Resenha do video " Carne e Osso"
Por: Nathália Manhães • 29/10/2015 • Resenha • 442 Palavras (2 Páginas) • 819 Visualizações
O documentário “Carne e Osso” tem o intuito de relatar a vida dos trabalhadores de um frigorífico, onde suas necessidades e segurança básica são completamente deixadas de lado pelos empregadores para que eles foquem única e exclusivamente na produção e nos lucros finais.
Para otimizar a produção, os empresários reprimem a conversa em horário de trabalho, idas ao banheiro e quando a meta não é alcançada, uma pena é dada ao funcionário (trabalhar mais do que o necessário) para que sirva como lição e não aconteça novamente.
A forma administrativa desses frigoríficos se assemelha ao Fordismo e ao Taylorismo. Esses dois métodos trabalhísticos tinham o mesmo objetivo: ampliação do lucro. Ambos visam apenas à ampliação da produção, sem levar em conta os direitos ou as condições de trabalho dos funcionários.
Nesse sistema os trabalhadores ficam reféns das maquinas. As esteiras ditam o nível de desempenho do seu trabalho, mesmo que você não agüente aquele ritmo. Os funcionários são submetidos a movimentos repetitivos, como desossar um frango, dia após dia. Os movimentos são estudados e padronizados para que o trabalhador alcance o máximo possível de produção diária. Isso equivale a três vezes mais movimentos do que o limite de segurança permite.
O foco principal das queixas dos funcionários é que os empresários querem o máximo de produção, sem aumentar o número de funcionários e estipulando metas absurdas a serem cumpridas até o final do expediente.
Essa forma repetitiva de trabalho gera a curto prazo problemas como: dores musculares, tendinite, depressão, problemas na coluna, etc. Ocasionando uma diminuição significante na vida útil desse trabalhador. Os médicos dessas empresas acabam muitas vezes negligenciando a gravidade dos problemas, deixando chegar a um ponto que a doença se torna irreversível. Com o estudo desses acontecimentos, os empregadores, visando os lucros, mantém um tempo máximo para cada funcionário. Ao perceber que o estado de saúde do funcionário já se encontra em estado precário eles são demitidos para que não gere danos a empresa. São basicamente descartados como inválidos para que outra empresa arque com os efeitos desse trabalho, parcialmente, escravo ou, muitas das vezes, as empresas não aceitam funcionários com tal estado de saúde, fazendo com que os funcionários não tenham saída, a não ser procurar algum meio de remuneração informal.
A única solução para o fim dessas medidas desastrosas adotadas por esses frigoríficos ou qualquer empresa que mantenha o foco na produção, seria a conscientização dos danos que são gerados aos trabalhadores e um re-planejamento na carga horária, no ritmo da linha de produção e, principalmente, no sistema de pausas, para que o trabalhador possa descansar a musculatura e evitar uma possível doença crônica precoce inutilizando ele no mercado de trabalho.
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