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DIVERSIDADE CULTURAL DA FAMÍLIA E VIOLÊNCIA ESTRUTURAL

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Por:   •  16/11/2014  •  Tese  •  2.512 Palavras (11 Páginas)  •  226 Visualizações

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DIVERSIDADE CULTURAL DA FAMILIA E A VIOLENCIA ESTRUTURAL

francisco carlos de aguiar neto

Resumo:

Este modesto artigo tem como objetivo precípuo discutir com se dá a diversidade cultural no seio familiar, quais fatores internos e externos, como também mostrar a real situação da violência que encontra-se na sociedade atual, fazendo um contexto histórico e tentando apontar caminhos a ser seguidos no sentido de atenuar a violência societária que nasce muitas vezes dentro da própria família.

A palavra família apareceu em Roma antiga, contudo com significado diferente dos dias hodiernos, pois designava por família o conjunto de escravos e servidores vivendo sob o mesmo teto, depois passou a referir-se sobre o domínio de bens imóvel e moveis incluindo terra, filhos, esposa e etc.

Dentro da visão do senso comum de nossa sociedade complexas globalizada, a família constitui-se em um fato natural, como semelhante à linguagem, um atributo da condição humana.

A antropologia faz então algumas reflexões sobre os universos familiares quer sejam próximos ou distantes das sociedades humanas.

Segundo Henry Morgam que estudou a sociedade iroquesa ressaltar os parentescos de grupos antigos e contemporâneo. Tem termos de parentesco a relações familiares operantes e montadas as sociedades pelo que constituem conjuntos relacionais unidos por uma mesma lei e formam sistemas.Desta forma a idéia de uma unidade fundamental da família humana.

Tal terminologia servia para designar todos os irmãos do pai, não sabendo que era o pai biológico, ou como é ressaltado no livro Educação e Luta de Classes de Aníbal Ponce, onde ao citar Morgam e Marx fala da sociedade e de uma educação Primitiva, ou seja, de um comunismo tribal, regido por laços de sangue, com uma religião sem Deuses, em que existia uma espécie de matrimonio Grupal, onde a mulher era “usada” por todos os irmãos do “marido”, lançando então as bases para uma sociedade matriarcal, onde a figura da mãe era a certeza. Contudo como toda teoria foi muito critica já no século XX, entretanto suas contribuições para a pesquisa antropológica através da construção de seus inventários terminológicos e a descoberta da sistematização dos grupos de parentesco são estudadas até os dias atuais.

Representando um avanço nesta teoria Lévi-Strauss que compreendia que a unidade familiar humana não se encontra na evolução cultural dos costumes da instituição familiar (casamento, parentescos), como acreditava Morgam, mas tal unidade existia através do tabu do incesto como estrutura básica formativa da família. Neste diapasão toda as sociedades necessitavam do tabu do incesto, associado as prescrições de casamento fora do estrito círculo do parentesco.Tal pensamento estruturalista continua guiando as pesquisas antropológicas sobre a família até os dias atuais.

Sabemos que em toda a sociedade encontra-se então uma forma especifica de Família, ou seja, uma tremenda diversidade cultural no seio desta instituição que chamamos Familiar ou de parentesco. O conceito de família é muito amplo contudo, alguns teóricos afirmam ser “um grupo social cujos membros estão unidos por laços de parentesco ou através de parentes afins e SUS descendentes, que podem ou não viver juntos” ,desta forma podem dividir-se em diferentes formas de organização como a Elementar que configura-se na unidade formada por um homem, esposa e seus filhos, vivendo juntos em união reconhecida pela sociedade.Conhecida também sua variação em União Estável quando os pais não são casados.A modalidade conhecida como Extensa significa uma unidade composta de duas ou mais famílias nucleares, ligadas por laços consangüíneos, nuclear ,mas também avós,tios,sobrinhos e etc.;A família dita Composta, refere-se a uma unidade formada por três ou mais cônjuges e seus filhos, onde podemos tomar como exemplo uma família separada, mas ligadas pela sua relação direta com um pai comum.

A família exerce determinadas funções tanto na macro-sociedade quando em seus micros sistemas, onde temos como exemplo desta ultima a função sexual de institucionalização da união ou casamento estabelecendo um pai legal, como a função de Reprodução com o escopo de perpetuar por meio da prole; Ainda ressaltável a função Econômica que tem como objetivo precípuo o sustento e a proteção da mãe e filhos, podendo ser satisfeitos tanto pelo pai-marido, quanto pelos parentes consangüíneos. E por fim, a função educacional com um aspecto socializador e educador , que transmite a herança cultural como linguagem, costumes,crenças política ,religião, quanto social,como comportamentos éticos ,social a sua prole preparando-as para uma vida em sociedade.

Não devemos então deixar de ressaltar que existem entre os seres de sexos biológicos diferentes geradores da família o instituto do casamento, como também o da união sócio-afetivo-sexual, onde a segunda configura-se em um tipo de ajuntamento sócio cultural e afetivo sexual, onde o casal de sexo oposto gera uma família geralmente sem influência direta das regras culturais de normatização do comportamento social de sua sociedade. E no primeiro mencionado trata-se de um tipo de ajuntamento sócio cultural e afetivo sexual onde o casal de sexo oposto,gera uma família que recebe a determinação ou a influencia de normatização do comportamento social de sua sociedade,ou seja o casamento oficial nos moldes que conhecemos hodiernamente.É importante ressaltar que a origem do casamento não está nos indivíduos ,mas na aliança entre grupos tomadores de mulheres e grupos doadores de mulheres, aliança esta que se situa antes dos indivíduos e acima deles

De acordo com Warnier e Tolra, as regras culturais que controlam as alianças matrimoniais são ditadas por imperativos como a Regra de proibição do Incesto, que proíbe o casamento entre parentes consangüíneos ema graus mais próximos, onde são apontados como perigoso geneticamente, contudo ainda não se tem uma teoria exata sobre o assunto, visto que caso assim fossem a maiorias dos animais nasceriam com anomalias, visto que não existe o tabu do incesto no mundo animal, alem de varia civilizações antigas não levarem em conta o tabu do incesto, onde no Igbadu Africano parte de seu texto ressalta que a filha do Olorum, a princesa Ododuá que teria criado o Ayê (terra), teria tomado como marido o seu irmão Obatalá para assim, ambos governarem o Ayê, configurando-se na união entre o Orum (céu) e o Ayê (terra)

De acordo com Strauss a verdadeira razão da proibição universal do incesto

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