HISTÓRIA DO RAP
Casos: HISTÓRIA DO RAP. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 3/12/2014 • 6.241 Palavras (25 Páginas) • 1.014 Visualizações
História do RAP
Criado nos Estados Unidos, o rap - uma abreviação para rhythm and poetry(ritmo e poesia) - é um gênero musical nascido entre negros e caracterizado pelo ritmo acelerado e pela melodia bastante singular. As longas letras são quase recitadas e tratam em geral de questões cotidianas da comunidade negra, servindo-se muitas vezes das gírias correntes nos guetos das grandes cidades. Chegou ao Brasil na década de 80, mas somente na década seguinte ganhou espaço na indústria fonográfica.
Diz-se que o Rap surgiu na Jamaica mais ou menos na década de 60 quando surgiram os "Sound Systems", que eram colocados nas ruas dos guetos jamaicanos para animar bailes. Esses bailes serviam de fundo para o discurso dos "toasters", autênticos mestres de cerimônia que comentavam, nas suas intervenções, assuntos como a violência das favelas de Kingston e a situação política da Ilha, sem deixar de falar, é claro, de temas mais prosaicos, como sexo e drogas.
No início da década de 70 muitos jovens jamaicanos foram obrigados a emigrar para os EUA, devido a uma crise econômica e social que se abateu sobre a ilha. E um em especial, o DJ jamaicano Kool Herc, introduziu em Nova Iorque a tradição dos "Sound Systems" e do canto falado, que se sofisticou com a invenção do scratch, um discípulo de Herc.
O primeiro disco de Rap que se tem notícia, foi registrado em vinil e dirigido ao grande mercado (as gravações anteriores eram piratas) por volta de 1978, contendo a célebre "King Tim III" da banda Fatback.
O Rap, a principio chamado de "tagarela", ascende e os breakers formam grupos de Rap. Em 1988 foi lançado o primeiro registro fonográfico de Rap Nacional, a coletânea "Hip-Hop Cultura de Rua" pela gravadora Eldorado. Desta coletânea participaram Thaide & DJ Hum, MC/DJ Jack, Código 13 e outros grupos iniciantes.
Nesse período de ascensão do Rap, a capital paulista passou a ser governada por uma prefeitura petista, o que muito auxiliou na divulgação do movimento Hip-Hop e na organização dos grupos. Por esse motivo foi criado em agosto de 89 o MH2O – Movimento Hip-Hop Organizado, por iniciativa e sugestão de Milton Salles, produtor do grupo Racionais MC's até 1995. O MH2O organizou e dividiu o movimento no Brasil. Ele definiu as posses, gangues e suas respectivas funções.
Nesse trabalho de divulgação do Hip-Hop e organização de oficinas culturais para profissionalização dos novos integrantes, não podemos esquecer de citar a participação do músico de reggae Toninho Crespo. Este trabalho teve sua continuidade no município de Diadema com o profissionalismo de Sueli Chan (membro do MNU - Movimento Negro Unificado).
Desde seu surgimento, nos anos 70, numa Nova Yorque violenta como nunca, o rap impôs a discussão de questão negra. Os Estados Unidos viviam então a ressaca de conflitos raciais que incluíram desde o pacífico movimento pelos direitos civis de Marti Luther King até a militância armada dos Panteras Negras. No Brasil, o debate se intensificou após a projeção do grupo americano Public Enemy, na segunda metade dos anos 80. Seus clipes mostraram um novo mundo de idéias para os rappers brasileiros. Grupos como Racionais e DMN admitem Chuck D & Cia. como influência maior. Os ícones Malcolm X e Martin Luther King tornaram-se leitura de cabeceira.
O HIP HOP no Brasil
No Brasil, o Hip-Hop chegou no início da década de 80 por intermédio das equipes de baile, das revistas e dos discos vendidos na 24 de Maio (São Paulo). Os pioneiros do movimento, que inicialmente dançavam o Break, foram Nelson Triunfo, depois Thaíde & DJ Hum, MC/DJ Jack, Os Metralhas, Racionais MC's, Os Jabaquara Breakers, Os Gêmeos e muitos outros. Eles dançavam na Rua 24 de Maio, mas foram perseguidos por lojistas e policiais; depois foram para a São Bento e lá se fixaram. Houve um período de divisão entre os breakers e os rappers, os primeiros continuaram na São Bento, os outros foram para a Praça Roosevelt. O Rap, a principio chamado de "tagarela", ascende e os breakers formam grupos de Rap. Em 1988 foi lançado o primeiro registro fonográfico de Rap Nacional, a coletânea "Hip-Hop Cultura de Rua" pela gravadora Eldorado. Desta coletânea participaram Thaide & DJ Hum, MC/DJ Jack, Código 13 e outros grupos iniciantes.
