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Cluster

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Por:   •  1/4/2014  •  6.023 Palavras (25 Páginas)  •  410 Visualizações

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A FORMAÇÃO DE CLUSTERS COMO OPÇÃO DE DESENVOLVIMENTO

Resumo: Clusterização tem sido uma forma de alavancar economias através da exploração de uma característica específica de produção de uma região. As diversas sinergias advindas da cooperação entre os agentes de um mesmo Cluster bem sucedido acarretam em menos custos e conseqüentemente mais receitas. Experiências bem sucedidas de Clusters demonstraram também que a renda per capta da população também se elevaram bastante e também é objetivo deste trabalho discutir alguns destes casos de sucesso, entre eles, o caso de Emilia-Romania na Itália e também o caso brasileiro do Vale dos Vinhedos em Bento Gonçalves. Clusters são uma real possibilidade de desenvolvimento e sua aplicação pode ser feita em países em desenvolvimento colaborando com a auto sustentabilidade destes países. Para tanto, também procurando abordar o fundamental comprometimento de alguns stakeholders no processo de formação de um Arranjo Produtivo Local.

1. Introdução

A clusterização é uma forma de desenvolvimento sustentado que está sendo estudada a fundo por pesquisadores e implantada em regiões potenciais do Brasil como forma de desenvolver a economia local e criar pontos de referência para determinados produtos partindo deste método de parcerias e cooperação entre os integrantes do processo, essa dinâmica de desenvolvimento sustentado também é abordada pelo presente texto de forma sucinta com a finalidade de embasar à temática central.

Embora sempre tenham existido, os clusters produtivos ganharam importância e notoriedade nos últimos anos, em função do processo de globalização, que alterou paradigmas até então prevalecentes, como o das vantagens comparativas (custos dos fatores e dos insumos), que cederam lugar aos ganhos de produtividade decorrentes de vantagens competitivas dinâmicas locais (conhecimento, inovação, relacionamento, motivação), com as quais os concorrentes geograficamente distantes não conseguem competir.

São exemplos de clusters no mundo:

 Bielle, no norte da Itália: lã.

 Busto-Arsízio, perto de Milão: máquinas e ferramentas.

 Lyon, na França: seda

 Vale do Silício, nos Estados Unidos: software, telemática.

 Londres: banking e seguros

 Offenbach e Würzburg, na Alemanha: máquinas gráficas.

 Vale de Sonoma, na Califórnia: vinho.

 Florença, na Itália: sapatos e bolsas de couro.

 Boston, nos Estados Unidos: equipamentos médicos.

A idéia básica é a de que nenhuma empresa é competitiva isoladamente quando entrante no mercado. O que acontece dentro da unidade produtiva é importante, mas está comprovado que o ambiente empresarial no qual a firma está inserida (o cluster) também desempenha papel vital para a competitividade. Um excelente hotel, bem estruturado e com bons serviços, terá grande dificuldade de viabilizar-se, se a cidade onde se situa padecer de problemas de segurança, os serviços locais de aeroporto, táxi e restaurantes funcionarem precariamente, os serviços de apoio à promoção de eventos forem deficientes, as atrações turísticas da cidade forem poucas, o artesanato regional for pobre. Ou vice-versa: O bom desempenho de um membro ou de um segmento de um cluster pode aumentar o sucesso dos demais.

Há os que digam que um cluster poderia ser comparado a uma colméia pela mesma sugerir cooperação, colaboração, especialização e divisão do trabalho buscando a sobrevivência. Em uma colméia, as abelhas se agrupam com funções distintas (trabalhadoras, soldados, reprodutores) e um único interesse. Esse exemplo pode ser até utilizado em uma visão macro, mas se formos no cerne da questão veremos que a figura do cluster se difere da colméia quando olhamos para a rainha, a líder das abelhas. Um cluster não é liderado, sugere a idéia de coletividade, mútuo esforço, crescimento contínuo e conjunto, o destaque se dá no todo e não para uma empresa em detrimento de outrem.

Destarte, o estudo está estruturado em dez capítulos. O tipo de estudo a ser desenvolvido nesse artigo é um estudo de caso, embora se tratando de uma pesquisa descritiva e explicativa. Descritiva por expõe características e atividades relativas aos Arranjos Produtivos Locais e Explicativa, pois se propõe a esclarecer os fatores que de alguma forma contribuem para a formação da estratégia de competição. Entretanto, para uma abordagem dos Arranjos Produtivos Locais enquanto um modelo de desenvolvimento econômico e social e por este principal motivo já se justifica sua relevância, destacaremos nos primeiros capítulos o estudo dedicado a apresentar os princípios conceituais (proposições teóricas), os stakeholders e suas contribuições, a forma de organizacional de um Cluster e suas principais características. Nos capítulos finais, abordaremos dois estudos de caso de sucesso Emilia-Romania na Itália e também o caso brasileiro do Vale dos Vinhedos em Bento Gonçalves.

2. Conceito

Porter (1999) conceitua Cluster como:

"Clusters são concentrações geográficas de companhias e instituições inter-relacionadas num setor específico. Os Clusters englobam uma gama de empresas e outras entidades importantes para a competição, incluindo, por exemplo, fornecedores de insumos sofisticados, tais como, componentes, maquinário, serviços e fornecedores de infra-estrutura especializada. Os Clusters, muitas vezes, também se estendem para baixo na cadeia produtiva até os consumidores, e lateralmente até manufaturas de produtos complementares e na direção de empresas com semelhantes habilidades, tecnologia, ou de mesmos insumos. Finalmente, muitos Clusters incluem

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