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As Rotulaçoes Sociais

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Por:   •  31/3/2014  •  731 Palavras (3 Páginas)  •  227 Visualizações

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As rotulações sociais fazem parte de um jeito de categorizar as identidades culturais na sociedade contemporânea e resultam de uma combinação complexa entre origens biológicas, opções sexuais, padrões de consumo, tradicionalidade, idade, classes sociais, localização geográfica e muitas informações do senso-comum. Na vida em sociedade utilizamos constantemente essas referências, seja para afirmar a nossa identidade, seja para localizar o outro. Ao lado dessas práticas, há várias maneiras de pensá-las.

A definição biológica da identidade dos indivíduos enfatiza a herança genética, da qual derivam as várias raças humanas. Os fundamentos puramente biológicos do conceito de raça, utilizado para classificar os tipos humanos, desembocou em práticas de dominação econômica, militar, política e moral de algumas nacionalidades sobre outras, desde as Grandes Navegações. Essa dominação mostrou as muitas formas possíveis de subjugar um povo, como a espoliação do trabalho alheio, a completa desvalorização das tradições e crenças, a inferiorização de traços culturais alheios ou o extermínio de populações inteiras.

Outra visão sobre a identidade é elaborada pela psicologia e se relaciona com a constituição histórica da subjetividade; a antropologia, além desta, trabalha com a "noção de pessoa". Esta diferença conceitual resulta de diferentes enfoques e do método de observação de cada ciência com respeito a questões bastante próximas mas que recebem destinos disciplinares diferentes. No caso da psicologia, o estudo da constituição histórica da subjetividade privilegia a tradição da cultura ocidental e a herança greco-romana. Procura-se compreender os antecedentes históricos da subjetividade contemporânea e suas intercorrências com a cultura ocidental.

Na antropologia, a noção de pessoa abrange uma gama enorme de grupos sociais com tradições culturais diferentes das nossas. Até certo momento da história moderna, essas culturas não eram dominadas pelo padrão ocidental. Pensar a noção de pessoa permite ver como várias culturas não-modernas entenderam a relação indivíduo-sociedade. Nela residem os mecanismos que nos mostram tanto a nossa identidade cultural como a identidade de quem denominamos "outro".

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Em qualquer sociedade, os indivíduos constroem suas identidades de acordo com um "modelo" cultural de comportamento que os enquadra em papéis e funções sociais. A identidade nacional é parte da construção desse modelo, sendo diferente da totalidade de nossa cultura. Os traços associados a cada nacionalidade fazem parte da construção histórica da ideia de nação. Assim afirmam-se as diferenças nacionais que são de ordem política, territorial, jurídica e econômica, através das pretensas peculiaridades culturais entre elas. A totalidade de uma cultura não pode ser reduzida a seus traços "nacionais", mesmo porque é impossível determinarmos a origem e propriedade de todas as manifestações culturais; a ideia de identidade nacional é apenas um recorte conceitual, uma das forma de representaação de nossas identidades. O substrato de uma nação não é de ordem biológica, e depende portanto da interação social do grupo que reproduz tradições ou as descarta estabelecendo cotidianamente formas de reconhecimento mútuo delimitando a fronteira

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