Scrcraaantshhhh!! Empurrada pela mão negra na contracorrente do disco, a agulha arranha o vinil. Jovens pretos, garotos pobres, adolescentes enfezados saltam, dão piruetas, rolam no chão. A música não é embalo para ouvidos pacatos. A dança não é samba, malemolência, remelexo. São gestos rápidos, gingas elétricas, agressivas. As letras não falam de amores mauricinhos nem dizem que o Haiti é aqui. Os pretos e pobres berram junto com o MC, o mestre de cerimônias: "Sub - raça é a puta que pariu!!!!" O dj põe a mão no disco e tira outro efeito. Seguem-se gritos rápidos, em rimas esquálidas - pau puro contra o racismo, o desemprego, a polícia, os políticos,as injustiças...
O cotidiano nas periferias das grandes metrópoles brasileiras pode ser hostil e feio. Mas não é estéril. De suas vielas esburacadas, está ganhando força uma cultura visceral na sua rebeldia. A cultura funk, rap, espalha-se. Não adianta procurá-la na Rede Globo, nas invencionices modorrentas das drag queens do segundo caderno.
A cultura da periferia e dos morros está lá: na feiura do subúrbio e das favelas, onde se espalha em músicas, bandas, bailes, códigos de comportamento, gírias e sinais. Tem até um nome, de sonoridade elétrica. Hip-Hop.
Invisível a maior parte do tempo, esse mundo só chama a atenção no momento em que deixa de ser dança e música e se torna violência. Aí como caso de polícia, vira manchete, como aconteceu na semana passada. Na madrugada de domingo 2, no Rio de Janeiro, um menino de 14 anos voltava de ônibus pra casa ao final de um baile funk quando foi morto com um tiro na barriga, de pistola automática disparada do interior de um Passat que emparelhou no trânsito. Na noite seguinte, trinta integrantes de uma galera invadiram um ônibus armados de pedras e pedaços de pau, retiraram dois rapazes que foram amarrados, torturados e mortos a bala. O menino de 14 anos iria assumir seu 1º emprego no dia seguinte.Um dos rapazes mortos era assistente no consultório de um dentista e o terceiro trabalhava como segurança numa loja.
Eles são dezenas de milhões de brasileiros -- jovens, negros e pobres. Habitam no outro lado do espelho do país oficial, onde se fazem 3 refeições por dia, discute-se o preço das mensalidades das escolas particulares e vai-se para Miami com as crianças. Imagine ligar TV e nunca encontrar a notícia de um bom programa para fazer ao fim de semana. Ou andar por um shopping center e ser seguido por seguranças desconfiados.
Imagine que sua filha assiste ao programa da Xuxa e , em vez de se divertir fica triste. "Xuxa pensa que não pode ter negra paquita. Minha filha vê o programa e se sente inferiorizada porque nunca vai ser uma delas", afirma Willian Santiago, 38 anos, cinco filhos, promotor de bailes em São Paulo e dono de uma gravadora da turma, a Zimbabwe.
Imagine aparecer com uma bola de vôlei embaixo do braço, chamar os amigos pra brincar na areia e os demais banhistas saírem correndo."Quando a gente aparece, sinto que quem está lá fica esperando confusão", diz o funkeiro carioca Marcelo da Silva Ferreira, o "Mopa", 20 anos. Imagine avistar um policial e sempre sentir medo."branco de cabeça raspada é universitário, preto é ladrão" Edivaldo Quirino,22 anos, o "Edique" da banda Reflexo Urbano, de Sampa."O Destino é Errado" - A música e a dança estão mobilizando os corações e mentes dos jovens dos morros e subúrbios. É um movimento jamais visto, talvez, desde os primórdios do samba, quando, antes de o Carnaval virar um grande espetáculo , bancadas e gafieiras provocavam desconfiança e até temor.
O cenário é feio, humilde e violento. Por esse mundo paralelo eles circulam uniformizados com bonés de jogador de basquete americano, camisetas coloridas e tênis. Os bailes funk reúnem milhares de adolescentes todos os finais de semana, especialmente no Rio de Janeiro. Na Bahia terra do axé music, enormes galpões se improvisam em salões de baile que misturam funk e rap, nos bairros afastados de Salvador. Nas cidades satélites de Brasília o movimento é um estouro e, em Belo Horizonte, existem cerca de cinqüenta bandas de rap, e os shows chegam a reunir até 5000 pessoas. Em Porto Alegre, que se imagina puramente branca mesmo com o negro Alceu Collares no Palácio Piratini, os rappers agiram as ruas do centro da cidade com suas performances relâmpago, protestos mal-humorados e palavrões.
