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Homem E Sociedade

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Por:   •  14/4/2014  •  1.279 Palavras (6 Páginas)  •  240 Visualizações

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Unidade I

Revisão: Amanda - Diagramação: Fabio - 26/11/2010 - 2ªRevisão: Amanda - Correção: Fabio - 14/12/10

“O processo por meio do qual o indivíduo aprende a ser um membro da sociedade,

designado pelo nome de socialização, não tem fim e pode dividir-se em socialização

primária e socialização secundária. A família é tradicionalmente a instituição responsável

pela socialização primária e a escola, o trabalho e as demais instituições são responsáveis

pela socialização secundária.

1

Esses autores exploraram os processos de aprendizagem da vida social, demonstrando que quase

tudo em nosso comportamento precisa ser modelado desde os primeiros momentos de vida, e que esse

processo não termina nunca. Em cada fase de nossa vida social, somos exigidos a adquirir novos padrões

que nos permitem conviver em coletividade.

Podemos concluir que a socialização compreende todas as formas de aprendizado em sociedade.

Tem início com as exigências de condutas dentro da família, que é nossa primeira experiência de vida

social, se estendendo depois aos contatos sociais cada vez mais amplos como a escola, a vizinhança,

as amizades, o ambiente profissional, a vida religiosa, a participação em associações ou clubes, os

lazeres etc.

Você percebe que quando começa o convívio em um novo grupo social existe uma tendência a

observar o comportamento dos outros? Esse processo vai criando referências sobre como devemos nos

comportar, como os outros reagem a determinadas situações. Assim, podemos agir com mais segurança

dentro dessas situações, pois aos poucos as coisas vão se tornando mais previsíveis a medida que nos

habituamos e incorporamos muito dessa dinâmica coletiva.

Pode-se dizer, ainda, que a socialização é uma forma de educação, mas vai para além dela. Mesmo

em contextos nos quais as pessoas não têm consciência de que estão se educando mutuamente, o

contato social indica formas esperadas de comportamento.

Assim, podemos interagir com os outros sabendo seguramente que de acordo com nossa conduta

pessoal podemos esperar um ou outro tipo de resposta. Por exemplo: se nos dirigimos com bons modos a

alguém, esperamos ter o mesmo tipo de tratamento, ao passo que, ao sermos agressivos, podemos esperar

também uma reação agressiva. Quando, por exemplo, professamos determinada religião, entramos para

uma nova turma de amigos ou um grupo praticante de determinado esportes, aprendemos como nos

comportar, como pensar sobre aquele assunto, como interagir com os outros membros do grupo. Mesmo

sem termos consciência, estamos sendo

socializados

nesses meios.

De acordo com a nossa cultura e a socialização, controlamos até mesmo os horários de fome, a

postura corporal e os gestos, os hábitos de higiene pessoal e as formas de tratamento de saúde etc.

Ou seja, cada cultura corresponde a um padrão diferente de realizar todas essas coisas necessárias à

vida social, e que consideramos ser “normal” todos fazerem. E nenhuma dessas condutas é inata, ou

seja, componente da nossa natureza. Aprendemos cada um dos procedimentos de conduta pessoal

que possibilite o convívio coletivo de acordo com padrões herdados e modificados constantemente.

1

(BERGER, P., BERGER, B. “Socialização: como ser um membro da sociedade”. In: FORACCHI, M.; MARTINS, J. S.

(Org.).

Sociologia e sociedade

. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1977).

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HOMEM E SOCIEDADE

Revisão: Amanda - Diagramação: Fabio - 26/11/2010 - 2ªRevisão: Amanda - Correção: Fabio - 14/12/10

Voltando ao conceito de cultura de Edward Tylor, podemos perceber que, apesar da cultura ser um todo

complexo adquirido por cada um de nós “enquanto membros da sociedade”, esquecemos que somos um

“animal cultural”. A cultura tem uma influência tão profunda em

nossa forma de encarar o mundo que pensamos, durante a maior

parte do tempo, que tudo é muito “natural”. De fato, um indivíduo

da espécie

homo sapiens

é dotado de potencialidades inatas,

como linguagem, inteligência, postura bípede etc. Entretanto,

nenhuma dessas características se desenvolve “naturalmente”.

Precisamos, portanto, dos estímulos do meio para que cada uma

delas seja utilizada, desenvolvida e lapidada.

Existem alguns exemplos históricos capazes de sugerir que nossa espécie é totalmente dependente da

influência do meio para desenvolver comportamento humano, são as chamadas “crianças selvagens” ou

“meninos-lobo”. Essas crianças foram assim denominadas, pois em decorrência de razões desconhecidas,

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