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Comunicação não-verbal

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Por:   •  2/3/2013  •  6.727 Palavras (27 Páginas)  •  2.574 Visualizações

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1. Introdução

É um facto que: “um gesto vale mais que mil palavras”, mas são necessárias mais que mil palavras para abordar um assunto tão amplo que contemple o gesto e o seu possível significado. Este assunto é denominado de comunicação não-verbal.

Esta área da comunicação não-verbal constitui um vasto campo de estudos e de investigações que contempla dois aspectos muito importante, o aspecto da comunicação e o aspecto do conjunto de meios não-verbais que os indivíduos utilizam para comunicar.

A disciplina “Psicossociologia da Comunicação”, tem como objectivo dar a entender as várias formas de comunicação e as suas etapas.

A comunicação faz parte do nosso dia a dia, estamos constantemente a comunicar, mesmo quando não nos apercebemos, comunicamos através das nossas emoções, sentimentos… Enfim, estamos sempre a comunicar uns com os outros.

Vamos, então, abordar algumas áreas que achamos importantes da comunicação não-verbal e explicá-las tendo em conta a importância que têm no nosso dia a dia.

2. Comunicação não verbal

A comunicação não verbal realiza-se através de códigos apresentativos como os gestos, tom de voz, o movimento do olhar, no entanto esses códigos transmitem mensagens sobre o que se está a passar no nosso meio.

O meu tom de voz pode indicar a minha disposição para ouvir, mas, pode não emitir uma mensagem sobre a minha disposição do fim-de-semana passado. Os códigos apresentativos são limitados, pois, o comunicador está presente, sendo assim esses códigos apresentam duas funções importantes. (Fiske, 2004, p. 95)

Trata-se da informação do orador e a sua situação, na qual o ouvinte fica a conhecer a sua identidade, emoção, posição social…

Da gestão de interacção, que são os códigos utilizados para gerir o tipo de relação que do codificador quer ter com o outro, como o uso de certos gestos, posições, tom de voz. Posso usar códigos para indicar que acabei de falar e é a vez de outra pessoa, todos esses códigos continuam a ser de certa maneira indícios, mas são usados para veicular informação sobre a relação mais de que sobre o orador.

Todavia estas duas funções apresentativas também podem ser desempenhadas pelos códigos representativos, através de mensagens, representativas, como por exemplo: um texto escrito por “um tom de voz”, uma fotografia pode transmitir tristeza ou alegria. No entanto há um reconhecimento por parte dos psicólogos sociais de uma terceira função dos códigos que apenas pode ser desempenhada pelos representativos, trata-se de uma função cognitiva ou ideacional (Fiske, 2004, p. 95). Que tem como função transmitir informação ou ideias, sobre as coisas ausentes, envolvendo a criação de uma mensagem ou de um texto que é independente do comunicador e da sua situação.

O modelo de Jackobson (1960) vai esclarecer a diferença entre esses dois códigos. Este modelo tem semelhanças quer com os modelos lineares quer com os triângulos, mas o autor é um linguista, logo a sua área de interesse são questões como a significação e a estrutura interna da mensagem. (Fiske, 2004, p. 55).

Começa-se com uma base linear conhecida, um mensageiro envia uma mensagem a um destinatário e esse reconhece a mensagem, a que se chama contexto. Posteriormente, há um acréscimo de dois factores, um é o contacto, que considera ser o canal físico e as ligações psicológicas entre o destinatário, o outro é o código, um sistema comum de significação pelo qual a mensagem é estruturada (Fiske, 2004, p. 55).

Contexto mensagem

Mensageiro ----------------------------------------- Destinatário

Contacto código

Jackobson afirma que cada um destes factores determina uma função diferente da linguagem e em cada acto de comunicação podemos encontrar uma hierarquia de funções: emotiva, referencial, poética, fática, metalinguística e conotativa.

A função emotiva é a de comunicar com as emoções, há uma descrição das palavras expressivas. A função fática consiste em manter abertos os canais de comunicação entre o mensageiro e o destinatário, estando orientada na direcção do factor contacto e as ligações físicas e psicológicas que tem de existir.

A função metalinguística diz respeito à identificação do código que está a ser usado, por eg., se um maço de cigarros deitado no chão, ou pedaço de jornal velho são normalmente lixo, mas se ambos estiverem numa moldura pendurada na parede de uma galeria de arte já são considerados um obra de arte. A função final é a poética que consiste na relação da mensagem consigo própria (Fiske, 2004, p. 56).

A emotiva fornece-nos informação sobre o mensageiro. Em relação à função conotativa, a sua função é a de persuadir o destinatário para que concorde com o mensageiro. Por fim, a função fática é a de identificação e a de referencial, se refere a algo que já existe (Fiske, 2004, p. 57).

Os códigos apresentativos são mais eficazes quando as funções são conotativas e emotivas. Ambos incidem na função estética e na fática embora a função metalinguística esteja em grande parte reservada às representações (Fiske, 2004, p. 98).

3. A linguagem gestual portuguesa

Quando se utiliza a expressão “língua gestual” está a referir a língua materna/natural de uma comunidade de surdos. É uma língua de produção mano-motora e recepção visual com vocabulário e organização próprios, que não deriva de línguas orais nem pode ser considerada como sua representação A linguagem gestual não é só utilizada pelos surdos de cada comunidade mas, também pelos ouvintes, seus parentes próximos, intérpretes, alguns professores e outros (Amaral, M., Coutinho, A. & Martins, M., 1994, p. 37).

No entanto, são em grande número as questões que se colocam perante a afirmação, de que a forma de comunicação usada pelos surdos é uma língua.

É importante tentar esclarecer algumas questões que se prendem com legitimidade o uso da expressão “Língua Gestual Portuguesa”, por um lado, no que diz respeito às suas propriedades estruturais, por outro, no que diz respeito às suas funções.

 Propriedades estruturais

A língua é um sistema comunicativo específico

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