Em São Paulo, os grupos de rap chegam a centenas, e os bailes reúnem dezenas de milhares de jovens todos os finais de semana. O grupo Racionais Mc´s já venderam mais de 500.000 discos no seu último trabalho:"Sobrevivendo no Inferno". É uma boa venda até para cantor famoso de gravadora de 1ª linha, mas é bom saber que não será possível encontrar os LPs dessa turma nas boas lojas do ramo, aquelas que têm ar refrigerado para os clientes, vendedores atencioso e cabines isoladas para ouvir a obra inteira antes de passar no caixa. São comercializados por pequenas lojas de zonas centrais das grandes cidades, onde o vendedor é também o proprietário e, às vezes ele próprio o produtor do disco. A rapaziada da periferia não tem dinheiro nem freqüentou boas escolas. Incomoda com seus modos estranhos, pelo barulho de seus aparelhos de som e por residir num mundo tão horrorosamente real que a maioria das pessoas prefere não ver.
Os rappers e funkeiros querem berrar para que saiba que na periferia há jovens que não se drogam, não trabalham para o tráfico e ganham dinheiro honestamente. Há também na periferia jovens que se drogam, trabalham para o tráfico e ganham dinheiro desonestamente, só que são minoria, como em todos grupos sociais. Essa gente se amontoa num beco social sem saída, mas, terra á vista, nos últimos anos vislumbrou uma alternativa. Sua rebeldia com causa parece que se canaliza. Destila veneno sob fórmulas definidas: os versos longos e insubordinados do rap, a dança robótica do break, o grafite nos muros e a união em galeras para se defender - ou atacar - em grupo e freqüentar bailes funk.
http://www.wooz.org.br/musicarap.htm
Os pioneiros do movimento, que inicialmente dançavam o Break, foram Nelson Triunfo, depois Thaíde & DJ Hum, MC/DJ Jack, Os Metralhas, Racionais MC's, Os Jabaquara Breakers, Os Gêmeos e muitos outros. Eles dançavam na Rua 24 de Maio, mas foram perseguidos por lojistas e policiais; depois foram para a São Bento e lá se fixaram.
Houve um período de divisão entre os breakers e os rappers, os primeiros continuaram na São Bento, os outros foram para a Praça Roosevelt.
O rap, a principio chamado de "tagarela", ascende e os breakers formam grupos de Rap. Em 1988 foi lançado o primeiro registro fonográfico de Rap Nacional, a coletânea "Hip-Hop Cultura de Rua" pela gravadora Eldorado. Desta coletânea participaram Thaide & DJ Hum, MC/DJ Jack, Código 13 e outros grupos iniciantes.
Nesse período de ascensão do Rap, a capital paulista passou a ser governada por uma prefeitura petista, o que muito auxiliou na divulgação do movimento Hip-Hop e na organização dos grupos. Por esse motivo foi criado em agosto de 89 o MH2O - Movimento Hip-Hop Organizado, por iniciativa e sugestão de Milton Salles, produtor do grupo Racionais MC's até 1995.
O MH2O organizou e dividiu o movimento no Brasil. Ele definiu as posses, gangues e suas respectivas funções. Nesse trabalho de divulgação do Hip-Hop e organização de oficinas culturais para profissionalização dos novos integrantes, não podemos esquecer de citar a participação do músico de reggae Toninho Crespo.
Este trabalho teve sua continuidade no município de Diadema com o profissionalismo de Sueli Chan (membro do MNU - Movimento Negro Unificado).
Outra pessoa que foi muito importante na divulgação do Hip-Hop no Brasil, foi Armando Martins com o seu programa Projeto Rap Brasil, que lançou vários grupos de Rap durante os anos em que esteve no ar.
http://pt.shvoong.com/humanities/182124-historia-rap-movimento-hip-hop/
Rap Brasileiro
Rimas dos negros americanos ganham tradução
Silvio Essinger
A cultura Hip Hop, da qual o rap faz parte junto com o grafite e a dança break, deu o ar da sua graça no Brasil no começo dos anos 80 (poucos anos depois de seu surgimento, nos Estados Unidos), mais notadamente em São Paulo. Ela chegou pelas mãos das equipes que faziam os bailes soul e dos discos e revistas que começaram a ser vendidos em lojas nas galerias da Rua 24 de Maio, no Centro (mesmo local onde, na mesma época, encontravam-se os integrantes do nascente movimento punk). Os primeiros a aparecer foram os dançarinos de break que, expulsos pelos comerciantes e policiais da região, transferiram-se para a estação de metrô São Bento. Logo houve uma cisão entre esses breakers e os rappers (também conhecidos como tagarelas), que começavam a fazer seus versos e tiveram que se bandear para a Praça Roosevelt. Pouco tempo depois, eles se tornaram a facção mais forte e atuante do hip hop paulistano, levando até alguns breakers a tornarem-se rappers.
O registro inicial do rap brasileiro é a coletânea Hip Hop Cultura de Rua (1988, Eldorado). Ela trouxe faixas dos grupos Thaíde e DJ Hum (produzidas por Nasi e André Jung, do grupo de rock Ira!), MC Jack, Código 13, entre outros. Debutava no Brasil o estilo musical baseado em falas ritmadas despejadas por cima de bases dançantes tiradas de discos de funk, com eventuais scratches (os arranhões, efeito que os DJs obtêm ao fazer o disco ir para frente e para trás no prato). No entanto, a estética discursiva típica do rap já havia sido usada, um ano antes, para a confecção de um grande sucesso de rádio: Kátia Flávia, que o carioca Fausto Fawcett gravou com os Robôs Efêmeros. Os scratches também já haviam aparecido em disco em Estação Primeira (87), da banda paulistana Gueto.
