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Estagio Serviço Social

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Por:   •  7/5/2013  •  5.406 Palavras (22 Páginas)  •  3.285 Visualizações

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1 EDUCAÇÃO E SERVIÇO SOCIAL

Neste capitulo traçamos um breve histórico dos sistemas educacionais, para que possamos compreender o contexto da educação superior brasileira e seus impactos nos cursos de Serviço Social.

1.1 Um Breve Histórico dos Sistemas Educacionais

Os processos educacionais sofreram constantes mudanças ao longo dos séculos. A medida em que a própria sociedade de modificava e evoluía, os métodos de ensino também os faziam, se adequando ao que o zeitgeist de momentos bem determinados preconizava. Assim vimos um processo de caráter inicialmente religioso, se modificar para uma instrução mais tecnicista, a medida em que os consenso acerca do que a escola deveria ministrar se modificava.

A ensino é um processo antigo e naturalmente passou por incontáveis processos de transformação até chegar a forma sob a qual o conhecemos, mas para uma análise mais concisa estabelecemos como ponto de partida a educação na Idade Moderna (Século XV, período de transição da Idade Média para a Idade Contemporânea), visto que a partir deste período podemos visualizar de forma bem clara como os metodologias educacionais sofreram impactos das alterações na vida da própria humanidade.

Dito isso, no fim da Idade Média os sistemas de ensino eram de cunho bem restrito a religião. Segundo Claudino Piletti e Nelson Piletti (2007) a reforma religiosa e o desenvolvimento da ciência contribuíram para que novas ideias e novos fatos educacionais ganhassem voz no início dos tempos modernos. O rompimento da supremacia da Igreja Católica permitiu que mutações nas ordens sociais, políticas, econômicas e culturais e portanto, o próprio processo educacional se ampliou, visto que agora ele não estava sob as amarras da Igreja e passou a ser também (mesmo que timidamente) de responsabilidade do estado.

Evidentemente este processo incitou uma reação da igreja, que ampliou os seus sistemas educacionais que passaram a abranger também a educação secundaria e superior, expansão que visava a formação de líderes com a finalidade de frear o crescimento da raiz protestante.

Mas o maior impacto deste período para a educação foi mesmo o surgimento da ciência moderna, ideias que batiam de frente com as verdades cristãs e que eventualmente modificaram a própria forma de enxergar o mundo. Concepções como a do método indutivo de Francis Bacon (1561-1626), Galileo Galilei (1564-1642) que propõe a leitura da natureza para explicação dos fenômenos (o saber não deveria se limitar a consulta de livros) e René Descartes que estabelece a regras do método cientifico, tiveram profundos impactos na educação. A partir de então passou se a dar mais ênfase ao método indutivo, onde o aluno é incitado a chegar a descoberta do conhecimento. (PILETTI, PILETTI, 2007)

Ainda no século XVII, Jan Amos Komenský (Comenius) (1592-1670) trouxe significantes mudanças no método educacional como um todo. Suas idealizações sobre o modo de instruir o tornaram o maior pensador da educação da época. Comenius tentou aplicar o método cientifico ao estudo das línguas e formulou os princípios gerais da didática, em seu livro a Didactica Magna. Entre suas ideias estão descritas a finalidade da educação (felicidade eterna com deus, em consonância com a natureza), o conteúdo da educação baseado na pansofia , e a aplicação do método indutivo que propõe o ensino direto, prático e sistemático, começando do mais simples para o mais complexo. Comenius propôs em numerosos escritos a reforma da escolar com um plano mais ambicioso. (MANACORDA, 2006)

Ainda segundo Manacorda (2006):

No plano da pratica da didática, é mérito de Comenius a pesquisa e a valorização de todas as metodologias que hoje chamaríamos de ativas e que desde o humanismo começaram a ser experimentadas: especialmente a elaboração de um Orbis pictus, isto é, de um manual concebido como um atlas cientifico ilustrado, a fim de que junto com as palavras chegassem às crianças, senão as coisas, pelo menos as imagens das coisas; e da Schola ludus, isto é, de um texto que utiliza didática da dramatização, fazendo as crianças recitarem “ativamente” os personagens da história.

Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) também influencia os sistemas educacionais propondo um paradigmas de acordo com a natureza e as inclinações naturais do indivíduo. Rousseau defendia a denominada “Educação natural”, na qual o processo de aprendizagem se dava através da ação dos instintos, era simples e ocorria com o contato com a natureza. Segundo suas ideias a instrução deveria ser vista da perspectiva da criança, simplificando o processo.

As ideias “pedagógicas” de Rousseau encontram-se ligadas aos seus ideais políticos. Ele defendia a ideia de que a sociedade civilizada suprimia os instintos naturais do homem, inclusive reprimindo seus sentimentos assim, o que devemos fazer é “mudar a civilização de forma a possibilitar aos nossos instintos naturais uma expressão completa e livre”, resgatando os valores naturais do homem e libertando-o das grilhetas da civilização. O principal ponto “é que a educação não deve ter como objetivo reprimir e disciplinar as tendências naturais da criança, mas, pelo contrário, incentivar a sua expressão e desenvolvimento.” (LAGOA, 2009) A instrução deve ser dar primordialmente pela prática e pelo exemplo.

E embora todas as ideias descritas até aqui tivessem paulatinamente modificando o modelo de escolas e do ensino, foi a ascensão da sociedade burguesa e mais tarde o advento da Revolução industrial que tornaram a escola tradicional em algo anacrônico. Isso ocorreu principalmente devido as novas necessidades da uma sociedade emergente, como a mão de obra mais qualificada por exemplo, o que trouxe à tona necessidade do ensino de conteúdos técnicos e científicos. (MANACORDA, 2006)

Ainda assim, no contexto do absolutismo da Europa a escola continuou como um privilégio para poucos, a ensino elementar do povo da França por exemplo, permaneceu esquecida durante os séculos XVII e XVIII.

Foram as reivindicações dos trabalhadores que induziram o surgimento do ensino público e gratuito, que naturalmente não eliminou a dicotomia entre escolas boas, para os poucos e escolas precárias, para muitos. O sistema público de educação surgiu primeiramente na Alemanha e, após a revolução de 1789, na França. Estados Unidos e Inglaterra ainda demoraram para transferir a educação das congregações religiosas para os poderes públicos. (PILETTI, PILETTI, 2007)

Durante os séculos XVIII e XIX, novas propostas educacionais

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