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America Espanhola Independente ou Dependente?

Por:   •  19/8/2019  •  Trabalho acadêmico  •  6.566 Palavras (27 Páginas)  •  209 Visualizações

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AMÉRICA LATINA  INDEPENDENTE OU DEPENDENTE ?

                                                                        Lídio Martins

RESUMO

O presente artigo acadêmico traz em seu conteúdo a conquista da América latina pelos Espanhóis e também as lutas pela independência que se travam no contexto do inicio do século XIX, na américa espanhola, onde o surgimento de vários movimentos separatistas inspirados por ideias libertárias do iluminismo entraram em guerra por sua independência contra o colonialismo.

O artigo tem como finalidade dar ao leitor uma visão concisa do tema investigado, ressaltando se: o assunto de forma delimitada, ou seja, pelos posicionamentos e leituras que tivemos em sala de aula e na procura sob a perspectiva de uma área do conhecimento, justificando seus objetivos buscando entender o processo de colonização a independência da América Latina.

Através das narrativas históricas, saber se esta busca pela independência foi realmente bem sucedida? Será que somos realmente independentes das nações que nos colonizaram e ou da conquista imperialista que se sucedeu ao colonialismo, os países da américa latina possuem realmente este status de nação independentes?

Será que a vitória trouxe verdadeiramente a independência tão almejada pelos libertadores e os que os sucederam? Dentro de um contexto maior podemos observar que a independência nem sempre nos contempla a liberdade e democracia, assim o povo destes ditos países independentes, no compasso de décadas são dominados pelas empresas multinacionais, que dão as cartas nestes países com a conivência de seus governantes cada vez mais ricos.

Qual o tipo de independência existe realmente nestas republicas? O povo tem um IDH compatível com o desejado, a participação popular é efetiva nas decisões centrais que pautam as politicas públicas e de governo? Através de noticiários e relatos de pessoas que imigraram para outros países fugindo de uma realidade miserável em seus países de origem, acredito que estes países tornaram-se muito [1]mais dependentes e subservientes que independentes de verdade.

Estas republicas fragmentadas, que não são capazes de organizar um novo estado e tampouco enfrentar o atraso e a pobreza, avessos as questões, esta elite dominante cada vez mais se distancia do povo, por décadas estes países são sacudidos por revoltas, insurreições, ditaduras, quarteladas, golpes militares, mas a situação do povo não muda.

Através das leituras realizadas, buscamos estabelecer o contexto no qual estão inseridos os países que se tornaram independentes na américa espanhola, bem como se deu estes movimentos, de que forma, por quem foram conduzidos, através de informações registradas pela historia da historiografia dos povos latinos americanos na busca por sua independência, na visão de alguns autores.

A partir do século XVI, a Espanha colonizou várias regiões da América. O sistema de colonização espanhola baseado na exploração dos recursos naturais e minerais das áreas dominadas. Os povos americanos (incas, astecas, maias e outros nativos) foram dominados, perderam suas terras e tiveram que seguir a cultura imposta pelos espanhóis. Estes povos nativos também tiveram que trabalhar de forma forçada para os colonizadores da Espanha.

Para François-Xavier Guerra¹ “tanto a revolução liberal espanhola quanto as independências hispano-americanas foram um processo único que começou com o surgimento da modernidade em uma monarquia do Antigo Regime e vai desembocar na desintegração desse conjunto politico em múltiplos estados soberanos”.

Com a luta pela independência vitoriosa tentaram formar uma grande e unificada nação, que não prosperou devido sua divisão em republicas conduzida com mão de ferro por caudilhos militares, elites regionais e oligarquias rurais, também devido à revolução industrial, que os tornava dependentes economicamente do capitalismo inglês.

De modo geral países como Colômbia e Venezuela foram sempre o quintal dos ingleses e americanos, até os dias de hoje os grupos multinacionais estão por trás de toda estrutura econômica e politica destes países, que para eles não passam de republicas de bananas, assim sempre foram marionetes das grandes famílias e marcas, Rockfeller, Dupont, Mellon e outras.

A partir desta nova etapa, teve início uma política externa mais ativa, que buscava maior inserção internacional, porém que se via “amarrada” à sua dependência dessas multinacionais. Esta, segundo Cicero, define-se da seguinte forma:

Tem-se, pois, aqui, a origem de uma das mais relevantes, longevas e peculiares características assumidas pela diplomacia venezuelana ao longo de sua história: uma pratica discursiva altiva, que postula uma atuação internacional autônoma e protagônica, a qual, porém, está limitada pela, realidade petroleira‟ e sua consequente subordinação aos interesses políticos e comerciais envolvidos no processo de negociação do combustível no mercado internacional. (CICERO, 2015, p. 29)

A américa latina nunca conseguiu se reunir em uma grande nação quer queira por suas disputas regionais quer queira pelos egos de seus governantes caudilhos, acostumados a darem as cartas do jogo, governantes, corruptos, entreguistas, sanguinários, patrimonialistas, usando a estrutura vigente usurparam suas riquezas.

 Domingo Faustino Sarmiento é considerado um dos pensadores mais significativos e paradigmáticos do século XIX na América Latina, escreveu diversos livros, entre os quais o mais conhecido é Facundo o civilización y barbárie, sua reflexão sobre a independência esteve pautada na oposição entre espanhóis e americanos. “La América y la España” que traduziu como “la independencia y la esclavitud” (SARMIENTO, 2001: 25).

De um lado, ele identificou os espanhóis, “ensalzando su unidad antigua, su quietud, su gobierno paternal y su piedad religiosa”. Os espanhóis foram descritos como imprudentes e imprevisíveis enquanto o segundo grupo foi descrito como “ardiente y lleno de ilusiones” e nas guerras de Independêndia os espanhóis os viam “ostentar su ciência, su juventud, su emancipación de espíritu y sus esperanzas” (SARMIENTO, 2001: 18-19).

O fim do Antigo Regime nas últimas décadas do século XVIII foi consequência das transformações ideológicas, econômicas e políticas produzidas pelo Iluminismo, pela Revolução Industrial, pela independência dos Estados Unidos e pela Revolução Francesa, estes acontecimentos, que se condicionaram e se influenciaram reciprocamente, desempenharam um papel decisivo no processo de independência da América espanhola.

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