Em 1988, outra coletânea de rap foi lançada em São Paulo: Consciência Black (primeiro disco do selo Zimbabwe). Nela, estava um grupo que daria muito o que falar nos anos seguintes: os Racionais MCs. Em suas duas músicas, Pânico na Zona Sul e Tempos Difíceis, Ice Blue, Mano Brown, Edy Rock e o DJ KlJay deram uma visão nada amenizada de como era dura a vida do jovem negro e pobre que mora na periferia paulistana, perdido entre o crime e a injustiça social. No começo dos anos 90, Thaíde e DJ Hum e os Racionais eram reconhecidos com os mais sérios e importantes nomes do rap paulistano, sempre envolvidos com campanhas de conscientização da juventude e movimentos de divulgação, unificação e promoção do hip hop no Brasil.
Em 1993, quando lançou seu terceiro LP, Raio X Brasil, os Racionais eram uma unanimidade na periferia, atraindo até 10 mil pessoas por show, e foram convidados para abrir a apresentação paulistana do Public Enemy, um dos mais importantes grupos do rap americano. As músicas desse disco independente – em especial Fim de Semana no Parque e Homem na Estrada – conseguiram furar o bloqueio das rádios, levando o nome da banda a um público que talvez nem suspeitasse haver músicas de tal contundência. Logo, foi editado pela Continental um CD reunindo as músicas dos três discos dos Racionais.
Naquela mesma época, surgiu no Rio de Janeiro uma inesperada força do rap: o adolescente branco de classe média alta Gabriel Contino, vulgo Gabriel o Pensador, que estourou no final de 1992 nas rádios com a música Tô Feliz, Matei o Presidente, direcionada para Fernando Collor, que havia acabado de renunciar em meio a um processo de Impeachment por corrupção. Contratado por uma grande gravadora, ele voltou às FMs com músicas como Lôraburra e Retrato de um Playboy, que, apesar do tratamento mais pop da produção, traziam em suas letras violentas críticas aos costumes da abastada e deslumbrada juventude carioca. Pouco tempo depois, Gabriel (que sempre procurou estar ligado ao movimento hip hop), participou da primeira coletânea de rap carioca, Tiro Incial, da qual fez parte outro nome do qual se iria ouvir falar: o rapper MV Bill, da Cidade de Deus.
Paralelamente, o rap se espandia para outras partes do Brasil, inspirando uma série de artistas, como o Câmbio Negro e o GOG (de Brasília), o Faces do Subúrbio e o Sistema X (de Recife, onde também surgiu o rapper-embolador Chico Science), Da Guedz e Piá (Porto Alegre) e Black Soul (Belo Horizonte). Mais para o meio da década, o rap experimentou no Brasil suas primeiras fusões com o rock, em bandas como a carioca Planet Hemp (de Marcelo D2) e em grupos de rap que viraram banda, como o paulistano Pavilhão 9 (referência ao local no presídio do Carandiru onde mais de 100 presos foram executados de uma vez só pela polícia) e Câmbio Negro.
O grande momento do rap brasileiro, porém, foi em 1998, quando os Racionais MCs lançaram o disco Sobrevivendo no Inferno, a obra-prima do rap nacional, que ultrapassou a barreira da periferia paulistana com a música Diário de um Detento. Relato de um prisioneiro do Carandiru sobre a rotina e suas elocubrações no dia 1o de outubro de 1992 – ou seja, um dia antes do massacre. O videoclipe, gravado no próprio Carandiru, acompanhou em ritmo de documentário a arrepiante letra de Mano Brown. Acabou sendo escolhido pela audiência da MTV o melhor vídeo do ano. O disco, que ainda trazia músicas como Jorge da Capadócia (de Jorge Ben Jor), Capítulo 4, Versículo 3 e Periferia é Periferia (Em Qualquer Lugar), Sobrevivendo vendeu mais de um milhão de cópias, recorde para um lançamento independente. Prova da incrível popularidade (e credibilidade) conquistada pela banda – em maior grau, entre o público da periferias das grandes cidades brasileiras, ainda que a sua mensagem tenha tido alguma penetração entre a juventude branca de classe média.
O sucesso dos Racionais garantiu uma boa exposição para o rap brasileiro, levando as gravadoras a contratar mais e mais artistas do gênero no fim dos anos 90 (época em que o rap também esteve mais forte do que nunca nos Estados Unidos). MV Bill, apadrinhado dos Racionais, relançou seu disco de estréia CCD Mandando Fechado com o título Traficando Informação pela gravadora Natasha, de Paula Lavigne, mulher de Caetano Veloso – e, no Free Jazz Festival de 1999, apresentou-se com o grupo de rap americano The Roots. Marcelo D2 lançou seu primeiro disco solo, Eu Tiro É Onda (98), que trouxe uma inspirada fusão de rap com samba.
