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Internacionalização Da Economia Portuguesa

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Por:   •  25/11/2013  •  1.617 Palavras (7 Páginas)  •  595 Visualizações

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Escola de Economia e Gestão

Licenciatura em Economia

Economia Portuguesa e Europeia

Discente: Marta Raquel Teixeira de Oliveira Nunes Pereira

A internacionalização da economia portuguesa

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 Introdução

A atual crise, que se desenvolve desde 2009, e atualmente esta no seu ponto mais alto em Portugal leva-nos a repensar o papel das empresas portuguesas no processo de internacionalização – até porque economistas, gestores, e Governo têm defendido que a recuperação económica começara pelo desenvolvimento das exportações. Assim sendo, neste breve trabalho propomos identificar algumas situações em que Portugal poderá aproveitar desse processo de internacionalização.

 Caracterização da internacionalização

No início dos anos 70, alguns autores (Johnson, 1970; Caves,1971) apresentaram trabalhos explicativos do fenómeno da internacionalização.

Quarenta anos depois – isto é, na década de 90 – as empresas portuguesas iniciaram o seu processo de internacionalização.

A integração portuguesa na economia mundial, com particular destaque para a europeia, tem sido efetuada de uma forma gradual, a partir do final da Segunda Guerra Mundial, com uma participação institucional simultânea em várias organizações multilaterais, que arrancou com a entrada na OECE em 1948, EFTA em 1960 e 1986 na CEE, atual União Europeia, onde nos encontramos. E desde aí, esse processo vai-se desenvolvendo, colocando-se o problema da internacionalização e das reformas estruturais, sempre que se verifica uma crise económica nacional.

 Formas de Internacionalização

São diversas as motivações apontadas para a internacionalização, nomeadamente, a vontade de crescimento da empresa, o aproveitamento de oportunidades criadas num novo mercado, bem como o acesso a melhores recursos e competências.

Entre as principais formas de internacionalização das empresas, poderíamos referir a exportação, os acordos contratuais e o investimento direto. Evidentemente que no caso das PME – que constituem a maior parte do tecido empresarial português- as modalidades de exportação e alianças são particularmente importantes, uma vez que estas têm um nível de recursos reduzido.

A exportação representa a primeira alternativa de internacionalização para empresas principiantes em relação a mercados externos. A internacionalização da economia portuguesa, como muitas outras, começou nesta base e, salvo honrosas exceções, que mais adiante iremos apontar, ainda continua a ser o processo mais utilizado na abertura ao exterior, isto é, ainda nos encontramos na fase do comércio internacional e não na do negócio internacional.

No entanto, esta forma de internacionalização está muito dependente das condições económicas do mercado nos países de destino. Ora, desde a adesão de Portugal á CEE, verifica-se que a internacionalização portuguesa se faz, sobretudo, para os países membros da União Europeia, perdendo autonomia em relação ao exterior comunitário.

Outra forma de internacionalização consiste na celebração de acordos contratuais com outras empresas, já instaladas nos países de destino, como forma de conquistar mercado, reduzindo os inconvenientes da criação de novas empresas em países estrangeiros, muitas vezes desconhecidos. Estes acordos podem consistir do simples Franchising .Como é o caso das lojas Cenoura, Panike. Outro e mais relevante, ultimamente utilizado pelas PME portuguesas são a Joint Ventures. Por exemplo, as empresas de construção e obras públicas têm-se associado para efeitos de concurso pública.

A forma mais “evoluída” de internacionalização é a do investimento direto, quer sendo destinatário do mesmo quer sendo originário desse investimento. Referindo-nos ao caso português poderíamos falar em IDE (Investimento Direto Estrangeiro) e em de IDPE (Investimento Direto Português no Estrangeiro). Durante muito tempo, Portugal foi um país destinatário de investimento direto. Grandes indústrias com elevado peso no PIB instalaram-se no nosso país. Atualmente, começam algumas empresas portuguesas a fazer investimentos no estrangeiro. Como por exemplo, a SONAE investe na Polonia, PT no Brasil, EDP nos EUA, e construtoras na CPLP.

 Os desafios da internacionalização

Em qualquer estratégia de expansão internacional, é fundamental analisar as competências e vantagens competitivas das economias e das empresas.

Tendo em consideração este aspeto em 1994 foi encomendado um estudo, pelo então pelo 1º ministro Cavaco Silva a Michael Porter. Em resultado deste estudo foram identificadas seis áreas da economia portuguesa em que esta poderia ser competitiva, em termos internacionais: o vinho, madeira, papel e cortiça, Sector automóvel, têxteis, Calçado e Turismo.

Evidentemente, que desde que esse estudo foi levado a cabo, as alterações no comércio mundial, nomeadamente, a emergência da China como produtora de têxteis e calçado, com custos imbatíveis, significou uma perda de competitividade que não se pode recuperar, com base na questão dos salários baixos. Aliás, o mesmo Porter, recentemente, veio a admitir que esse seu estudo sofria de insuficiências uma vez que não tinha considerado, em concreto, a tipicidade dos hábitos e tradições portuguesas e tinha subestimado as alterações globais que se aproximavam.

 Destinos da internacionalização

Talvez ajudados por este estudo, ou por eles influenciados assistiu-se na economia portuguesa um crescimento acelerado do processo de internacionalização nas vertentes acima enunciadas: começou-se pela aposta nas exportações como, aliás já se fazia desde a adesão á EFTA, e pela captação do investimento direto estrangeiro. A partir da década de 90, paralelamente às formas anteriores, tentou-se o desenvolvimento dos acordos de cooperação, das Joint Ventures e do IPDE. Os governos sucessivos tem aderido a este processo de internacionalização quer concedendo apoios ao investimento no estrangeiro quer desenvolvendo uma diplomacia económica, em substituição da habitual diplomacia politica fazendo-se acompanhar nas suas deslocações por grupos de empresários, assumindo o ministério dos negócios estrangeiros esta nova vertente.

