Dicionário Filosófico
Seminário: Dicionário Filosófico. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: JoyceFernandesJf • 25/2/2015 • Seminário • 9.725 Palavras (39 Páginas) • 128 Visualizações
Vocabulário conceitual
ALIENAÇÃO: (lat. alienatio, de alienare: transferir para outrem; alucinar, perturbar).
Segundo Hilton Japiassú, alienação é o estado do indivíduo que não mais se pertence, que não detém o controle de si mesmo ou que se vê privado de seus direitos fundamentais, passando a ser considerado uma coisa. Em Hegel, é conceituada como a ação de se tornar outrem, seja se considerando como coisa, seja se tornando estrangeiro a si mesmo.
De acordo com Marx, alienação se define por situação econômica de dependência do proletário relativamente ao capitalista, na qual o operário vende sua força de trabalho como mercadoria, tornando-se escravo. Para Marx, a propriedade privada, com a divisão do trabalho que institui, pretende permitir ao homem satisfazer suas necessidades; na realidade, ao separá-lo de seu trabalho e ao privá-lo do produto de seu trabalho, ela o leva a perder a sua essência, projetando-a em outrem, em Deus. A perda da essência humana atinge o conjunto do mundo humano. As alienações religiosas, políticas etc. são geradas pela alienação econômica. De modo particular, a alienação política é exercida pelo Estado, instrumento da classe dominante que submete os trabalhadores a seus interesses. A alienação religiosa é aquela que impede o homem de reconhecer em si mesmo sua humanidade, pois ele a projeta para fora de si, em um ser que se define por tudo aquilo que o indivíduo não possui: Deus; ela revela e esconde a essência do homem, transportando-a alhures, no mundo invertido da divindade (Feuerbach).
Se, em Hegel, a alienação designa o fato de um ser, a cada etapa de seu devir, aparecer como outro distinto do que era antes, em Marx, ela significa a "despossessão", seguida da ideia de escravidão. Assim, quando dizemos hoje que o trabalho é um instrumento de alienação na economia capitalista, estamos reconhecendo que o operário é despossuído do fruto de seu trabalho.
CONCLUSÃO: Portanto, alienação tem diversos significados, pode ser uma cessão de bens, transferência de domínio de algo ou uma perturbação mental.
A alienação é a diminuição da capacidade dos indivíduos em pensar ou agir por si próprios. Os indivíduos alienados não têm interesse em ouvir opiniões alheias, e apenas se preocupam com o que lhe interessa, por isso são pessoas alienadas. Um indivíduo alienado pode ser também alguém que perdeu a razão, está louco.
ANTROPOCENTRISMO: (do gr. anthropos: homem, e do lat. centram: centro) Concepção que situa e explica o homem como o centro do universo e, ao mesmo tempo, como o fim segundo o qual tudo o mais deve estar ordenado e a ele subordinado: "O homem é a medida de todas as coisas" (Protágoras). Assim, pode se afirmar que recebe o nome de antropocentrismo a ideia, surgida na Europa do fim da Idade Média, que considera o Homem o centro do cosmos: o antropocentrismo sugere que o homem deve ser o centro das ações, da expressão cultural, histórica e filosófica.
CONCLUSÃO: Antropocentrismo é uma concepção que considera que a humanidade deve permanecer no centro do entendimento dos humanos, isto é, o universo deve ser avaliado de acordo com a sua relação com o Homem. É normal se pensar na ideia de "o Homem no centro das atenções".
O termo tem duas aplicações principais. Por um lado, trata-se de um lugar comum na historiografia qualificar como antropocêntrica a cultura renascentista e moderna, em contraposição ao suposto teocentrismo da Idade Média. A transição da cultura medieval à moderna é frequentemente vista como a passagem de uma perspectiva filosófica e cultura centrada em Deus a uma outra, centrada no homem – ainda que esse modelo tenha sido reiteradamente questionado por numerosos autores que buscaram mostrar a suposta continuidade entre a perspectiva medieval e a renascentista.
Por outro lado, e em um contexto moderno, se denomina antropocentrismo às doutrinas ou perspectivas intelectuais que tomam como único paradigma de juízo as peculiaridades da espécie animal, mostrando sistematicamente que o único ambiente conhecido é o apto à existência humana, e ampliando indevidamente as condições de existência desta a todos os seres inteligentes possíveis.
Pode ser visto, então, num sentido pejorativo, significando uma desvalorização das outras espécies no planeta, estando então associado à degradação ambiental, visto que a natureza deveria estar subordinada ao seres humanos. É esse ponto de vista que tenta se conectar com o alegado antropocentrismo de origem religiosa, especialmente bíblica, devido a esta legitimar a posição de domínio do homem sobre todas as criaturas e todo o mundo.
AXIOMA: (lat. e gr. axioma: valor) Para Japiassú, recebe o nome de axioma, a proposição evidente em si mesma e indemonstrável. Também pode ser definido como pressuposto em um sistema, ocorrendo sempre como premissa ou como ponto de partida para a demonstração de algo. Na exposição de um sistema, especialmente nas matemáticas, um axioma é uma proposição de partida, indemonstrável, mas que decidimos considerar como verdadeira porque parece evidente.
Originalmente, essa palavra significava dignidade ou valor (os escolásticos e Viço usavam por dignidade) e foi empregada pelos estóicos para indicar o enunciado declarativo que Aristóteles chamava de apofântico (DIÓG. L, VII, 65). Os matemáticos usaram para designar os princípios indemonstráveis, mas evidentes, da sua ciência. Aristóteles fez a primeira análise dessa noção, entendendo por axioma “as proposições primeiras de que parte a demonstração" (os chamados axiomas comuns) e, em cada caso, os "princípios que devem ser necessariamente possuídos por quem queira aprender qualquer coisa. Como tal, o axioma é completamente diferente da hipótese e do postulado. O princípio de contradição é, ele próprio, um axioma, aliás, "o princípio de todos os Axiomas." (Mel, IV, 3, 1.105 a 20 ss.). Esse significado da palavra como princípio que se mostra evidente de imediato, pelos seus próprios termos, manteve-se constante por toda a Antiguidade e a Idade Moderna
CONCLUSÃO: Assim, pode – se definir axioma como proposição necessária e evidente por si mesma que exprime uma relação geral e constante entre grandezas indeterminadas e serve para demonstrar outras proposições das ciências matemáticas. O axioma é uma proposição necessária porque o espírito é incapaz de conceber a proposição contrária, e evidente porquanto desde se enuncia, se concebe como verdadeira.
AUTOGESTÃO: Para Norberto Bobbio, em sentido lato, se deve entender por autogestão, um sistema de organização das atividades
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