Em Recife, o Faces do Subúrbio apostava, por sua vez, na embolada-rap. São Paulo, porém, permaneceu sendo o grande foco da produção de rap no Brasil, com uma forte cena baseada em uma série de selos independentes. De lá, saíram nomes como DMN, De Menos Crime, RZO, Xis e Dentinho e os Detentos do Rap, formado por presidiários do Carandiru (cujo primeiro disco trazia a irônica inscrição: "Contatos para shows: não disponível no momento). Aliás, a fascinação do rap pelo tema da criminalidade (expresso nos Estados Unidos na chamada vertente Gangsta Rap) levou uma série de artistas a gravarem, em 1999, um disco só com composições de um dos mais célebres bandidos cariocas, o ex-líder do tráfico José Carlos dos Reis Encina, o Escadinha.
Músicas
Corpo Fechado – Thaíde & DJ Hum
Kátia Flávia – Fausto Fawcett & Os Robôs Efêmeros
Fim de Semana no Parque – Racionais MCs
Tô Feliz, Matei o Presidente – Gabriel o Pensador
Diário de um Detento – Racionais MCs
Cachimbo da Paz – Gabriel o Pensador
Marquinho Cabeção – MV Bill
Eu Tiro É Onda – Marcelo D2
Links
Hip Hop na Veia: http://www.geocities.com/SunsetStrip/Alley/9264/indexb.html
Fã-clube do Rap e Hip Hop Nacional Não-Oficial: http://www.rapdahora.cjb.net
http://www.cliquemusic.com.br/br/Generos/Generos.asp?Nu_Materia=24
Ele em breve vai receber um premio em Miami (USA) da Unicef como um dos rappers mais politizado nos ultimos 10 anos. Consegue aparecer na TV ou em qualquer outra midia sem perder a autenticidade , representa o hip hop carioca aqui , mas o Brasil la fora. Suas letras são sempre contundentes , tem participações e o respeito de renomados artistas nacionais. Bom, ficar dando adjetivo a um rapper que voce admira é sempre algo complicado, mas estamos falando de ninguem menos que MV BILL , MV de MENSAGEIRO DA VERDADE atitude e compromisso de um autentico SOLDADO DO MORRO ... Nesta entrevista ele falou ao Site RAP NACIONAL , sobre hip hop manifesta, o atual momento do cenario, politica, album, familia , o documentario Falcão ..se cantaria ou não no Faustão ....encontro com o presidente...enfim.. Só não demora muito para ler , como ele esta sempre interagindo e atuando de verdade dentro do hip hop , pode ser que algo que foi dito já esteja acontecendo !!
Rap Nacional: Como todos sabem, a aceitação do publico em relação ao seu ultimo cd "Declaração de Guerra" foi muito boa em todo o Brasil e até fora. Fale um pouco mais sobre este disco ,produção,participação , vendagem , etc ??
MV Bill: Em primeiro lugar eu gostaria de agradecer as pessoas que votaram em nós, e mesmo as pessoas que tem outras preferências, isso é a democracia, isso é hip hop. O declaração de Guerra foi o disco que mais vendeu em 2002, mas o mais importante pra mim é que foi o disco que eu quis fazer, com os parceiros que eu quis fazer. Não tenho muito pra falar sobre ele não, prefiro que a comunidade julgue. Não existe ninguém mais suspeito do que eu para falar dele.
Rap Nacional: Do Traficando Informação para o Declaração de Guerra, nota-se uma grande evolução músical do Mv Bill. Isso veio naturalmente, ou você sempre buscou isso?
Mv Bill: Essa evolução é natural, é a busca do que achamos ideal. Mas não sei se é de verdade uma evolução, eu prefiro dizer que é um outro jeito de fazer .
Rap Nacional: O video clipe da musica "So Deus pode me julgar" mostra imagens de uma mãe no momento do parto ,sem duvida uma imagem bem forte. Como foi a ideia de mostra-la??
Mv Bill: Eu sempre fazia os clipes com linguagem literal, aquelas que vc fala a letra e imediatamente mostra a imagem. Todos os vídeos de rap são assim, eu não tenha a pretensão de ser igual a todo mundo, e estava esgotado desse formato. Então pensamos em fazer algo que as pessoas tivessem que interpetar, o que é mais difícil sempre. A idéia era fazer um paralelo entre o poder e a periferia. Aí é que seria a questão, cada pessoa que visse, teria que criar suas próprias histórias na cabeça. O poder ali era presentado pelo planalto central do Brasil e o a periferia era representada pelo nascimento de mais um preto num hospital publico. O resto é a imaginação de cada um. Quem tiver ótimo, quem não tiver, ótimo também.
