CONCEITO TRADICIONAL E SUA CRÍTICA
Resenha: CONCEITO TRADICIONAL E SUA CRÍTICA. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: diegocb • 9/4/2014 • Resenha • 452 Palavras (2 Páginas) • 222 Visualizações
A CONCEPÇÃO TRADICIONAL E SUA CRÍTICA
A primeira dificuldade ao se falar da “crise” ou desafios atuais
da cidadania consiste no pressuposto da existência de um conjunto de
traços razoavelmente consensuais, cuja conjugação define aquilo que deve
ser compreendido por cidadania moderna, fornecendo assim um parâmetro
de comparação para se avaliar a natureza e envergadura de determinadas
transformações em curso. Falar em “cidadania moderna”, nesse sentido,
apenas é possível no plano de formulações em maior ou menor medida
abstratas, cuja construção estilizada permite sintetizar para a análise aqui-
lo que, no terreno da história, corresponde aos complexos processos de edi-
ficação dos Estados-nação; processos tanto mais diferenciados quanto mais
se aproxima a análise da questão social ¾ dos direitos sociais ¾ e de sua
cristalização em constelações distintas de regimes e bem-estar (Esping-
Andersen, 1991: 85-116; 1995: 73-111).
Sem dúvida, a concepção mais influente da cidadania moderna
foi elaborada por T. H. Marshall, quando da sua conferência seminal
“Cidadania e Classe Social”, ministrada no final dos anos quarenta a
propósito da obra do economista Alfred Marshall. A tal concepção seria
pertinente adicionar as formulações de Reinhart Bendix ¾não apenas por
sua influência, mas por se tratar de desenvolvimento analítico complemen-
tar ao pensamento do primeiro autor. No contexto da argumentação aqui
apresentada, assume-se que a concepção tradicional da cidadania pode ser
cabalmente encontrada no opúsculo canônico de Marshall (1949) ou no
estudo clássico do segundo autor acerca da relação entre a cidadania e os
processos de centralização do poder em aparatos burocráticos modernos ¾
construção do Estado-nação (Bendix, 1964). É claro que as idéias de
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ambos os sociólogos não são isentas de controvérsias; todavia, os matizes
e restrições introduzidos pelas críticas mais recorrentes não comprometem
o núcleo daquilo que ainda hoje é tido como as feições distintivas da
cidadania moderna. È bem conhecido o modelo dito evolutivo de Marshall,
no qual o progressivo alargamento da cidadania ¾ enquanto status de di-
reitos
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