CIÊNCIAS SOCIAIS E SUA IMPORTÂNCIA NA SOCIEDADE
Tese: CIÊNCIAS SOCIAIS E SUA IMPORTÂNCIA NA SOCIEDADE. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: marcioflay • 29/5/2014 • Tese • 5.243 Palavras (21 Páginas) • 316 Visualizações
TRABALHO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
Profa. Ma. Cláudia Regina Benedetti
AS CIÊNCIAS SOCIAIS E SUA IMPORTÂNCIA NA SOCIEDADE
Novembro de 2012
Sociologia: contexto histórico, político e social de seu surgimento.
Como várias outras disciplinas modernas das ciências sociais aplicadas (economia,política, direito positivo, por exemplo), a sociologia nasce no contexto da revolução industrialna Europa ocidental, quando a reflexão sobre as organizações humanas, inclusive num sentidocomparativo entre as sociedades civilizadas – em contraposição à comparação entre estas e associedades ditas primitivas, que redundará na antropologia –, começa a ser sistematizadapelos primeiros filósofos sociais, ou “ideólogos”, como foram chamados alguns deles, napassagem do Iluminismo para a sociedade capitalista, movimento aliás coincidente com aRevolução francesa. Alguns desses pensadores iluministas – entre eles Rousseau e Condorcet,por exemplo – colocam as bases de um discurso não mais simplesmente filosófico, ou apenashistórico, mas de natureza quase sociográfica sobre as formas de organização social e asinstituições criadas pelos homens para regular as relações entre eles. O contratualismo inglêsou o de Rousseau, o progresso das luzes na visão desses ideólogos da sociedade civil e aevolução dos meios materiais (tecnologia), assim como as funções do Estado e os modospelos quais os homens entram em relações de trabalho ou se organizam politicamenteconstituem alguns dos diversos elementos conceituais que integrarão, já no século XIX, essanova disciplina que seria batizada pelo pensador francês Augusto Comte de “sociologia”.
Antes dele, alguns “estatísticos” tinham começado a coletar dados sobre a vida doshomens em sociedade: nascimento, morte, trabalho, criminalidade, ocupações profissionaisetc. Outros, preocupados com a amplitude do sofrimento humano – naturalmente existente ouprovocado pelos próprios homens – e as desigualdades existentes (algumas aprofundadosnessa mesma época), se dedicaram a preconizar grandes projetos de reforma das sociedadestradicionais, ou em transição para o sistema fabril capitalista, em função de projetos algoutópicos que também se situam nas origens das doutrinas socialistas. Entre estes se destaca oaristocrata francês Saint-Simon que, com base nesse tipo de valor ideal, passa a investigar ascausas da organização social de sua época, com vistas a preconizar melhorias graduais nofuncionamento da sociedade.Desse tronco derivam as diferentes doutrinas socialistas e, no plano do método, as formas deinterpretar os problemas sociais e eventuais formas de superá-los.Essa é uma era das revoluções, como intitulou Eric Hobsbawm seu estudo de históriacobrindo essa passagem da antiga sociedade aristocrática e absolutista para uma outra na qualmais classes passam a ter acesso ao sistema político, em primeiro lugar a burguesia, maisadiante o proletariado. Mas, segundo ele mesmo, a era revolucionária deu lugar à era do
capital, tão bem estudada por Karl Marx e seus discípulos, que faziam sociologia ainda quenão de forma deliberada ou sistemática. Um desses seguidores, Herbert Marcuse, já no séculoXX, considerou que o surgimento da teoria social se faz sob o signo da negatividade, isto é, ofato de tentar superar o conjunto de contradições sociais negando o conjunto de relaçõessociais existentes em favor de formas superiores de organização social, o que revela acontribuição do hegelianismo para a configuração doutrinal dessa disciplina.
Uma análise mais sistemática desses problemas sociais será proposta tanto porpensadores franceses, como o já citado Comte, como ingleses, entre os quais se destacaHerbert Spencer, adepto do evolucionismo e da seleção natural à la Darwin. É nessa épocaque a sociologia deixa de lado os aspectos morais e filosóficos para penetrar em um campomais “científico”, com estudos quantitativos sobre as sociedades humanas. Mas a influênciada “biologia social” sobre essa disciplina ainda é muito forte, pois a sociedade é pensada
como um corpo orgânico, cujos “membros” (os homens) precisam cumprir certas funçõespara o maior benefício do todo. A intenção seria o de construir a “paz social”, algoviolentamente negado por Marx e seus seguidores, que vêem no princípio da luta de classes omotor da história.
Nessa tradição, a sociologia aparece de fato como a ciência da luta de classes, mas ospsicólogos sociais, sobretudo franceses (como Gustave Le Bon), buscam corrigir essa visãopela análise dos comportamentos humanos e das formas de sociabilidade. A fusão dessesdiferentes ramos das ciências sociais, inclusive o da história e o da economia, irá resultarnuma das mais importantes obras já efetuados sobre o pensamento e o método da sociologia:a do pensador alemão Max Weber. Vindo da tradição da escola histórica alemã, mas tambéminfluenciado pelo marxismo (que ele procurará contestar), Weber deixa um importante legado
que será recuperado por praticamente todos os sociológos do século XX,a começar pelosfuncionalistas e pelos comparatistas. Com Weber a sociologia emerge, realmente, comodisciplina completa e dotada de métodos rigorosos, para servir, não mais uma causa política –reformista ou revolucionária, como tinha sido o caso até então – mas um objetivo de análisecientífica da sociedade.
A Sociologia como Ciência.
Ciência X Censo Comum
Ciência: usa métodos lógicos e sistemáticos a fim de obter os dados necessários para se chegar às conclusões apropriadas.
Censo Comum: inclui as crenças cotidianas que foram transmitidas de uma geração para outra. Já se disse que muito do que é senso comum jamais foi submetido aos testes e análises científicos.
a) A Sociologia no campo das ciências: é muito menos rigorosa do que a maioria das ciências naturais por duas razões básicas:Primeiramente porque só há pouco foi aplicado o método científico ao estudo do comportamento social, e depois porque, ao tratar com pessoas, lidamos com o imponderável, pois os indivíduos estão sujeitos a mudanças no comportamento que podem influenciar, significativamente, seu relacionamento com os outros e com o cientista
que deseja estudá-los.
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