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Introdução A Geografia

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Por:   •  12/8/2014  •  1.800 Palavras (8 Páginas)  •  234 Visualizações

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UNIDADE I - INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS DE GEOGRAFIA

Cada ciência possui uma forma específica de compreender e analisar a

realidade. Cada área do conhecimento busca compreender a sociedade a partir de

uma perspectiva ou ângulo que lhe é própria, particular. No caso da ciência

geográfica sua especificidade se encontra na compreensão da realidade social a

partir de sua dimensão espacial, ou seja, a partir da ação humana modelando a

superfície terrestre e construindo seu espaço geográfico. Assim, a preocupação da

geografia é compreender os usos e apropriações políticas, econômicas e culturais

que as sociedades fazem do território.

O objetivo desta unidade é demonstrar a importância da dimensão territorial

na consolidação dos Estados-Nação e na organização da geopolítica

contemporânea. O Estado-Nação representa a forma básica de organização política

e territorial da sociedade no mundo contemporâneo.

A Geopolítica preocupa-se com a organização do poder entre os países em

âmbito mundial. Para o general Carlos Meira Mattos, expoente da Geopolítica

brasileira, “Geopolítica é a arte de aplicar a política nos espaços geográficos”. A

professora Therezinha de Castro assim se expressa: “Convertida na consciência

geográfica do Estado, a Geopolítica pode prestar serviços às causas da guerra

como também às da paz, desde que adequadamente formalizada. Poderá, assim,

traçar metas para um bom governo fundamentando suas diretrizes no setor da

integração, no aproveitamento sistemático de seu espaço e posição”.

Ambas as temáticas – Geografia e Geopolítica – fornecem fundamentos para

o pensar e o agir sobre o território, atividades inerentes a uma instituição como o

Exército, que estabelece o foco de suas ações a partir do conceito da soberania

deste território.

1. ESTADO-NAÇÃO E TERRITÓRIO

Os Estados territoriais se consagraram como forma de organização política

básica do mundo contemporâneo de maneira tão exclusiva e dominante, que somos

capazes de observar as fronteiras de um mapa político do globo terrestre como se

fossem limites naturais. No entanto, as divisões e limites entre países nada têm de

naturais. São resultado, isto sim, de processos históricos (conflitos, disputas,

guerras, negociações, acordos etc) que os instituíram como limites políticos.

Enquanto forma básica de organização espacial do mundo contemporâneo, o

Estado territorial é uma construção social de origem europeia, portanto, de um lugar

geográfico específico.

Por muito tempo, a geografia buscou analisar a realidade dos territórios sem

considerar as dinâmicas e processos que os conformaram, restringindo-se, assim, a

apenas caracterizá-los e descrevê-los como um acidente geográfico da superfície

terrestre. Apenas mais recentemente na história desta disciplina é que o território

passa a ser considerado a partir de uma abordagem processual que o compreende

enquanto resultado da relação da sociedade com o espaço. Nesta perspectiva, a

compreensão dos atuais territórios existentes no mundo contemporâneo passa pelo

entendimento de suas gêneses e formações.

A consolidação do Estado Moderno é um exemplo em que a dimensão

territorial surge como um componente explícito que lhe é inerente. Todo Estado

pressupõem um território, uma jurisdição, um espaço demarcado para o exercício de

seu poder. Nos diferentes momentos da história, a afirmação do poder estatal

passou sempre pela legitimação da unidade, extensão e contornos de seu território

de ação.

A formação do Estado Moderno tem sua origem na centralização do poder

nas monarquias absolutistas da Europa do século XVI. O Absolutismo preconizou a

centralização do poder na figura do rei possibilitando a superação das relações de

vassalagem e suserania, características da ordem feudal, que impediam a projeção

de uma unidade territorial fixa e efetiva para sua gestão e controle. As doutrinas

teóricas de legitimação do absolutismo justificavam o poder do governante tendo o

território como elemento essencial na formação da soberania do monarca. Assim, o

Absolutismo configurou-se como um importante momento histórico de afirmação das

fronteiras dos países em formação na Europa (MORAES, 2008:54-55).

Neste período da história europeia, outro fator que aponta para a relevância

da dimensão territorial foi o estabelecimento das colônias, uma vez que estas

demandavam uma preocupação

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