No entanto, analisando o processo de internacionalização, desde a adesão de Portugal á Comunidade Europeia, podemos concluir que: o processo de integração europeia “escondeu” o impacto da globalização sobre a economia portuguesa; A internacionalização da economia portuguesa foi mais passiva- as empresas portuguesas, no geral, limitaram-se a aceitar as parcerias que lhe eram propostas, não explorando, de forma autónoma, as potencialidades criadas pela expansão internacional; por outro lado, foi abdicando da sua autonomia, nas relações extracomunitárias, deixando os seus poderes decisórios em Bruxelas. Assim aconteceu nos acordos de pescas ou outros acordos que se mantinham antes da adesão. A internacionalização da economia portuguesa tem-se centrado maioritariamente no mercado comunitário, o que atento á crise atual tem-se revelado prejudicial.

 Espaços habituais da internacionalização

Com a abertura da economia portuguesa ao exterior, as empresas estrangeiras assumiram a liderança do nosso processo de internacionalização. O seu peso nas exportações portuguesas aumentou significativamente, tanto através de exportações diretas de filiais como das relações de subcontratação estabelecidas com fabricantes nacionais; como por exemplo a joint-venture entre a Ford e a Volkswagen para a constituição da AutoEuropa em Palmela. Atualmente, a Embraer brasileira investiu milhões de euros em duas fábricas em Évora. Em todos os casos Portugal é visto como uma plataforma de entrado no espaço europeu. Por isso está sujeito às estratégias dessas empresas, que muitas vezes fazem desinvestimentos e deslocalizações: desinvestimento da Renault em Setúbal que se transferiu para a Eslovénia e da Lear, Co que recentemente abandonou a Povoa de Lanhoso para se deslocar para a Roménia.

Apesar da lentidão do processo, as empresas portuguesas reconhecem cada vez mais a necessidade de se internacionalizarem, desenvolvendo processos de internacionalização e de reforço das ligações com grandes clientes internacionais. E aventurando-se em novos mercados, começando em investir (e desinvestir) no exterior, em primeira linha na UE para depois passarem a espaços geográficos mais distantes: Brasil, Moçambique, Marrocos, China, etc. Poderiam referir os seguintes exemplos a Cimpor e a Petrogal, Jerónimo Martins, Valouro, Efacec, Pão de Açúcar, a Sonae. Nesse movimento são acompanhados ou precedidos pelos principais bancos, Caixa Geral de Depósito, BES, Santader Totta.

 Possibilidade para as empresas

Na atual situação de crise portuguesa, da zona euro e global tem-se tentado clarificar quais as apostas que as empresas portuguesas deverão fazer e quais os desafios que o Estado tem de ultrapassar no sentido de encontrar o almejado desenvolvimento económico. E como diz o velho ditado, cada cabeça sua sentença. Uns apoiam-se no relatório de Michael Porter, outros propõem novas ideias.

Em nossa opinião a discussão sobre o tema é proveitosa uma vez que sabemos que as teorias que muitas vezes se defendem esbarram com as impossibilidades da realidade pratica. No entanto, dessa discussão outras ideias aparecerão com resultados eventualmente mais proveitosos.

Neste sentido, a CCP efetuou, recentemente um estudo em que destaca quatro oportunidades para consolidar o crescimento, estando essas oportunidades ligadas a fatores de atratividade como é a nossa localização, recursos naturais e competências em áreas tecnológicas.

Segundo o mesmo, as plataformas que mereceriam maior destaque seriam as de serviços às empresas globais, acolhimento e saúde, engenharia biomédica e de conteúdos de entretenimento digital; desenvolvimento e teste de novos conceitos urbanos e ainda integração e manutenção industrial em produtos complexos.

Outros têm proposto o aproveitamento da posição estratégica portuguesa para a criação de uma plataforma de transportes de mercadorias potenciando o comércio marítimo, enquanto parte relevante do designado hypercluster da Economia do Mar. Numa estratégia mais abrangente a sociedade de geografia de Lisboa apresentou um estudo sobre o Conceito de Cluster e o seu papel no Desenvolvimento Local, Regional e Nacional. Aí se defendiam as vantagens do aproveito do mar como um hypercluster e como fator do desenvolvimento do país. Quanto a esta perspetiva entendemos que essa deveria ter sido a aposta lógica desde que começámos o processo de internacionalização. No entanto, na atualidade, esse é um objetivo muito difícil de concretizar, uma vez que por força de imposição de quotas de pesca, de políticas de abate da frota pesqueira, e do domínio da indústria de pesca espanhola reverter tal situação exigiria renegociação com a União Europeia e fortes investimentos no reapetrechamento da marinha mercante e piscatória portuguesa, o que na atual crise financeira se afigura difícil. Certo é que apesar de tudo, muitas atividades se podiam explorar sem grande investimento, nomeadamente a nível do aproveitamento turístico. Igualmente, muitas potencialidades se poderiam aproveitar na agricultura, com baixo investimento, nomeadamente a nível da agricultura biológica.

 Referências Bibliográficas

www.portugalglobal.pt

www.wikipedia.pt

www.hipersuper.pt

http://economico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/edicion_impresa/politica/pt/desarrollo/1060967.html

socgeografia-lisboa.planetaclix.pt

www.portugalglobal.pt/PT/geral/Documents/PMEPortuguesasDesafiosInternacionalizacao.pdf

www.ene.pt

www.iapmei.pt

www.pordata.pt

PORTER, Michael E., Competitive Strategy: Techniques for Analyzing Industries and Competitors, junho de 1998.

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