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Conceito De Hegemonia

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Por:   •  18/5/2014  •  1.246 Palavras (5 Páginas)  •  389 Visualizações

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A hegemonia é a supremacia de um grupo sobre outro. Talvez essa seja a forma mais simples de definir esse conceito. Mas Gramsci procurou refletir sobre a concepção de hegemonia em sociedades capitalistas complexas, porque ao perceber as transformações históricas dessas sociedades, ele evidenciou que o assalto ao poder se dá de forma diferente por que varia de acordo com a condição socio-histórica de cada lugar. Há aquelas sociedades em que uma classe impõe sua dominação política e econômica por meio da força repressora do aparelho estatal, na qual este é o seu único instrumento de manutenção do poder. Desse modo, o que está em jogo é a conquista pelo poder que o Estado representa. O que pode ocorrer a qualquer momento por meio de um ataque frontal ao poder. Segundo Gramsci, a dominação de um povo sobre outro através de uma força repressora, não significa que aquela fração do bloco dominante seja hegemônica. Porém, há outras formas de sociedade em que a hegemonia se configura realmente, por meio de uma estrutura muito mais complexa e resistente expressa na relação entre Estado e Sociedade civil. É importante apreender como nessa sociedade a hegemonia da classe dominante é mantida, porque vivemos em um contexto socio-histórico semelhante.

Numa formação socioeconômica, a luta de classe se produz através de alianças entre frações de classes. De modo que cada aliança corresponde a uma força social. No interior de cada força social existe uma fração de classe que dirigi política e culturamente o resto. A supremacia de um grupo social se manifesta pelo seu poder de domínio, que consiste na força repressora contra os adversários; e seu poder de conquistar o consenso que se expressa na sua capacidade de generalizar seus valores, a sua própria cultura e programa político ao conjunto da força social.

Gramsci define hegemonia como uma direção moral e intelectual, onde compreende que para criar hegemonia, sugere que para conduzir a sociedade a uma direção política sob o olhar de uma única classe social, é preciso submeter outros grupos sociais não apenas à força, mas também à sua ideologia de mundo. A conquista do consenso só é possível através da sociedade civil onde existem instituições como: a escola, a igreja, os jornais e os meios de comunicação; que têm a função de reproduzir os valores da sociedade burguesa de modo a conformar a classe explorada a uma condição de subalternidade. Portanto, a hegemonia de um segmento social é expressa através de um processo no qual os valores e a consciência do bloco dominante são organizados. Refletir sobre a concepção de hegemonia, implica falar em crise da hegemonia ou o enfraquecimento do poder. Por isso, quem exerce a hegemonia compreende que para manter um controle político-ideológico, é necessário uma distribuição especifica do poder que garanta o consenso dos aliados e afins, mas a hegemonia também pressupõe a violência contra os adversários.

Em uma sociedade capitalista complexa, percebe-se a clara passagem da estrutura para superestrutura, que é um complexo elaborado por um grupo social que ultrapassou os próprios interesses corporativos, levando-os a um patamar muito mais amplo de controle das massas. Ou seja, este segmento se tornou hegemônico no momento que foi além das esferas econômica e política, que por meio de um plano universal, incorporou seus valores na esfera cultural e com isso construiu um projeto ético-politico para toda sociedade. Segundo Gramsci, a contra-hegemonia parte desse mesmo princípio, mas para construir um projeto ético-politico alternativo que derrube a hegemonia da classe dominante, é preciso que a classe subalterna, que sofre diariamente uma pressão ideológica, ultrapasse uma visão particularista e meramente econômica, do contrário, a classe dominante conseguirá facilmente neutralizá-la, uma vez incorporando suas reivindicações coorporativas. A única forma de combater a classe dominante no campo político e cultural é acumulando aliados que tenham um nível de consciência ético-político, ou seja, segmentos sociais que não são passiveis à subordinação imposta pela ordem capitalista e têm como direção política: projetar suas ações conforme os interesses da sociedade como um todo e não uma fração dela.

Gramsci explica que o fortalecimento da classe subalterna (para que esta possa emergir se colocando na disputa pela hegemonia), só poderá ser alcançado se a grande massa adquirir um nível consciência além dos valores transmitidos pela ordem burguesa, ou seja, somente se o homem tiver uma consciência teórica do seu operar na sociedade, porque é preciso que ele perceba que seu modo de agir mecânico e irrefletido é uma condição imposta por um sistema de dominação que tem por

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