CINCO NOTAS A PROPÓSITO DA QUESTÃO SOCIAL
Artigos Científicos: CINCO NOTAS A PROPÓSITO DA QUESTÃO SOCIAL. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: rafachess • 4/2/2015 • 967 Palavras (4 Páginas) • 4.307 Visualizações
NETTO, José Paulo. Cinco notas a propósito da questão social. In: Revista
Temporalis nº 3, Brasília: ABEPSS, 2001 (p. 41 a 49). - RESUMO
Autora: Katiene Fontes
Introdução:
O autor fala que a Questão Social faz parte da Agenda contemporânea do
Serviço Social, primeiro porque ocorridas quase duas décadas do fim da
ditadura a dívida social foi acrescida e segundo porque o processo de
renovação profissional está ancorando o projeto formativo na intervenção sobre
a Questão Social.
Fala das diversas compreensões da expressão QS e da oportunidade surgida
com o presente trabalho que apresentará algumas determinações teóricas e
históricas para circunscrever o entendimento do autor sobre Questão Social no
marco da tradição marxista;
Primeira Nota:
A expressão Questão Social surge na terceira década do século XIX com o fim
de explicar o fenômeno do pauperismo na Europa Ocidental que consistiu no
aspecto mais imediato da instauração do capitalismo em seu estágio industrialconcorrencial.
Explica a generalização da pobreza como nova dinâmica trazida pelo advento
do sistema capitalista e que crescia na razão direta da ampliação da
capacidade do sistema de produzir riquezas.
A
designação desse fenômeno como Questão Social relaciona-se diretamente
aos seus desdobramentos sócio-políticos - “Mantivessem-se os pauperizados
na condição cordata de vítimas do destino, revelassem eles a resignação que
Comte considerava a grande virtude cívica e a história subsequente seria
outra”. A partir dessa constatação mostra que o inconformismo dos
pauperizados com sua situação é uma ameaça à ordem burguesa
Segunda Nota:
A partir da segunda metade do século XIX a Questão Social desliza para o
vocabulário próprio do pensamento conservador , sendo o divisor de águas a
Revolução Industrial de 1848 que cerra o ciclo progressista da ação de classe
da
burguesia
onde
seus
intelectuais/representantes
ideológicos
não
conseguem compreender a relação entre desenvolvimento capitalista e
pauperização. Posta em primeiro lugar a manutenção e a defesa da ordem
burguesa, a Questão Social perde paulatinamente sua historicidade e é
crescentemente naturalizada, tanto no âmbito do pensamento conservador
laico quanto no do confessional. Para os primeiros, as suas manifestações são
desdobramentos da sociedade moderna e no máximo serão objetos de uma
intervenção política
limitada para amenizá-las e reduzi-las através de um
ideário reformista. Já para os segundos, se reconhece a gravitação da Questão
Social e se apela para medidas sócio-políticas para diminuir os seus gravames
entendendo que somente a sua exacerbação é contrária à vontade divina.
O autor mostra que os dois pensamentos convergem e propõem o
enfrentamento da Questão Social a partir de reformas que preserve, antes de
tudo e mais, a propriedade privada dos meios de produção, sem tocar nos
fundamentos da sociedade burguesa numa ação reformista para conservar.
O autor enfatiza que os eventos de 1848 não atingiu somente as expressões
ideais, mas também as bases do movimento dos trabalhadores e trazendo à
luz o caráter antagônico dos interesse sociais das classes fundamentais. E
deduz que a resolução da Questão Social estaria em função da eversão
completa da ordem burguesa , num processo do qual estaria excluída qualquer
colaboração de classes e, portanto a supressão da ordem burguesa levaria à
supressão da QS;
Terceira Nota:
Fala do marco que representou a publicação em 1867 do primeiro volume d'O
Capital de Karl Marx para a compreensão do complexo de causalidades da
Questão
Social.
Mostra que a análise marxiana da “lei geral de acumulação capitalista” revela
que o desenvolvimento capitalista produz compulsoriamente a Questão Social
e sua existência e manifestações são indissociáveis da dinâmica do capital.
Na sua análise a Questão Social está elementarmente determinada pelo traço
próprio e peculiar da relação capital/trabalho (exploração) e que longe de
unicausalidade ela é resultado de uma diversidade de componentes (históricos,
políticos, culturais, etc ).
O traço distintivo
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