Barbier e a Implicação no Trabalho de Pesquis
Por: anaamelia1908 • 6/9/2016 • Resenha • 482 Palavras (2 Páginas) • 191 Visualizações
ANÁLISE DA IMPLICAÇÃO COMO FERRAMENTA DE INTERVENÇÃO.
QUAIS AS RELAÇÕES ENTRE O PESQUISADOR E O ATO DE PESQUISADOR.
A IMPORTÂNCIA DE SE COPREENDER A IMPLICAÇÃO DO PESQUISADOR NO PROCESSO DE INVESTIGAÇÃO NAS CIÊNCIAS HUMANAS.
Encontramos em Barbier a definição sobre implicação no campo das ciências humanas.
A implicação não se restringe somente às escolhas deliberadas, racionais, pois sugere também o envolvimento do investigador na realização de um trabalho de campo. Vai além! Como?
Quais as relações entre o pesquisador e seu objeto, seu locus de pesquisa?
Toda pesquisa de campo é participante mas com graus diferentes da participação dos sujeitos no locus pesquisado.
Implicar, segundo o autor, consiste em interpretar como o pesquisador reage aos elementos pesquisados enquanto envolvido na sua permanência no campo, afetando, em maior ou menor grau, o processo de investigação.
A intersubjetividade da interação na pesquisa deve produzir resultados em razão da intervenção no objeto pesquisado.
Ao escolher o seu objeto de investigação, o pesquisador já trás na subjetividade de sua escolha, a influência do seu contexto de inserção. É impossível escapar ileso dessa atuação, dessa interferência.
A posição que o pesquisador assume em seu locus de pesquisa, as relações que estabelece com os sujeitos da sua investigação, os efeitos que essas relações produzem nas suas observações e na intervenção ou o produto desta, definem sua efetiva implicação.
É no contexto do projeto que insere a intervenção no trabalho de pesquisa que a análise da implicação merece ser destacada.
O problema relativo à participação ativa das pessoas implicadas com uma pesquisa e da interferência dos dispositivos de investigação nos processos observados, deriva do fato de o observador, inserido em seu campo de observação, transforma, por definição, seu objeto de estudo. A necessidade de incluir-se no processo investigativo denuncia a subjetividade de quem pesquisa.
O lugar da passividade a que as pesquisas convencionais sentenciavam os sujeitos da investigação seria removido para dar vez a flexibilidade da neutralidade na busca de informações: observações participantes com levantamento de dados, questionários que ampliam suas questões e a devolução de resultados aos entrevistados, são atitudes integradas aos procedimentos de investigação como implicação direta no campo de pesquisa.
O pesquisador, nessa visão de implicação, apresenta-se como um intelectual orgânico, que como um pesquisador social contribui efetivamente com os problemas do coletivo pesquisa, investigado.
A implicação, possibilita a inserção do pesquisador nas situações sociais de intervenção, atuando como observador e mediador no desenvolvimento da pesquisa com os sujeitos, fornecendo, através da sua ação, instrumentos e meios para uma ação transformadora.
Implicar para conhecer e mediar para transformar. O pesquisador implicado possui, pois, as ferramentas necessárias para agir como um interventor que coloca a instituição pesquisada em análise.
“Estar implicado ( realizar ou aceitar a análise de minhas próprias implicações) é, ao fim de tudo, admitir que sou objetivado por aquilo que pretendo objetivar: fenômenos, acontecimentos,, grupos, ideias etc.” ( Lourau, 2004, pg. 148).
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