de uma das coisas classificadas dentro do clã que se destacam do resto, para formar um clã independente e o subtotem se torna um totem. Uma vez começado o movimento pode continuar e sempre seguindo o mesmo processo. Assim, o subclã que se emancipou transporta consigo, para seu domínio ideal, além da coisa que lhe serve de totem, algumas outras que lhe são consideradas solidárias com ela. Estas coisas no novo clã desempenham papel de subtotem e podem se for necessário, tornar-se outros tantos centros em torno dos quais se produzirão, mais tarde, novas segmentações.

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