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Ciencias Socias

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Por:   •  8/10/2014  •  2.257 Palavras (10 Páginas)  •  287 Visualizações

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1- O Positivismo

Auguste Comte (1798-1857)

“O Amor por princípio, a Ordem por base, o Progresso por fim”

A primeira corrente teórica sistematizada de pensamento sociológico foi o positivismo, a primeira a definir precisamente o objeto, a estabelecer conceitos e uma metodologia de investigação. Além disso, o positivismo, ao definir especificidade do estudo científico da sociedade, conseguiu distinguir-se de outras ciências estabelecendo um espaço próprio à ciência da sociedade. Seu primeiro representante e principal sistematizador foi o pensador Augusto Comte.

O positivismo derivou-se do “cientificismo”, isto é, da crença no poder exclusivo e absoluto da razão humana em conhecer a realidade e traduzi-la sob a forma de leis naturais.

Essas leis seriam a base da regulamentação da vida do homem, da natureza como um todo e do próprio universo. Se o conhecimento e o método científico utilizado pelos cientistas das ciências naturais (sobretudo na Biologia e Física) era válido para explicar e interferir nos fenômenos da natureza, assim também, estes poderiam ser utilizados para explicar e interferir nos fenômenos sociais. A estes preceitos, para os sociólogos modernos, deu-se, como vimos na aula anterior, o nome de Darwinismo social.

É importante situar o desenvolvimento do pensamento positivista no contexto histórico do século XIX.

A expansão da Revolução Industrial pela Europa, obtida pelas revoluções burguesas que atingiram todos os países europeus até 1870, trouxe consigo a destruição da velha ordem feudal e a consolidação da nova sociedade capitalista.

O processo de consolidação do capitalismo colocou em evidência os mais diversos problemas da estrutura societária emergente. Vários pensadores sociais irão procurar refletir sobre as alterações na realidade social, na tentativa de compreendê-la, analisá-la e mesmo, propor soluções.

O pensador francês Augusto Comte (1798-1857) foi um desses filósofos sociais, sistematizando a primeira corrente teórica do pensamento sociológico: o positivismo. Essa corrente teórica foi a primeira a definir precisamente o objeto, a estabelecer conceitos e uma metodologia de investigação. Além disso, o positivismo, ao definir a especificidade do estudo científico da sociedade, conseguiu distinguir-se de outras ciências estabelecendo um espaço próprio à ciência da sociedade. O positivismo caracterizava-se pela suposição de que o saber científico é superior ao saber filosófico (dito metafísico por Comte) e ambos são superiores ao saber religioso (chamado teológico):

O Positivismo refletiu o entusiasmo burguês pela consolidação capitalista, por meio do desenvolvimento industrial e científico. Comte devotou-se à Sociologia, uma palavra que ele elaborou para descrever a ciência da sociedade. Ele acreditava que sua principal contribuição foi a teoria de que a humanidade passou por três estágios de evolução histórica e cultural e de desenvolvimento intelectual: o teológico, o metafísico e o positivo.

Para ele, “as ideias conduzem e transformam o mundo e é a evolução da inteligência humana que comanda o desenrolar da história. O espírito humano, em seu esforço para explicar o universo, passa sucessivamente por três estados:

i) teológico ou “religioso”: explica os fatos por meio de vontades análogas à nossa vontade (a tempestade. p.e., será explicada por um capricho do Deus dos ventos, Êolo): Este estado evolui ao fetichismo, politeísmo e ao monoteísmo.

ii) metafísico: substitui os deuses por princípios abstratos como “o horror do vazio” por longo tempo atribuído à natureza. A tempestade, p.e., será explicada pela virtude dinâmica do ar. São igualmente metafísicas as tentativas de explicação dos fatos biológicos que partem do “princípio vital”, assim como as explicações das condutas humanas que partem da noção de “alma”. O homem projeta espontaneamente sua própria psicologia sobre a natureza.

iii) positivo: é aquele em que o espírito renuncia a procurar os fins últimos e procura responder aos últimos “porquês” Contentar-no-emos em descrever como os fatos se passam, em descobrir as leis (exprimíveis em linguagem matemática) segundo as quais os fenômenos se encadeiam uns aos outros. Tal concepção influencia diretamente na técnica: o conhecimento das leis positivas da natureza nos permite, com efeito, quando um fenômeno é dado, prever o fenômeno que se seguirá e, eventualmente agindo sobre o primeiro, transformar o segundo - Ciência donde previsão. previsão donde ação” . (Primeira Lição do Curso de Filosofia Positiva, A. Comte) .

Comte procurou completar o estágio positivo ao criar a mais complexa de todas, a sociologia como ciência.

Os traços mais marcantes do Positivismo são certamente a excessiva valorização das ciências e dos métodos científicos, a exaltação do homem e suas capacidades e o otimismo em relação ao desenvolvimento e progresso da humanidade.

È importante ressaltar o estudo das mudanças sociais em sua obra. Para ele, era necessário resolver a crise social que se apresentava não apenas na França, mas também em toda Europa. Ele preconizava uma nova ordem social, combinando ordem e progresso.

Para tal, valendo-se de raciocínio análogo à Física, ele identifica dois movimentos na sociedade: a estática social e a dinâmica social.

Comte distingue a sociologia estática da sociologia dinâmica. A primeira estuda as condições gerais de toda a vida social, considerada em si mesma, em qualquer tempo e lugar. Três instituições sempre são necessárias para fazer com que o altruísmo predomine sobre o egoísmo (condição de vida social). A propriedade (que permite ao homem produzir mais do que para as suas necessidades egoístas imediatas, isto é, fazer provisões, acumular um capital que será útil a todos), a família (educadora insubstituível para o sentimento de solidariedade e respeito às tradições), a linguagem (que permite a comunicação entre os indivíduos e, sob a forma de escrita, a constituição de um capital intelectual, exatamente como a propriedade cria um capital material).

A sociologia dinâmica estuda as condições da evolução da sociedade: do estado teológico ao estado positivo na ordem intelectual, do estado militar ao industrial na ordem prática - do estado de egoísmo ao de altruísmo na ordem afetiva. A ciência que prepara a união de todos os espíritos concluirá a obra de unidade (que a Igreja católica havia parcialmente realizado na Idade Média) e tornará o altruísmo universal,

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