As Novas Determinações Postas Pelo Capitalismo Contemporâneo Para A Questão Social E Para O Serviço Social
Casos: As Novas Determinações Postas Pelo Capitalismo Contemporâneo Para A Questão Social E Para O Serviço Social. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: billsb1977 • 15/11/2014 • 6.640 Palavras (27 Páginas) • 318 Visualizações
Tema: As novas determinações postas pelo capitalismo contemporâneo para a questão social
e para o serviço social
Autor: Naiara de Lima Guimarães
Eixo 1: Tensiones en la disputa de proyectos societales en América Latina: sus implicancias
para la Educación Superior, las Ciencias Sociales y el Trabajo Social.
Instituição: Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF
Endereço: Rua Natalina Daher Carneiro, 144, apto 304, bloco B. Bairro Jardim da Penha,
Vitória/ES – Brasil
Tel: (27) 8139-4116
Email: naiaralguimaraes@yahoo.com.br
Este trabalho é fruto dos estudos realizados em disciplina cursada no Mestrado em Serviço
Social da Universidade Federal de Juiz de Fora.
Palavras-chave: Serviço social, questão social, capitalismo contemporâneo, neoliberalismo e
financeirização.
Resumo:
O presente trabalho se sustenta na necessidade de compreensão e análise do capitalismo
contemporâneo, para uma formação profissional em serviço social qualificada e sintonizada
com a realidade social em que se inscreve, situada no bojo das contradições do modo
capitalista de produção. Partilhamos da compreensão do serviço social enquanto uma
profissão que tem sua base de sustentação na questão social que tem sua origem na
contradição entre riqueza socialmente produzida e apropriada privadamente, mediante a
rebeldia dos trabalhadores em luta, inseridos nas relações sociais capitalistas. Se
compreendemos o Serviço Social como sendo uma profissão inserida na divisão sócio-técnica
do trabalho na sociedade capitalista, ele é parte e processo das relações sociais capitalistas,
portanto, é de extrema relevância a compreensão dos processos que permeiam o contexto
macrossocietário contemporâneo. A tentativa é colocar em evidência as transformações
societárias em curso que redimensionam a questão social na atualidade: o neoliberalismo, a
financeirização e a reestruturação produtiva.
INTRODUÇÃO
Atualmente, pode-se afirmar que o modo de produção capitalista realizou o
desenvolvimento das forças produtivas como nunca antes. Desenvolvimento suficiente para
suprir as necessidades materiais da humanidade. No entanto, dado a forma como se estrutura
as relações sociais nesta sociedade (com base na desigualdade estrutural de classes e
exploração do trabalho humano), paralelamente, cada vez mais aumenta o fosso entre a
riqueza socialmente produzida e sua apropriação privada. Chesnais (2009) nos mostra:
“Deixando-o por sua conta, operando sem nenhuma rédea, o capitalismo produz a
polarização da riqueza em um pólo social (que é também espacial), e no outro pólo, a
polarização da pobreza e da miséria mais “desumana”.” (CHESNAIS, 2009, p.13)
Tal contradição é a base que explica a questão social, mediante a luta da classe
trabalhadora que se colocou no cenário político como um importante sujeito que reivindica do
Estado o atendimento às suas necessidades. Conforme Iamamoto (2010, p.111): “O capital
internacionalizado produz a concentração da riqueza, em um pólo social (que é também,
espacial) e, noutro, a polarização da pobreza e da miséria, potenciando exponencialmente a
lei geral da acumulação capitalista, em que se sustenta a questão social”.
Em outra obra, Iamamoto e Carvalho (2008) situam a emergência da questão social
diante das questões objetivas e subjetivas colocadas:
É essa a explicação proposta sobre a gênese da questão social, cuja
configuração depende da situação objetiva das classes trabalhadoras
historicamente situadas ante as mudanças verificadas no modo de
produzir e apropriar o trabalho excedente. Ela depende, ainda, da
capacidade de luta e organização dessas classes na defesa de seus
interesses de classe e de sua sobrevivência, assim com as diversas
maneiras de interpretar e agir sobre ela propostas pelo bloco de poder,
com o apoio do Estado. (IAMAMOTO E CARVALHO, 2008, p.252)
A Questão social se configura como fruto do conflito de classes da sociedade
capitalista, contradição infindável entre capital e trabalho que tem como base a riqueza
socialmente produzida e apropriada privadamente. Questão social é derivada da separação
da força de trabalho (trabalho humano de um lado) dos meios de produção (matéria-prima e
instrumental nas mãos de capitalistas) - fundamentais no processo de produção da riqueza
social. Questão social é, portanto, a condensação das desigualdades objetivas e das lutas dos
sujeitos sociais que se colocam na cena política e passam a exigir do Estado respostas às
suas demandas. Questão social e modo de produção capitalista formam uma unidade
contraditória,
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