Conferência Inter-Americano de Educação em Física
Resenha: Conferência Inter-Americano de Educação em Física. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: trabajos007 • 9/11/2013 • Resenha • 960 Palavras (4 Páginas) • 212 Visualizações
Para Terrazzan (1992,1994), a tendência de atualizar-se o currículo de Física justifica-se
pela influência crescente dos conteúdos contemporâneos para o entendimento do mundo criado
pelo homem atual, bem como a necessidade de formar um cidadão consciente e participativo que
atue nesse mesmo mundo.
Na III Conferência Interamericana sobre Educação em Física (Barojas, 1988), foi
organizado um grupo de trabalho para discutir o ensino de Física Moderna. Na discussão, foram
levantadas inúmeras razões para a introdução de tópicos contemporâneos na escola média. Dentre
elas destacam-se:
? despertar a curiosidade dos estudantes e ajudá-los a reconhecer a Física como um
empreendimento humano e, portanto, mais próxima a eles;
? os estudantes não têm contato com o excitante mundo da pesquisa atual em Física, pois
não vêem nenhuma Física além de 1900. Esta situação é inaceitável em um século no
qual idéias revolucionárias mudaram a ciência totalmente;
? é do maior interesse atrair jovens para a carreira científica. Serão eles os futuros
pesquisadores e professores de Física;
? é mais divertido para o professor ensinar tópicos que são novos. O entusiasmo pelo
ensino deriva do entusiasmo que se tem em relação ao material didático utilizado e de
mudanças estimulantes no conteúdo do curso. É importante não desprezar os efeitos que
o entusiasmo tem sobre o bom ensino;
? Física Moderna é considerada conceitualmente difícil e abstrata; mas, resultados de
pesquisa em ensino de Física têm mostrado que, além da Física Clássica ser também
abstrata, os estudantes apresentam sérias dificuldades conceituais para compreendê-la.
Stannard (1990) justifica a atualização curricular ao relatar um levantamento feito com
estudantes universitários que mostrou que é a Física Moderna - relatividade restrita, partículas Investigações em Ensino de Ciências – V5(1), pp. 23-48, 2000
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elementares, teoria quântica, astrofísica - que mais os influencia na decisão de escolher Física como
carreira. Em outro estudo, com o objetivo de preparar um livro introdutório sobre relatividade geral,
o autor entrevistou 250 crianças de cerca de 12 anos para saber o que elas conheciam sobre tópicos
relevantes ao assunto (gravidade, aceleração). Surpreendentemente, encontrou que um terço já havia
ouvido falar em buracos negros e tinha uma vaga idéia do que se tratava. Um número razoável
relacionava Big Bang com origem do universo. Elas mostraram-se intrigadas por estes tópicos e
desejavam saber mais a respeito. O que sabiam, haviam aprendido pela televisão e através de filmes
de ficção científica (e não sabiam que tais idéias interessantes vêm “sob o rótulo” de Física).
Stannard, ao analisar os currículos secundários de Física, critica-os por darem a impressão de terem
sido escritos há cem anos (como se nada tivesse ocorrido na Física deste século). O autor sugere que
sejam escritos livros e textos com abordagens inovadoras de FMC como forma de encorajar a
revisão curricular.
Torre (1998a) enuncia várias razões para justificar a necessidade de ensinar FMC na escola:
? conectar o estudante com sua própria história;
? protegê-lo do obscurantismo, das pseudociências e das charlatanias pós-modernas;
? que o aluno possa localizar corretamente o ser humano na escala temporal e espacial da
natureza;
? FMC possui múltiplas e evidentes conseqüências tecnológicas;
? por sua beleza, pelo prazer do conhecimento, porque é uma parte inseparável da cultura,
porque o saber nos faz livres e valoriza a humanidade.
Gil et al. (1987) acreditam que o ensino de FMC a alunos secundaristas se reveste de grande
importância, uma vez
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