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Consumo E Identidade: Reflexão Sobre A Indústria Cultural E Sua Influência No Cotidiano

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Por:   •  22/3/2015  •  540 Palavras (3 Páginas)  •  453 Visualizações

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Atualmente grande parcela da população mundial possui acesso a algum tipo de informação, seja ela por meio de rádio, televisão, internet, ou qualquer outro meio de comunicação midiático, isto se deve a globalização, que tem como função principal a facilitação da comunicação global. Com o passar do tempo, essas ferramentas de diálogo tão prósperas se resumiram a uma indústria de imagens, consolidando assim, a chamada Sociedade do Espetáculo.

Segundo Maria Rita Kehl (2004), nesta sociedade o que se configura determinante para a existência do homem, é sua imagem. Passado por um processo sócio-histórico, o homem, com a invenção de tantos recursos visuais se tornou um ser de aparências, no qual a visibilidade dá ao indivíduo o certificado de que o mesmo existe, sendo este proporcionado pela mídia.

Portanto, ser visto e reconhecido pelo outro, confere ao indivíduo status e identidade, fazendo com que o mesmo deixe de ser meramente um anônimo, ou até mesmo um ser invisível. O advento da televisão e do computador, juntamente com as possibilidades que estes abriram, foi o marco preponderante para permitir ao sujeito existir por meio da imagem.

Debord (1998) traduz bem a atual situação, segundo ele, a sociedade passou por duas fases distintas: Na primeira para SER era preciso TER, e na segunda que se trata da contemporaneidade, é a sociedade do espetáculo, em que é preciso TER para PARECER, e isso nada mais é do que uma forma de dominação da economia capitalista. Contudo, a dominação pelo aspecto econômico já está consolidada e por isso, tem-se agora a dominação pela imagem, onde a mídia nada mais é do que a soma dos poderes políticos e econômicos. É a mídia ordenando o que se precisa ter e consumir e ao mesmo tempo, organizando o tempo e lazer das pessoas.

Marcondes Filho diz que aparecer, mostrar-se na televisão tornou-se tão importante, pois o mundo real está cada vez mais distante. O contato pessoal, a intimidade com o outro são consideradas coisas do passado, nesta era da internet.

Para Calligaris (2007), “a invisibilidade é mais intolerável do que a prisão”. Segundo o autor, diferentemente do que o leigo entende por narcisismo, ou seja, o sujeito egoísta que se ama, e adora se ver no espelho, a personalidade narcísica, tem como fator determinante a insegurança .E por isso, o narcisista vive se perguntando se os outros gostam dele, se ele é amado pelos seus familiares, enfim, ele depende do “ olhar do outro”, para se enxergar. Sendo assim, na visão deste autor, “não estamos vivendo na sociedade do cada um por si, e sim em uma sociedade em que cada um depende do outro”, onde só nos constituímos como sujeitos “SE”, o outro nos reconhece como tal.

Marcuse (1998) salienta que com a desestruturação da família burguesa, o individuo antes socializado e formado por ela, também entra em decadência. Agora, o ego do individuo é formado não mais pela família, mas sim pela indústria cultural. Desta forma, o individuo identifica-se com a sociedade, porém sem critica, uma vez que ele não está apto para isso, pois foi socializado para não identificar as contradições e por conseqüência para que não tenha uma consciência critica. O pai antes o líder da família, é agora substituído pelos ídolos produzidos pela indústria cultural.

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