Fuga De Cérebros
Exames: Fuga De Cérebros. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: ocfncarolina • 5/3/2015 • 695 Palavras (3 Páginas) • 203 Visualizações
A fuga de cérebros em Portugal, é uma constante nas mais diversas áreas de profissionalização, no entanto escolhi a área da medicina dado os elevados custos de formação que estes profissionais têm para o Estado Português. A formação inicial de cada médico custa cerca de 101.656 euros, o que se torna um prejuízo enorme quando estes se começam a deslocar em massa para o estrangeiro.
Com base no número de pedidos de certificados profissionais à ordem dos médicos, documento necessário para trabalhar no estrangeiro, este ano já emigraram cerca de 300 profissionais sendo a estimativa para o final do ano de 900 médicos. Em 5 anos a emigração de médicos aumentou 81%, para além de que, 60% dos jovens médicos inquiridos tencionam ir trabalhar para o estrangeiro. Ainda segundo a ordem, em 2012 havia mais de 1000 pedidos de documentos para trabalhar no estrangeiro. Com estes números e dado os elevados custos da formação de um médico, Portugal já perdeu 71 milhões de euros, um investimento totalmente perdido. Claro está que a culpa desta situação é única e exclusivamente do Estado Português, não tendo os profissionais emigrantes qualquer tipo de responsabilidade. São vários os fatores que condicionam este fenómeno, a baixo enunciarei três.
Todos os anos saem das universidades Portuguesas 1700 médicos, no entanto só existem 1500/1600 vagas de internato, ou seja, vagas de acesso à especialidade. Um médico que fique apenas com a formação inicial tem o seu campo de ação muito reduzido, visto que, ao contrário do que acontecia antigamente, hoje não é possível exercer clínica geral apenas com a formação inicial.
A falta de incentivos é um elemento crucial na explicação deste fenómeno. Se tomarmos como exemplo o interior do país, facilmente percebemos que as condições assim como o despovoamento não são muito convidativas para médicos que tenham como objetivo certas especialidades, sendo para estes preferível emigrar. Em resposta a essa situação, o Estado Português criou uma bolsa de 750 euros para médicos que façam o internato no interior do país, o internato tem a duração de 5 a 7 anos, e a maioria dos que aceitam essa bolsa acabam por sair do interior depois desse período. Relativamente à falta de incentivos, para além da situação no interior de Portugal, também podemos referir os cortes nos salários face às horas excessivas de trabalho.
Outro fator condicionante muito importante são as Guidelines médicas, estas são uma série de regras relacionadas com o racionamento de custos na medicina. Estas regras impõem aos médicos limites relativamente à prescrição de exames, consultas e tudo aquilo que cause despesa ao Estado. Estes limites põem muitas vezes em causa o desempenho das funções médicas e por isso tem conduzido a um descontentamento muito grande da classe, que se vê impossibilitada de cumprir corretamente as funções para as quais se profissionalizou. Estas medidas naturalmente que contribuem imenso para a degradação do Sistema Nacional de Saúde (SNS), o SNS Português sempre trabalhou na lógica do tratamento ao invés da prevenção. Já os SNS de países mais evoluídos, como a Bélgica, trabalham na lógica da prevenção porque é mais eficaz tanto a nível humano como económico. A própria Alemanha, apesar da imagem de economia fechada que tantas vezes tenta passar, a par do serviço de saúde privado tem
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