Carne E Osso

O documentário Carne e Osso fala sobre a realidade dos trabalhadores de frigoríficos do Brasil. Realidade que é composta por longas jornadas de trabalho, na qual os profissionais são obrigados a passar sua vida atrás de esteiras, como robôs, realizando atividades repetitivas dia após dia. Nota-se claramente que o trabalhador não é o foco da empresa, mas sim a produção em massa. Consequentemente, a principal crítica feita a elas é o descaso com relação aos acidentes e problemas de saúde causados pelo trabalho árduo realizado ao longo da linha de montagem, sem nenhum descanso. Muitos dos médicos são negligentes perante situações de problemas graves, deixando que a situação chegue até a pontos irreversíveis. Por fim, trabalhadores que passaram suas vidas dentro das empresas, são deixados sem nenhum tipo de auxílio pelas mesmas.

Podemos perceber ao longo do vídeo, os aspectos do taylorismo. Os trabalhadores devem executar suas tarefas cada vez mais rápido, buscando sempre a maneira correta que possui menor gasto de energia e tempo possível. Além disso, nota-se que a decisão sobre o processo de produção e as regras impostas são feitas pela gerencia (supervisores, encarregados), aos funcionários cabe apenas a execução daquilo que foi determinado e imposto, sem nenhum tipo de reclamação.

Também vemos a predominância da linha de montagem fordista, com divisão de trabalho, porém com certa conexão entre as diferentes etapas do processo produtivo. E, sobretudo, a repetição de tarefas que causa uma especialização dos trabalhadores, ou seja, uns cortam, outros embalam, alguns verificam, não permitindo que se canse inutilmente, por isso muitos trabalhadores eram até mesmo proibidos de conversar. Tudo isso para aumentar a capacidade de produção dentro de um mesmo período de tempo.

Isso gera um operário sem atividade intelectual, tornando-se apenas um apêndice das máquinas e que produz um trabalho alienado, já que ocorre diminuição do poder do trabalhador sobre o processo de trabalho. Porém, esse modelo gera um aumento da produtividade, do lucro e um maior controle da qualidade de produto, mas, por outro lado, também torna os operários “objetos” de produção.

Portanto, podemos perceber que, a partir do documentário, é necessária a formação de mais instituições regulamentadoras do trabalho em frigoríficos, para que cada pessoa possa receber um salário digno e que tenha suas necessidades e direitos cumpridos.