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Evolucionismo Cultural

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Por:   •  23/8/2014  •  1.334 Palavras (6 Páginas)  •  883 Visualizações

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RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo demonstrar as principais características da escola do Evolucionismo Cultural, corrente nascida quase paralelamente a afirmação da antropologia como ciência, com as visões de seus principais autores, dentre eles Edward Tylor considerado o precursor do estudo do conceito moderno de cultura, Lewis Morgan que acreditava na inevitabilidade do processo evolutivo e James Frazer com sua afirmação de que os estágios de evolução compreendiam um registro histórico da humanidade e como essas ideias divergem da ideia de auteridade cultural de Franz Boas

Palavras-chave: Evolucionismo Cultural, Antropologia moderna, Auteridade Cultural.

ABSTRACT

The present work aims to demonstrate the main features of the school's Cultural Evolutionism, running almost parallel born affirmation of anthropology as a science, with the visions of its principal authors, among them Edward Tylor considered the forerunner of the modern study of the concept of culture, Morgan Lewis who believed in the inevitability of the evolutionary process and James Frazer with his assertion that evolution stages comprised a historical record of humanity and how these ideas differ from the idea of cultural auteridade of Franz Boas

Keywords: Cultural Evolutionism, modern Anthropology, Cultural Auteridade

1 - TEORIA DO EVOLUCIONISMO

Quando iniciamos um estudo acerca das Ciências Sociais e/ou Humanas, é imprescindível a recorrência ao período oitocentista. Isso porque o século 19 produziu grande impacto nesse campo de estudos, sendo uma era em que a busca incessante pelo conhecimento científico fez com que cada disciplina lutasse por seu estatuto científico, mostrando que, a partir de seus próprios métodos e suas próprias teorias, poderia se tornar uma ciência. Com a Antropologia não foi diferente. Tylor, Morgan, Frazer e tantos outros representaram essa peculiar ciência em sua trajetória nesse período.

Por serem disciplinas que estudam o homem, o resultado objetivo nas pesquisas tornar-se-ia um grande empecilho na luta pelo estatuto de ciência pela História, pela Sociologia, pela Antropologia, pela Psicologia, etc. Ao contrário das Ciências Naturais, na qual pode-se obter um resultado objetivo, concreto, as Ciências Humanas e/ou Sociais, estudam “fenômenos complexos”, os quais não podem ser reproduzidos, mas apenas analisados. (DA MATTA, 2000). Segundo Roberto Da Matta, “nas ciências sociais trabalhamos com fenômenos que estão bem perto de nós, pois pretendemos estudar eventos humanos, fatos que nos pertencem integralmente.” (DA MATTA, p. 22). Essa nossa análise nos leva a crer que não há possibilidade de se criar uma teoria que traga um resultado objetivo para se estudar o homem, a sociedade, a cultura. Porém, retomando o século 19, historiadores, antropólogos e cientistas sociais se utilizaram de métodos próprios para encontrar este resultado, “criando-se” assim uma ciência.

Nesse contexto, surge a teoria evolucionista dentro da Antropologia, na qual temos como um dos principais representantes o antropólogo Edward Burnett Tylor (1832-1917). Muitos consideram Tylor como o pai da antropologia cultural, por ser o pioneiro em definir formalmente o conceito de cultura. Baseando na análise de Tylor, percebemos que a teoria evolucionista buscava um único sentido para o desenvolvimento da sociedade humana.

Cultura ou Civilização, tomada em seu mais amplo sentido etnográfico, é aquele todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, lei, costume e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem na condição de membro da sociedade. [...] Cultura, para Tylor, era palavra usada sempre no singular, e essencialmente hierarquizada em ‘estágios’. (CASTRO, p. 17b).

O evolucionismo cultural foi a primeira corrente de pensamento da antropologia. Influenciada pelo discurso da evolução das espécies, segundo o qual todas as sociedades seguem uma escala de desenvolvimento do mais primitivo ao mais civilizado, tais ideias serviram para afirmar a superioridade da cultura europeia sobe todas as outras. Segundo Castro, a perspectiva evolucionista pretendia “reduzir as diferenças culturais a estágios históricos de um mesmo caminho evolutivo.” (CASTRO, p. 27). Ou seja, toda e qualquer sociedade passaria por estágios evolutivos e chegaria num mesmo nível de progresso. Nesse contexto, o conceito de cultura então era uno, etnocêntrico, e baseava-se no homem europeu como modelo de civilização.

2- Edward Burnett Tylor (1832-1917)

Edward Tylor definiu Cultura como a expressão da totalidade da vida social do homem, caracterizada pela sua dimensão coletiva, adquirida em grande parte inconscientemente e independente da hereditariedade biológica. O que influenciou a obra de Tylor foi o filosofo chamado Herbert Spencer, com seu livro Estático Social o qual utilizou o termo ‘‘evolução’’ antes de Darwin e definiu o processo evolucionário como uma escala ascendente, divididas em estágios.

Em seu texto ‘’ A ciência da cultura ‘’ Tylor defendeu seu ponto de vista que as civilizações de maneira geral seguem padrões e leis fixas em seu processo evolutivo, mesmo estando geograficamente separadas. Ele postulava que entre primitivos e civilizados não havia uma diferença de natureza, mas de grau de avanço no caminho da cultura.

3- Lewis

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