Democracia

Para que possa haver maior mudança no censo crítico da população em geral, se faz necessária a introdução à política, não somente em instituições de ensino superior e sim, desde o processo de aprendizado quando criança. Assim, com maior crítica acerca do cenário em que vivemos, as pessoas poderão exercer seu processo de cidadania de maneira espontânea, e não, sob pressão.

O autor apresenta a idéia de que há diversos problemas na teoria democrática e suas liberdades, uma vez que as liberdades hoje existentes, baseiam-se basicamente em juízos de valor. Para que possa haver mudança real nas atitudes da população, uma forma prática, seria grande investimento em educação, desde o ensino básico, assim, intensificando o conhecimento e o desenvolvimento da sociedade que, por si só, cada vez mais almejará mudanças.

Uma das questões tratadas pelo autor, relata a situação das famílias, em grande parte, de baixa renda, onde, a maior preocupação está voltada a qualidade de vida, mais precisamente, sua sobrevivência, sendo assim, uma contrariedade ao ideal de país democrático, onde existem dois grandes extremos, parte da população, que possui alto nível de qualidade de vida, informação, acesso ao conhecimento, frente à parcela da população que mal consegue alimento, quanto mais conhecimento.

Outra questão levantada, demonstra o temos à violência, onde o direito de ir e vir dos cidadãos encontra-se restrito. Pessoas não conseguem andar livremente sem que o medo as assombre, limitadas a horários, a locais entre outros. Violência essa, por muitas vezes, consequência de uma educação precária, juntamente com as oportunidades de emprego que, para essas pessoas, encontra-se restrita, fatores que induzem a criminalidade. Sendo assim, o que acaba ocorrendo é a compra da liberdade de escolha, principalmente em casos eleitorais, onde, por valores simbólicos, a população encontrada em situações como essas, deixam sua liberdade de escolha por mero prêmio por voto.

A questão democrática em que vivemos, revela um paradoxo, onde, as desigualdades sociais acabam produzindo condições desfavoráveis para a participação dos cidadãos civicamente, desabilitando e gerando assimetrias de poder, por outro lado, a participação produz capital social habilitando a população na disputa dos direitos de cidadania, assim, a tal, “liberdade do agente portados de direito “acaba tornando-se uma ilusão social.

Em resumo, sob o ponto de vista legal, o regime democrático, definido pelo Estado Nacional, estabelece limites de quem pode ou não portar direitos de cidadania e também, garante a atribuição desses direitos, já sob o ponto de vista da efetividade, esse regime de democracia depende das condições desses direitos, ou seja, a habilitação da população para participar dessa dinâmica democrática.

Assim, o cidadão não garante seus direitos se não possuir conhecimento necessário para exigir sua cidadania. O sistema trabalhando em prol dessa parcela da população, incluindo-os socialmente, dando-lhes fácil acesso à educação e conhecimento, o “agente portados de direito” passa de uma condição para outra.