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Economia

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Por:   •  26/3/2015  •  1.052 Palavras (5 Páginas)  •  117 Visualizações

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ão tinha medo o tal João de Santo Cristo

Era o que todos diziam quando ele se perdeu

Deixou pra trás todo o marasmo da fazenda

Só pra sentir no seu sangue o ódio que Jesus lhe deu

Quando criança só pensava em ser bandido

Ainda mais quando com um tiro de soldado o pai morreu

Era o terror da cercania onde morava

E na escola até o professor com ele aprendeu

Ia pra igreja só pra roubar o dinheiro

Que as velhinhas colocavam na caixinha do altar

Sentia mesmo que era mesmo diferente

Sentia que aquilo ali não era o seu lugar

Ele queria sair para ver o mar

E as coisas que ele via na televisão

Juntou dinheiro para poder viajar

De escolha própria, escolheu a solidão

Comia todas as menininhas da cidade

De tanto brincar de médico, aos doze era professor

Aos quinze, foi mandado pro reformatório

Onde aumentou seu ódio diante de tanto terror

Não entendia como a vida funcionava

Discriminação por causa da sua classe e sua cor

Ficou cansado de tentar achar resposta

E comprou uma passagem, foi direto a Salvador

E lá chegando foi tomar um cafezinho

E encontrou um boiadeiro com quem foi falar

E o boiadeiro tinha uma passagem e ia perder a viagem

Mas João foi lhe salvar

Dizia ele: "Estou indo pra Brasília

Neste país lugar melhor não há

Tô precisando visitar a minha filha

Eu fico aqui e você vai no meu lugar"

E João aceitou sua proposta

E num ônibus entrou no Planalto Central

Ele ficou bestificado com a cidade

Saindo da rodoviária, viu as luzes de Natal

"Meu Deus, mas que cidade linda,

No Ano-Novo eu começo a trabalhar"

Cortar madeira, aprendiz de carpinteiro

Ganhava cem mil por mês em Taguatinga

Na sexta-feira ia pra zona da cidade

Gastar todo o seu dinheiro de rapaz trabalhador

E conhecia muita gente interessante

Até um neto bastardo do seu bisavô

Um peruano que vivia na Bolívia

E muitas coisas trazia de lá

Seu nome era Pablo e ele dizia

Que um negócio ele ia começar

E Santo Cristo até a morte trabalhava

Mas o dinheiro não dava pra ele se alimentar

E ouvia às sete horas o noticiário

Que sempre dizia que o seu ministro ia ajudar

Mas ele não queria mais conversa

E decidiu que, como Pablo, ele ia se virar

Elaborou mais uma vez seu plano santo

E sem ser crucificado, a plantação foi começar

Logo logo os maluco da cidade souberam da novidade

"Tem bagulho bom ai!"

E João de Santo Cristo ficou rico

E acabou com todos os traficantes dali

Fez amigos, frequentava a Asa Norte

E ia pra festa de rock, pra se libertar

Mas de repente

Sob uma má influência dos boyzinho da cidade

Começou a roubar

Já no primeiro roubo ele dançou

E pro inferno ele foi pela primeira vez

Violência e estupro do seu corpo

"Vocês vão ver, eu vou pegar vocês"

Agora o Santo Cristo era bandido

Destemido e temido no Distrito Federal

Não tinha nenhum medo de polícia

Capitão ou traficante, playboy ou general

Foi quando conheceu uma menina

E de todos os seus pecados ele se arrependeu

Maria Lúcia era uma menina linda

E o coração dele pra ela o Santo Cristo prometeu

Ele dizia que queria se casar

E carpinteiro ele voltou a ser

"Maria Lúcia pra sempre vou te amar

E um filho com você eu quero ter"

O tempo passa e um dia vem na porta

Um senhor de alta classe com dinheiro na mão

E ele faz uma proposta indecorosa

E diz que espera uma resposta, uma resposta do João

"Não boto bomba em banca de jornal

Nem em colégio de criança isso eu não faço não

E não protejo general de dez estrelas

Que fica atrás da mesa com o

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