Rap Nacional: Mudando um pouco de assunto, o que vc tem feito ultimamente e quais são os seus próximos projétos?
Mv Bill: Eu nunca sei direito, eles sempre surgem e eu nunca fujo deles. Acho que os próximos são: montar uma nova base da cufa com o Ronaldo, dar a minha cota no projeto da Frente Brasileira de Hip Hop, e continuar fortalecendo a Cufa, que envolve muitos projetos. Já tem em mente o lançamento do seu próximo cd? Se tiver, se possivel nos passe detalhes. Tenho em mente sim, mas só na mente, é pouco pra falar, preciso colocar no papel primeiro, não fiz isso ainda.
Rap Nacional: Indo um pouco pro lado pessoal.. O que você tem ouvido ultimamente? Dentro e fora do Rap.
Mv Bill: Estou ouvindo o cd da cufa , as bases do papo, um rapper do rio que acho que vai revolucionar a linguagem e o ritmo do rap no Brasil. E escutando todo tipo de reggae.
Rap Nacional: Você acha que o Rap tem se evoluido bastante, ou continua o mesmo de 4/5 anos atrás?
Mv Bill: Evolução é sempre uma questão de ponto de vista eu acho. As vezes eu vejo neguinho falar que evoluiu e diz “ ta gringo pra caralho “ , quer dizer, evoluir para alguns é se aproximar dos gringos, para outros é se apreximar do Brasil, e assim segue a rima.. eu acho que tem grupos evoluindo, não necessariamente o rap como um todo.
Rap Nacional: Nos ultimos dias uma noticia movimentou a comunidade do rap , que foi o provavel final do grupo RZO,Um dos mais importantes do cenario.O que você achou disso?
Mv Bill: Tem gente que diz que eles se separaram por causa do manifesta, tem gente que diz que foi outros motivos. Acho que só eles podem avaliar isso, quem ta de fora não pode falar nada. Acho que pode ser bom pra eles, assim como foi bom para o sabotage, é um processo natural.
O Rap Nacional perde com o fim do grupo?
Mv Bill: Acho que não, acho que ganha mais um ou dois grupos.
Rap Nacional: Agora falando sobre o Hip Hop Manifesta, muito se falou sobre voce nao ter participado . Qual o real motivo da não participação ??
Mv Bill: Não tem nada de anormal nisso, se fala muita coisa, eu fui convidado e não aceitei, só isso. Sou amigo pessoal do Luciano, conversamos a respeito e ele entendeu, acho que isso é o pior, os caras que são os donos da grana entende a questão com clareza, e as pessoas do nosso meio tem dificuldades. É uma questão de informação. Vai demorar uns 100 anos para esse hip hop entender que eles podem fazer festinha de rap, mas não podem ignorar a existência de uma cultura e das pessoas que desenvolveram essa cultura. Se essas pessoas são limitadas para para entender que são donas da cultura delas, eles são cultos a ponto de entender nosso limite e respeitar mesmo assim.
Rap Nacional: Qual a sua opinião em relação à pessoas, por exemplo, como o Mano Brown, que não aceitou se apresentar no evento, mas estava lá assistindo ao show do Snoop Dogg? Isso seria uma traição com aqueles que brigaram e lutaram para que o evento não tivesse legitimidade, como você mesmo disse?
Mv Bill: Acho que cada um deve fazer aquilo que acredita, eu fiz o que achava certo. Mas acho que quem pensa diferente merece o mesmo respeito.
Rap Nacional: O que você acha dos grupos que se apresentaram no evento?
Mv Bill: Acho que eles deveria ter negociado a ida. Se era por dinheiro, eles deveria ter negociado melhor. Se era por mídia, eles deveria ter pedido para ir no caldeirão e pedir para eles tocarem suas musicas na pan e nas outras rádios do grupo. Por outro lado, acho que cada um sabe de si, cada um sabe o que falta na sua casa, ou a sua necessidade. A única observação que eu fiz, é que o hip hop poderia ter saído fortalecido nesse evento, e não saiu por uma única razão. Não somos organizados, somos um movimento de papel. Os únicos inocentes nesse processo é o G-10. eles nos trataram como merecemos ser tratados. E se não exigimos nada mais além do cachê, é porque achamos que não merecemos. Será que eles entram na Bahia e fazem isso com o axé ? Será que eles entram Funk e fazem isso sem o Rômulo , o Marlboro e cia gritar ?
Uma coisa é fazer uma festa com Red Man ou Mos Def, outra é fazer um evento que se chama aquilo e se dizendo o verdadeiro hip hop... isso é desrespeito. Antes de discordarem de mim, saibam que eles concordam. Quanto aos grupos que tocaram, eu não acho nada. Acho que somos livres e cada um sabe o que é melhor pra si.
Rap Nacional: Muita gente dentro do rap discrimina o Marcelo D2 dentro do movimento.Você considera ele um cara que pode contribuir para o movimento?
