Construção social da realidade
Relatório de pesquisa: Construção social da realidade. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: rafaelferreira1 • 21/11/2013 • Relatório de pesquisa • 1.975 Palavras (8 Páginas) • 226 Visualizações
SUMÁRIO
Introdução 3
Leitura Crítica:
1 A Construção Social da Realidade 3
2 A CLASSE OPERÁRIA VAI AO PARAÍSO5
PROBLEMATIZAÇÃ/REFLEXÃO DA EXPLORAÇÃO DO MEIO AMBIENTE 7
CONCLUSÃO 9
BIBLIOGRAFIA 11
Introdução
Clifford Geertz, em sua obra A Interpretação das Culturas (1978) traz uma enorme contribuição metodológica para pensarmos as culturas relativizando-as e generalizando seus aspectos, enquanto construções simbólicas do homo racionale. Geertz nos mostra como a cultura é composta pelo ethos e visão de mundo, que enquanto valores, construções e práticas se sobrepõem sucessivamente na organização da vida social. Diz ele:
“Como abelhas que voam apesar das teorias da aeronáutica que lhes negam esse direito, provavelmente a grande maioria da humanidade está retirando continuamente conclusões normativas a partir de premissas fatuais (e conclusões fatuais a partir de premissas normativas, pois a relação entre o ethos e a visão de mundo é circular) [...]” (GEERTZ, 1978, p.158).
A analise da obra coloca-se como um tratado a respeito da Sociologia do Conhecimento, no sentido de ser uma análise de como o Homem constrói o seu próprio conhecimento da realidade, tratando das relações entre o pensamento humano e o contexto social dentro do qual ele vive.
A realidade e o indivíduo
A relação entre o mundo social e o indivíduo é atribuída pela percepção do mundo que o indivíduo convive e que passa a ser o seu conhecimento, onde foi construido e influenciado por este mundo.
Partindo deste ponto temos três níveis: indivíduos (como citado), grupo e sociedade. O indivíduo percebe os fatos, aplicando neles fatos e os seus valores e obtém seu conhecimento, assim formando a sua ideologia. Num segundo momento, esse indivíduo pertence a vários grupos, ou a uma classe, e suas idéias também ajudarão a formar a ideologia desses grupos e dessa classe juntamente com o contexto social em que estão inseridos. Mas tanto o individuo como os grupos sociais constroem e influenciam na sociedade e vice-versa.
Porém nenhum indivíduo ou grupo vai conseguir passar todas as suas idéias de modo que estas sejam aceitas em sua totalidade. Assim surge adjetivos que classificam os indivíduos como: mais alienados, menos alienados, revolucionários, loucos etc. As sociedades buscam, também, mecanismos de exclusão dos casos extremos, chegando inclusive a eliminação pela morte.
A sociedade influencia o individuo em seus interesses, na sua capacidade de falar, escrever, nos seus interesses politicos, na sua economia, etc. Assim, o indivíduo absorve somente aquilo que lhe interessa.
O nível maior de socialização pode ser observado em sociedades com uma divisão muito simples do trabalho e mínima distribuição do conhecimento. Nestas condições as identidades produzidas pela socialização são socialmente pré-estabelecidas. Todos possuem conhecimento de seu papel na sociedade, não gerando crises de identidade.
Quanto maior o nível conhecimento disponível em sociedade, maior será a dificuldade de uma socialização perfeitamente bem sucedida.
A relevância abordada diz respeito ao referenciado no título da obra: “A Construção Social da Realidade”.
O Homem constrói a realidade social ao mesmo tempo que é influenciado por ela.
A condição do indivíduo na sociedade é construída com elementos básicos, como cultura do grupo social no qual o indivíduo está incluído. Assim, ele não assume apenas papel de fantoche, mas também de ator, embora fortemente influenciado pela realidade.
Os processos de mudanças nas organizações são difíceis também pela questão apresentada na obra analisada. As organizações funcionam segundo uma lógica construída ao longo do tempo, esta lógica influencia os que trabalham nas organizações e estes a reforçam. Quando existe a necessidade de mudança fica muito difícil quebrar esta seqüência.
Uma questão que chama a atenção é o convívio do indivíduo com várias realidades. Embora exista uma supostamente predominante (da vida cotidiana) podemos identificar a existência de muitas outras. Essas devem ter relação direta com as Identidades dos Indivíduos. Ai se explicam as origens de muitos dos conflitos, pois o que pode ser predominante para o indivíduo não o é para a sociedade.
Um dos foco deste conflito deve residir nas organizações onde os indivíduos trabalham. Este conflito deve/pode ser suportável enquanto estiver gerando algum resultado que, de alguma forma, alimenta a realidade individualmente predominante.
“A CLASSE OPERÁRIA VAI AO PARAÍSO”.
O filme “A CLASSE operária vai ao paraíso”, do diretor Élio Petri feito em 1971, retrata um período em que a teoria de Henry Ford começa decair, mostrando a insatisfação do operário italiano por meio dos sindicatos.
Constantemente os operários são orientados a fazer suas atribuições; eles ignoram, não dão ouvidos aos grupos revolucionários nem a gravação como mostra no filme um dos trabalhadores cuspindo na máquina mostrando sua indignação em forma de protesto.
Ao longo do filme são notadas diversas cenas em que a família de Lulu ver televisão, mas não prestam atenção ao que assistem, é simplesmente uma fuga da rotina cansativa em que são submetidos pelo trabalho exaustivo de todos os dias.
Percebemos a nítida desmotivação de Lulu, observando sua baixa produtividade. Lulu era funcionário padrão, mas possuía limitações físicas. Entre todas as interações sociais ainda existentes, talvez a mais importante seja a questão da influência da vida profissional na vida pessoal e na saúde física e mental dos trabalhadores.
A questão do descarte dos profissionais, foi um ponto importante; retratando como exemplo dado na personagem de Militina, operário padrão da fábrica que enlouqueceu e foi enviado a um manicômio e ninguém na fábrica recorda-se de seu nome, de quem se trata. Sensação experimentada por Militina quando de sua internação e por Lulu quando da perda de seu dedo.
As perguntas existenciais sempre lhe perturbam; tentando entender a razão e função de seu trabalho, demonstrando que a infelicidade no campo profissional faz com que o trabalhador
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