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Ciências Sociais

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Por:   •  24/4/2013  •  3.515 Palavras (15 Páginas)  •  368 Visualizações

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RELATÓRIO I

Cultura não é apenas reprodução, pois se assim o fosse seria reduzida à tradição. Em nível geral pode-se afirmar que cultura é toda produção humana que, por sua vez, produz o próprio homem, pois o torna participante de uma determinada comunidade ou grupo social. A construção de significados e a natureza simbólica da linguagem só são possíveis graças ao acesso à cultura, haja vista que tais capacidades não são inatas nos indivíduos. “Por mais que o indivíduo pareça operar por conta própria ao realizar sua busca de significados, ninguém pode fazê-lo sem o auxílio dos sistemas simbólicos da cultura” (BRUNER, p.16).

Os indivíduos não são frutos passivos de uma sociedade, muito menos a sociedade é totalmente controlada pelos indivíduos. Não há uma antinomia entre ambos. O indivíduo já possui dentro de si a sociedade e a sociedade já carrega dentro de si o indivíduo. Tais afirmações podem corroborar a tese de que a sociedade é um dos fatores cruciais para a humanização dos indivíduos, por outro lado, e de que são os indivíduos que formam a sociedade, que a constroem. Parafraseando Peter Berger e Thomas Luckmann, a auto-produção humana é sempre e necessariamente um empreendimento social (2009, p.75).

Sendo assim, a sociedade é um conjunto de indivíduos que partilham uma cultura com as suas maneiras de estar na vida e os seus fins, e que interagem entre si para formar uma comunidade.

RELATÓRIO II

A pretensão do autor nessa obra é mostrar que a realidade do senso comum pode ser influenciada pelo mercado de idéias. A obra mostra a realidade, o que constitui a realidade cotidiana do mundo. Segundo o autor, para entender a realidade da vida cotidiana é necessário ter ciência de que a filosofia é inerente a essa construção. O mundo da vida cotidiana não é apenas uma garantia dada pelos membros da sociedade, mas também surgem de aspectos particulares como pensamentos e ações. O autor entende que a melhor técnica para atender a natureza dessa realidade é a fenomenologia, já que essa se constitui como uma técnica descritiva empírica, mas não cientifica do ponto de vista de ciência empírica.

Segundo o autor a realidade se forma a partir da relação com outro. Mas, o sentido de realidade nesse livro é de coisas corpóreas ou materiais, ou seja, eu chamo de realidade objetiva as coisas que eu sei que existem porque são corpóreas.

Logo, devemos entender o mundo como tendo múltiplas realidades, porém, dentro dessas realidades a mais importante é aquela da vida cotidiana e essa é a predominante (por exemplo: eu pego um ônibus todos os dias, nesse ônibus vejo as mesmas pessoas, desço do ônibus e paro em uma padaria e sou atendido pelo balconista, esses objetos fazem parte da minha realidade, porém, se eu me atrasar essa realidade muda, as pessoas do ônibus não serão as mesmas, o balconista provavelmente não será o mesmo), ou seja, diante da minha realidade há uma série de outras realidades que existem independentes da minha.

Estendendo a realidade da vida diária como sendo ordenada em padrões que são independentes, ela aparece ordenada por objetos que já estão lá antes da minha entrada em cena. A realidade está organizada em torno do aqui, do meu corpo e do “agora”, esse é o foco da minha atenção.

A realidade é muito grandiosa e por isso as pessoas a recortam, ou seja, tiram um pedaço para si para que seja possível viver nela. O autor diz que as coisas ganham significados por meio da linguagem, a linguagem delimita as coordenadas da minha vida e enche os objetos de significados. A realidade é uma construção de uma cadeia de sintetizantes que surgem da idéia de alguém. A realidade é uma construção material da idéia de alguém.

A realidade cotidiana é controlada por variáveis que são tempo e espaço e isso mostra que a vida cotidiana é abandonada por diversos graus de proximidade de objetos. Ela muda de acordo com tempo e espaço, o que era ontem amanha será outra coisa por conta dessas variáveis. O autor esta falando nesse trecho acima que o ser humano apenas se interessa pela realidade útil a ele, pois sabe que muito provavelmente não poderá viver a realidade como um todo.

A realidade surge da relação com o outro, é impossível construir minha realidade sem ter contato com os outros, deve-se saber que esses outros têm uma referência da realidade diferente da minha, pois o meu “aqui é lá para ele”, mas de qualquer modo sei que vivo com eles em um mundo comum repleto de significados. A realidade cotidiana é sempre partilhada e o mundo mais coerente é a interação que ocorre frente a frente, lembre-se que a realidade objetiva esta muito ligada com o corpóreo que envolve meu corpo, pois nesse contexto há uma realidade que podemos modificar.

Nas situações frente a frente o outro é aprendido por mim, sendo que há uma interação, intercambio de expressividade, “vejo e interajo por sorrisos, diálogos e reciprocidade dessas expressões”. Obviamente o outro pode ser real sem estar frente a frente, entretanto ele só é real de modo não tangível e subjetivo, só que a subjetividade é particular e apenas eu conheço a minha completamente. Aqui é onde se encontra a sacada do autor, pois ele diz haver a realidade e a realidade objetiva, a realidade objetiva é mais ligada ao corpóreo, sendo que a realidade pode ser composta por um fator subjetivo não tangível, mas mesmo não sendo tangível faz parte da minha realidade objetiva de modo subjetivo.

Segundo o autor, a subjetividade do outro, eu só tenho acesso por meio de um número de indicadores corporais ou descritivos e até mesmo por meio de objetos que representam a representação da subjetividade do outro, pois todo e qualquer objeto é dotado de marcos da produção humana.

O organismo humano ainda esta se desenvolvendo e já começa a ter contato com o ambiente. Mesmo na barriga da mãe o sujeito já vai tendo contato com um ambiente na qual entrará. Segundo o autor o ser humano se relaciona com o ambiente natural, mas também com uma ordem cultural e social especifico na qual já está feita antes dele chegar. O organismo humano mesmo com limites fisiológicos manifesta uma imensa plasticidade nas suas respostas às forças ambientais que atuam sobre eles. Aqui o autor fala da plasticidade do homem, o homem tem sua natureza, mas também a constrói e ainda se produz a si mesmo. O que faz do homem dono dele mesmo é a capacidade de plasticidade (adaptação) que ele tem, ele quando nasce é envolvido em um contexto social que já existe repleto de valores e mesmo assim

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