Mv Bill: Tem duas paradas aí. Uma é perguntar a ele se ele é do movimento, e depois perguntar se existe mesmo o movimento. Mas eu acho isso uma bobagem, o Marcelo está ganhando a grana dele honestamente e sem ter necessidade de mentir. Tem trabalhado com coerência, sem precisar mentir para sobreviver de hip hop.
Rap Nacional: Mv Bill, você acha que o Rap está forte o suficiente à ponto de comandar uma revolução aqui no Brasil?
MV Bill: Se eu estivesse dando essa entrevista para a Veja eu diria que sim, mas como é para o povo do hip hop eu não posso mentir. Seria ridículo dizer que estamos preparados. Estamos muito mais próximos do fim do rap do que do inicio da revolução. É triste constatar isso, mas acabamos de perder uma chance histórica de mostrar a nossa força. Ou então, acabamos de provar que não temos nenhuma força. Se bem que uma parte do hip hp está muito forte. A FRENTE é a única esperança
Rap Nacional: O que você esta achando do governo Lula ,pelo menos até aqui??
MV Bill: Votei no Lula, mas nunca acreditei que seria a solução para o Brasil, acreditava que seria uma boa alternativa entre os nomes que tinha na época. Acho que o governo depende de muito mais coisas do que boa vontade.
Rap Nacional: Poucos grupos nacionais tiveram oportunidade de se apresentar fora do Brasil. Você ja se apresentou em outros paises como Portugal,como foi esta experiencia??
MV Bill: Tive a chance de viajar por muitos países cantando rap, um dos maiores deles foi em Horus, na Dinamarca. O teatro estava lotado e as pessoas 99% local. Tive que me apresentar mais dois dias porque os ingressos acabavam.
Eu me orgulhava do Rap, não de mim , via que era verdade que a música não tinha barreiras. Mas sem dúvidas os melhres momentos que tive na minha carreira foram nas viagens pelos 27 estados Brasileiros.
Rap Nacional: Como foi este lance de colocar ,literalmente, a familia para fazer parte da produção do seu show,como seu pai e a excelente rapper Camila, sem falar na Gizza que tem uma carreira muito bem encaminhad?.
Mv Bill:A primeira vez que subi num palco foi defendendo um samba do mei pai, Mano Juca, e a Camila canta rap desde que ela tinha 8 anos de idade. Era natural essa participação deles todos.
Rap Nacional: Você tem feito show praticamente no Brasil inteiro , quais os estados que você poderia destacar? Sem contar SP é claro.
MV Bill: Cada estado tem suas características particulares, eu não conseguiria destacar nenhuma cidade. Todos os momentos foram únicos.
Rap Nacional: No ano passado a rede Globo , a seu pedido e do Celso Athaide seu empresário, deixou de exibir o documentário "Falcão" , que foi produzido por vocês, como esta este processo.Tem alguma nova data para exibição.
MV Bill: Voltamos as gravações, e vamos fazer uma edição mais veloz. Acho que esse ano ainda rola.
Rap Nacional: Como foi produzir este documentário , já que vários dos garotos entrevistados ,infelizmente, já morreram.
MV Bill: Nada descreve o que vivemos, é como ir a lua, podemos trazer fotos e imagens. Mas a vivencia e o sentimento não tem como passar.
Foi a coisa mais importante que fiz na minha vida. Nenhum prêmio será tão importante quanto ter vivido aquilo.
Rap Nacional: Atualmente o governo do PT teve seu primeiro caso de corrupção ,você acha que este caso foi absolutamente isolado ou podemos perder a esperança em ter um real partido de esquerda e popular.
MV Bill: Será que ser de esquerda é ser 100 honesto ? acho que a corrupção está na nossa sociedade como um todo, está na minha rua, na sua quebrada, no DPO da minha favela, no posto do INSS do rio Grende do Sul. Na portaria dos bailes de forró. Essa desgraça faz parte da cultura mundial, não é uma coisa só do PT. É bom que fique claro que eu não sou petista.
Rap Nacional: Muitos grupos ainda tem uma posição contraria em participar de programas de TV e você tem participado e representando , na minha opinião, de uma maneira bem original o hip hop. O que você acha disso??
MV Bill: Eu estou negociando a minha ida ao Faustão a dois anos, se aceitarem que eu vá como quero ir eu vou, se não eu fico em casa. Essa história de que os grupos não querem ir é meio historinha pra boi dormir parceiro. Faz uma relação dos grupos que não aceitam ir aos programas de Tv ... pode chegar a 2 no máximo. Pede para os grupos mostraarem os documentos das Emissoras convidando... é cão.. muitos repetem o discurso dos outros que não foram convidados e nem sabem porque... quais são os grupos que vc conhecem que podem ir na Tv e bater de frente com o Jô ? as vezes é melhor nem ir mesmo ! se um dia ele chamar , é claro.
Rap Nacional: Na premiação do Hutus em 2003 o grupo Public Enemy esteve presente, inclusive em rôles pela CDD junto com você e até rolou comentários que você poderia gravar uma musica com os caras.
