Fake news nas eleições

“Fake News” é o termo que vem sendo utilizado por indivíduos, empresas, políticos e jornalistas para denominar notícias completa – ou parcialmente – falsas, propagadas de maneira global através da internet, especialmente pelas redes sociais. Essas notícias têm como objetivo obter o maior número de cliques e/ou compartilhamentos possíveis; para isso, os autores utilizam de títulos e manchetes sensacionalistas e exagerados sobre temas atuais particularmente polêmicos, a fim de chocar o leitor e gerar discussões inflamadas e acaloradas, capazes até de alterar a opinião dos eleitores.

Vale destacar que esse não é um fenômeno exclusivo da era digital ou do século XXI. Governos e pessoas influentes já usavam da informação – ou da desinformação – como uma ferramenta para aumentar o seu apoio ou abafar a oposição há muito tempo. No século XX, por exemplo, o surgimento de novas formas de comunicação em massa ampliou a escala de disseminação e propagação das notícias e da propaganda, principalmente durante os regimes fascistas e os tempos de guerra.

No entanto, a internet e, principalmente, as redes sociais e seus algoritmos e sistemas de propaganda, colaboraram para o escalonamento desse processo. Atualmente, devido a essas novas mídias de comunicação, simultaneamente à decadência da mídia tradicional confiável, não só a velocidade de divulgação, mas também o alcance dessas notícias aumentou exponencialmente, culminando com polêmicas capazes de influenciar resultados de corridas presidenciais de países como Estados Unidos e França no ano de 2017.

Hoje, o termo engloba todo tipo de conteúdo descontextualizado, manipulado ou incorreto. Por dotar de um caráter fortemente político, quando somamos a velocidade de propagação e alcance dessas notícias, à imensa dificuldade de rastreá-las e identifica-las, e ainda, à complexidade de regulamentação das redes sociais ou da internet, o problema assume proporções alarmantes, uma vez que elas carregam informações inflamáveis direcionadas a grupos específicos em momentos suscetíveis, geralmente sociedades altamente polarizadas.

No Brasil, com a aproximação das eleições presidenciais em outubro corrente, o tema vem sendo evidenciado, uma vez que as fake news têm o poder de disseminar rumores e informações falsas a respeito de candidatos, o que pode influenciar a opinião do eleitor e, em última estância, o resultado obtido nas urnas.