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Economia Cultural

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Por:   •  8/12/2014  •  Resenha  •  865 Palavras (4 Páginas)  •  182 Visualizações

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Desde o século XIX que os cientistas sociais brasileiros e de outras partes do mundo, através de variados estudos e uma farta literatura científica, têm analisado a cultura e a sociedade negra1. Neste plano se insere a análise dos cultos afro-brasileiros em suas diferentes ramificações, discorrendo sobre a sua história, teologia, psicanálise, características regionais e modalidades de prática. Toda esta atenção torna o tema complexo e objeto de diferentes abordagens pelos estudiosos do assunto, adeptos e simpatizantes2.

2Segundo Arthur Ramos (1956, p. 200), estudos sobre os negros no Brasil são complexos por exigirem o concurso multidisciplinar de especialistas, constituindo-se em um problema histórico, antropogeográfico, antropológico cultural, biológico, linguístico, sociológico e político. É razoável supor que ao longo do tempo os estudos africanos tenham evoluído substancialmente, incorporando novas contribuições e enfoques, cujo exame foge ao escopo deste texto.

3Uma definição de cultura negra que pode ser válida no contexto de diferentes sistemas de relações raciais é a seguinte, apresentada por Sansone (1994): a cultura negra é uma subcultura específica das populações de origem africanoamericana, dentro de um sistema social que destaca a cor ou a descendência de cor como critério importante para diferenciar ou segregar pessoas.

4As culturas negras existem em diferentes contextos: em sociedades plurais, em sociedades predominantemente brancas e em sociedades nas quais uma norma somática predominante situa os negróides no nível mais baixo, ou próximo a este (cf. Whitten & Szwed, 1970, p. 31). Força aglutinadora específica da cultura dos negros é o sentimento de um passado comum, na condição de escravos e desprivilegiados. A África é usada como um banco de símbolos, sacados de forma criativa. A cultura negra é, por definição, sincrética (Mintz, 1970, pp. 9-14). Também é específico da cultura negra, em certa medida, o alto grau de interdependência em relação à cultura urbana ocidental. Por causa disso, a cultura negra geralmente não goza do mesmo tipo de reconhecimento oficial conferido às “culturas étnicas estabelecidas”, e os negros enfrentam dificuldades maiores do que outras minorias étnicas para se expressar enquanto comunidade. A principal base de ação dos grupos de pressão negros é a negrofobia branca, bem como a percepção da discriminação racial. Aspecto relativamente específico da etnicidade negra é o fato de se basear amplamente na manipulação da aparência física. As populações negras do Novo Mundo e da diáspora caribenha na Europa produziram uma variedade de culturas e identidades negras que se reportam, por um lado, ao sistema local de relações raciais e, por outro, a fenômenos internacionais e internacionalizantes (Sansone, 1994, p. 2).

3 Para melhor compreender esta afirmação sugere-se a leitura de Ribeiro (1995).

4 O termo “economia cultural” refere-se a um vigoroso campo de produção, circulação e consumo de bens (...)

5 Fitoterápica.

5Neste estudo destacam-se dois pontos fundamentais. O primeiro é que, tanto quanto o Português e o Índio, o Negro é um dos fundadores da cultura brasileira3. O segundo é que o culto afro, uma das suas manifestações coletivas mais típicas, constitui uma religião reconhecida pelo governo brasileiro e um elemento significativo da economia cultural4 da cidade do Salvador, influenciando o estilo e a prática de inúmeras atividades populares, dentre as quais

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