MV Bill: Ano passado o HUTÚZ foi foda mesmo, eles ficaram aqui no Rio uma semana, fizemos debates, rádios e muitas coisas juntos. E eles tiveram a oportunidade de me conhecerem melhor. O Chuck quis ir na minha casa e fiamos lá durante um dia dando um rolé na favela e escutando música. Aí ele fez o convite de participar do disco dele, e depois ele falou isso nos lugares aonde ele foi. Só que eu pensei que fosse cão dele. Mas agora ele tem ligado e cobrado isso. Tanto que estou fazendo uma temporado nos estados unidos a partir do dia 26 e ele pediu para eu reservar um dia para ir no estúdio dele. Foi isso.
Comente sobre este assunto.
Rap Nacional: Pirataria, MP3 ,Internet...A industria fonográfica passa por grandes transformações.O que você acha que vai acontecer com o mercado num futuro bem próximo.
MV Bill: Pó responda, desculpa, mas eu não queria falar sobre as coisas que não conheço direito.
Rap Nacional: Os seus 2 últimos álbuns foram gravados pela gravadora Natasha ,selo dirigido pela Paula Lavigne esposa do cantor Caetano Veloso e distribuidoa multinacional BMG. Como é o seu relacionamento com esse pessoal e porque você não optou por um trabalho independente??
MV Bill: A Natasha é uma gravadora independente, pertence a conceição Lopes, que tem algumas parcerias com a paula. O futuro de todas as gravadoras independente é a distribuição da grande distribuidoras, não se sobrevive sem elas, ainda mais num estado sem tradição em hip hop como Rio. Mas no meu caso, o Celso fez uma sociedade com a conceição, de disco a disco. Mas eu estou satisfeito, não tenho nada a reclamar, muito pelo contrario.
Rap Nacional: Este ano ,infelizmente ou felizmente, é um ano de eleição , o que você diria para os manos/minas que não se importam muito com a responsabilidade de votar ?
MV Bill: Diria que o voto é a única arma democrática, vamos usa-la. Só que isso não adianta muito se não tiver por aí bons candidatos. Eu prefiro dizer que todos do hip hop se filiassem a FRENTE BRASILEIRA DE HIP HOP, para fortalecer ela e depois fazer isso virar o partido do hip hop.
Rap Nacional: Como foi a idéia do encontro com o Presidente Lula e a quanto tempo esta sendo tentando este contato ?
MV Bill: A idéia não foi de ninguém em particular, todos nós pensamos juntos. Estamos esperando isso desde que o rap existe, eu acho. Só faltava coragem de ligar .
Rap Nacional: fato de o hip hop chegar até a autoridade maior do pais, mostra a verdadeira força do movimento ?
MV Bill: Um chefe de estado não recebe nenhum movimento que não seja importante, ainda mais com o respeito que ele recebeu. Só que é o seguinte: receber é uma coisa, e a nossas ações são outras coisas. A ida a brasilia tem um sentido simbólico, significa que o hip Hop existe e que precisa se descobrir. Signifia que somos mais do que pensamos. Que existimos de alguma maneira, mesmo que a gente mesmo não se veja direito. A ida a brasilia vai servir como um fio condutor, que pode nos guiar a algum lugar. Agora é largar o bicho independente do lula ou do PT.
Rap Nacional: Qual o resultado do encontro na sua opinião ?
MV Bill: Não se pode esperar resultados de uma reunião, temos que esperar luta a partir de alguns mecanismos dessa reunião. Abrimos os espaços, abrimos canal de dialogo, abrimos frente de trabalho. O resto é luta , coragem, fé. Quem quiser se esconder atrás do rap pode também. Eu prefiro lutar , mesmo perdendo muitas vezes.
Bate bola para finalizar!!
Um DJ: Magic Júlio ( afroreggae )
Um Grupo/rapper: Papo ( Padre Miguel )
Uma musica: se for minha , Declaração de guerra. Se for de outro. Fight the power
um livro: cabeça de porco
um filme: As cores da violência
um momento: todos que tem silêncio
Familia: o tesouro humano
Saudade: dos tempos do respeito
Estudo: uma obstinação
Sucesso: fazer o que se quer fazer
Lealdade: um ponto de vista e uma vocação
Amizade: algo a ser preservado
Respeito: as vezes merecemos ou não e vice verso
SABOTAGE: a maior perda do rap até aqui
Dinheiro: a mola do mundo, não temos que ter medo ou vergonha de dizer que queremos, senão vira hipocrisia.
Presente: FRENTE BRASILEIRA DE HIP HOP e CUFA
Passado: o sonho de ver o rap domindo sem perder a essência
Futuro: ver o rap dominar sem perder a cara
Site Rap Nacional: inteligente e criativo. E o mais importante, tem noção de respeito.
Salve: para a cidade de Deus
http://www.rapnacional.com.br/entrevistas.asp?id=29
...