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CULTURA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA

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Por:   •  26/11/2014  •  3.946 Palavras (16 Páginas)  •  909 Visualizações

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RESUMO PARA A PROVA DE CULTURA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA

Sérgio Buarque de Holanda 1902 – 1982

 Sociólogo, historiador, jornalista, professor universitário, homem de letras e de política.

 Autor de Raízes do Brasil, um dos mais importantes livros sobre a formação social brasileira

 Curiosidade: pai do compositor Chico Buarque

 Análise de trechos selecionados:

 “[...] essa cordialidade, estranha, por um lado, a todo formalismo e convencionalismo social, não abrange, por outro lado, apenas e obrigatoriamente, sentimentos positivos e de concórdia. A inimizade bem pode ser tão cordial como a amizade, nisto que uma e outra nascem do coração, procedem, assim, da esfera do íntimo, do familiar, do privado. Pertencem, efetivamente, para recorrer a um termo consagrado pela moderna sociologia, ao domínio dos ‘grupos primários’, cuja unidade [...] ‘não é somente de harmonia e amor’.” (nota p. 205)

- Cordial= usado o sentido etimológico: do latim cordialis, de cor cordis, “coração”à “relativo ao coração”.

- Estrangeiros que nos visitam revelam a hospitalidade, a generosidade ...

- Não é “civilidade”, “etiqueta”, “polidez”, ‘boas maneiras”: é o contrário!

- É expressão de um “fundo emotivo transbordante”, de manifestações espontâneas.

- Análise de trechos selecionados:

“O Estado é uma ampliação do círculo familiar e, ainda menos, uma integração de certos agrupamentos, de certas vontades particularistas, de que a família é o melhor exemplo. Não existe entre o círculo familiar e o Estado, uma gradação, mas antes uma descontinuidade e até oposição [...] Só pela transgressão da ordem doméstica e familiar é que nasce o Estado e que o simples indivíduo se faz cidadão, contribuinte, eleitor, elegível, recrutável e responsável, ante as leis da cidade.” (p.141)

A sociedade caracterizada pela dificuldade em distinguir os domínios do público e do privado; do Estado e da família

à

tendência a ver uma esfera como extensão da outra.

Patrimonialismo, e não burocracia (tipos ideais, Weber): a gestão política como assunto de interesse particular, com base na confiança pessoal, e não em capacidades abstratas, racionais (como a ordenação impessoal, característica da burocracia). Predomínio das vontades particulares.

• O “nepotismo” na política seria um exemplo do que Sérgio Buarque de Holanda fala sobre a dificuldade em se distinguir os domínios do público e do privado?

• A expressão “Você sabe com quem está falando?” seria característica do “homem cordial”?

• Geralmente tendemos a ver apenas o lado negativo da “burocracia”. Contrastado com o mundo dominado pelo patrimonialismo (no qual predominam as relações pessoais), quais seriam as características positivas da burocracia?

• Análise de trechos selecionados:

“Foi o moderno sistema industrial que, separando os empregadores e empregados nos processos de manufatura e diferenciando cada vez mais suas funções, suprimiu a atmosfera de intimidade que reinava entre uns e outros e estimulou os antagonismos de classe. O novo regime tornava mais fácil, além disso, ao capitalista, explorar o trabalho de seus empregados, a troco de salários ínfimos” (p.142)

• As relações pessoais eram diretas (mestres e aprendizes dividiam os instrumentos, usavam a mesma sala).

• Surge a hierarquia de funcionários (superintendente, diretor, presidente.) - não há mais responsabilidade pela vida dos trabalhadores manuais.

• Este transformou-se em um “simples número – a relação humana desapareceu”.

• Segundo Buarque, instituições e relações sociais substituíram laços de afeto e sangue por princípios abstratos.

• Análise de trechos selecionados:

• Buarque cita Knight Dunlap para discutir sobre a família:

• “a criança deve ser preparada para desobedecer nos pontos em que sejam falíveis as previsões dos pais. Deve adquirir progressivamente a individualidade (...) os casos frequentes em que os jovens são dominados pelas mães e pais na escolha Das roupas, dos brinquedos, dos interesses e atividades gerais, a ponto de se tornarem incompetentes, tanto social como individualmente, quando não psicopatas, são demasiado frequentes para serem ignorados” (p143)

• Essa educação patriarcal, de vínculos familiares opressivos, com padrões de conduta impostos pelo círculo doméstico não favorece a formação de uma sociedade igualitária.

• Buarque enxerga como positivo situações que valorizam a iniciativa pessoal e a concorrência entre os cidadãos (triunfo das “virtudes antifamiliares”).

• No Brasil onde predominou a família patriarcal e somado a um posterior desenvolvimento da urbanização fez nascer um desequilíbrio social.

• Novamente, por conta dessa formação, nesse ambiente, tornou-se difícil a distinção do público e do privado.

• Análise de trechos selecionados:

“Nada mais significativo dessa aversão ao ritualismo social, que exige, por vezes, uma personalidade fortemente homogênea e equilibrada em todas as suas partes, do que a dificuldade em que se sentem, geralmente os brasileiros, de uma reverência prolongada ante um superior” (147/148).

• Nenhum povo está mais distante da vida ritualística do que o brasileiro.

• Devido à cordialidade o indivíduo consegue manter sua supremacia perante o social. A polidez implica uma presença contínua e soberana do indivíduo.

• Entre os japoneses, por exemplo, o convívio social chega a tal ponto de confundir-se com a reverência religiosa.

• Análise de trechos selecionados:

“O desconhecimento de qualquer forma de convívio que não seja ditada por uma ética de fundo emotivo representa um aspecto da vida

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