As Relações étnico-racial, educação e descolonização dos currículos
Por: Alessandra Coelho • 26/9/2018 • Resenha • 486 Palavras (2 Páginas) • 286 Visualizações
No texto Relações étnico-racias, educação e descolonização dos currículos, a autora Nilma Lino Gomes discute os processos de descolonização dos currículos das escolas brasileiras. Citando a peça Besouro Cordão-de-Ouro, que conta a trajetória de Besouro, capoeirista brasileiro que viveu nos anos 20 do século passado, enaltecendo sua vivência que remete a situações específicas vívidas pela população negra do Brasil, assim como também a luta das camadas populares. Além de reconhecer seu projeto artístico, mas também o social, em que as pessoas presentes naquela platéia, que durante a narrativa sorriam, cantavam, gritavam, choravam e principalmente aprendiam sobre a luta e resistencia dos negros. E essa referida “aula” fora aplicada de forma mais didática e dinânima do que em sala de aula, por exemplo.
Mas por que será? Um dos questionamentos levantados pela autora, que logo evidencia que não é só pela beleza e pela competencia da direção, mas por que a peça dialoga com outro paradigma de conhecimento. “Um paradigma que não separa corporeidade, cognição, emoção, política e arte. Um paradigma de conhecimento, saberes e culturas, mas, sim, uma história de dominação, exploração e colonização que deu origem a um processo de hierarquização de conhecimentos, culturas e povos.” Como coloca a autora, e esse processo trouxe uma hegemonia de conhecimento por outro, uma linha imaginária que divide o que é digno de ser ensinado na escola (civilizado, culto, Ocidental) e aquilo que não é.
E o processo de descolonização dos currículos, é ainda mais um desafio para a escola. No processo de formação dos educadores para a mais ampla diversidade etnico-racial. Evideciando também a importancia das leis que asseguram essa pauta dentro da educação básica brasileira, a importância da alteração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96) através da sanção da Lei n° 10.639/03, pois desperta em profissionais da área o desejo de conhecer, compreender e experenciar a cultura negra.
Portanto essa descolonização implica na discusão, em conflitos que acabam por geras algo novo, por que insere outros contextos de descolonização, outros maiores e ainda mais profundos como poder e saber. Conflitos com diferentes experiencias historicas e econômicas, além de diferentes visões de mundo. E durante todo esse processo, a superação de perspectiva da visão de mundo eurocentrica é um grande desafio para as escolas, educadoras e educadores, currículo e a formação docente. Compreender a naturalização de diferentes grupos culturais por meio da ideia de raça, entender o modo como tudo que não é “europeu” é percebido no passado, e o processo de ressignificação e politização do conceito de raça social no contexto brasileiro são formas necessárias a um processo de ruptura epistemológica e cultural na educação brasileira, isso portanto deve ajudar a descolonizar os currículos não só na educação básica, mas como também ensino superior.
ALESSANDRA LIMA COELHO; 2017350018; BELAS ARTES.
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