Análise Do Vídeo Ilha Das Flores

O vídeo analisado é um curta metragem produzido por Jorge Furtado com duração de 10:28 minutos.

Inicialmente, esse trabalho surge com muitas interrogações ao expectador desse vídeo, primeiramente pelo título ilha das flores que primeiramente remete-nos a ideia de um lugar florido, muito bonito com águas límpidas, e de aroma bom e atraente. Porém, logo que o vídeo é iniciado, o expectador se depara com uma plantação de tomates de propriedade de um Japonês que planta esse vegetal não para sua alimentação, mas para vender a um mercado que por sua vez repassa esse produto às donas de casa que adquirem esse alimento com o dinheiro também obtido através da venda de sua mão de obra.

No início do vídeo ele informa que os seres humanos se diferem dos animais pelo seu telencéfalo ou cérebro e o seu polegar opositor que permitem a essa criatura construir, atribuir juízo de valor além de efetivar o movimento de pinça fundamental às atividades de manuseio diárias. Ele descreve ainda a relação existente entre trabalho e dinheiro e a posterior aquisição dos mais diversos materiais que o homem julga como essencial à sua vida.

O narrador faz também uma diferenciação entre homens com dinheiro e porcos que nesses casos são utilizados como alimentação ao homem e uma posterior comparação entre homens e homens judeus fazendo uma alusão à catástrofe que foi a Segunda Guerra Mundial provocadas por homens contra homens, na qual os maiores afetados foram os próprios homens, ficando a reflexão de que os homens são capazes de canalizar sua inteligência para fazer mal uns aos outros enquanto os animais matam somente para obtenção de seu alimento vital, não matam por mero prazer ou para manutenção de seu status de poder.

Ao longo do vídeo ele efetua a diferenciação entre homens e animais, entrando especialmente na dimensão do porco que em algumas famílias especialmente as que possuem dinheiro, representa seu alimento, enquanto para aquelas que vivem em condições miseráveis, esse animal significa a concorrência para seus alimentos ou restos putrefatos deles, passando essas famílias a viverem dos restos alimentares considerados impróprios ao consumo de outras pessoas e ao do porco.

Ele ainda vai mais longe na diferenciação cruel entre homem e porco, pois o bicho nesse caso possui um dono com dinheiro capaz de lhe garantir o “melhor” do lixo enquanto muitas famílias que ocupam aquele lugar, a ilha das flores, não possuem dinheiro assim como o porco, tampouco donos com dinheiro capazes de lhes auxiliar nessa disputa desigual, ficando assim expostas e inferiores ao porco na cadeia alimentar.

Como se depender do lixo não fosse condição sub-humana suficiente nos deparamos com pessoas expostas àquele ambiente contaminado, fedorento e sujo tendo que competir com outros animais por restos sem a menor condição de saúde. É comum nas ruas das mais diversas cidades encontramos pessoas disputando restos de comida com outros homens e animais. É como se o ato de comer tivesse deixado de ser condição essencial à vida humana e passado a ser objeto de luxo.

A sociedade atual é bastante distinta e controversa nesse sentido, enquanto uns não possuem sequer um punhado de comida limpa e saudável para comer e oferecer aos seus filhos, outros oferecem verdadeiros banquetes do desperdício a fim de mostrar as suas posses e