Aula Tema 2
Trabalho Universitário: Aula Tema 2. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: factore • 6/10/2013 • 1.192 Palavras (5 Páginas) • 280 Visualizações
O fluido amniótico humano tem sido utilizado no diagnóstico pré-natal já há mais de 70 anos. O primeiro relato sobre amniocentese foi em 1930, no qual os autores tentaram correlacionar o número de células presentes no líquido amniótico e o fenótipo celular com o sexo e a saúde do feto. Atualmente, uma das principais utilizações diagnósticas do líquido amniótico é no isolamento de células fetais para cariotipagem, no exame de anormalidades cromossômicas. Recentemente, foram apresentadas evidências de que o líquido amniótico pode ter outras aplicações, além da utilização como ferramenta diagnóstica. Ele pode ser importante fonte de células terapêuticas para vários distúrbios, tanto congênitos quanto no adulto.
O líquido amniótico contém uma quantidade muito grande de células em suspensão, população celular que é variável com a fase da gestação e que traduz as mudanças na formação do líquido amniótico e da maturação fetal e de seus anexos.1
Células-tronco são células precursoras não especializadas, definidas por três critérios principais: habilidade de autorrenovação, capacidade de se diferenciar em múltiplos tipos celulares especializados em resposta a sinais apropriados, e a habilidade de reconstituição in vivo de um determinado tecido. As células-tronco exibem diferentes graus em sua capacidade de diferenciação.
Um óvulo fertilizado contém células não somente capazes de formar células do mesoderma, endoderma e ectoderma e células germinativas, mas também células do trofoblasto, suporte necessário para a sobrevivência e desenvolvimento do embrião. Assim, pela capacidade de originar todas as células, estas células-tronco são classificadas como totipotentes.
As células-tronco embrionárias e células germinativas embrionárias, isoladas da massa celular interna do blastocisto ou a partir de células germinativas primordiais de um embrião no início de seu desenvolvimento, dão origem ao mesoderma, endoderma e ectoderma, e a células germinativas, mas não a tecidos extraembrionários, e são, por isso, chamadas de pluripotentes. Estas células-tronco geralmente podem ser mantidas em um estado indiferenciado sem perda do potencial de diferenciação, embora possam desenvolver anormalidades cariotípicas quando mantidas em cultura por longos períodos de tempo.
As células-tronco mesenquimais (mesenchymal stem cell - MSC) são consideradas como células multipotentes que possuem potencial para se diferenciar em múltiplas linhagens celulares. Elas geraram uma grande expectativa como fonte potencial de células para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas, justamente por sua capacidade intrínseca de autorrenovação e diferenciação. Porém, são uma população rara tanto na medula óssea de um ser humano adulto quanto no cordão umbilical a termo. As MSCs humanas possuem potencial para se diferenciar em múltiplas linhagens incluindo osso, cartilagem, músculo, adipócitos e uma variedade de outros tecidos conjuntivos. Morfologicamente, MSCs em seus estados indiferenciados apresentam formato de espícula, com aspecto fibroblastoide.
Não há graves questões éticas na obtenção de célulastronco hematopoéticas ou mesenquimais adultas, isoladas com facilidade da medula óssea. Porém, estas células, além de serem encontradas em número reduzido, são de difícil expansão contínua. Assim, as células-tronco embrionárias podem dar origem a qualquer tipo celular diferenciado muito mais eficazmente do que células-tronco adultas, que proliferam apenas por um número limitado de gerações e cuja resposta a sinais de diferenciação diminuem a cada geração. A utilização de células-tronco embrionárias, por outro lado, está cercada de inúmeros debates e questões éticas. Talvez uma alternativa adequada às células-tronco embrionárias fosse a utilização de células-tronco mesenquimais de líquido amniótico humano.
Populações celulares do líquido amniótico
A cultura de células do líquido amniótico humano mostra células com uma ampla gama de morfologias e comportamentos. Estas células são variáveis tanto em relação ao tamanho (6 a 50 µm) quanto às formas (escamosas a arredondadas). As populações celulares são heterogêneas, mesmo nos casos de gestações com desenvolvimento fetal normal, e expressam marcadores das três camadas germinativas.
Porém, a maior parte das células está diferenciada terminalmente nas linhagens epiteliais e tem capacidade muito limitada de proliferação e diferenciação. Células epiteliais amnióticas humanas (isoladas a partir da própria membrana amniótica, não a partir do fluido amniótico) possuem capacidade multipotente, aparentemente sendo capazes de se diferenciar em células neurais e da glia, e em precursores de hepatócitos. Estas células têm sido empregadas terapeuticamente em modelos animais de isquemia cerebral e lesão de medula espinal, e como transportadores transgênicos experimentais para o fígado. Contudo, elas não são universalmente consideradas como células do fluido amniótico.
A detecção de certas células progenitoras no fluido amniótico
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