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Introdução a sociologia

Por:   •  14/9/2016  •  Resenha  •  1.515 Palavras (7 Páginas)  •  182 Visualizações

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CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS SOCIAIS

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Discente: Katherine Lopes Ferreira

Disciplina: Teoria Política II

Professor: Dr. Danilo José Dalio

Turma: 3º Semestre

Data: 16/08/2016

Atividade Extraclasse: Relatório de Aula Inaugural da 4ª turma do Curso de Licenciatura em Ciências Sociais, realizada em 09/08/2016 às 19hs, no auditório do IFG Campus Formosa.

Palestrantes:

Dr. Clóvis Henrique Leite de Sousa

Me. Janaína Ferreira Fernandes

Me. Mariana Toledo Ferreira

TEMA: OS DESAFIOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS NO INÍCIO DO SÉCULO XXI.

O primeiro a discorrer sobre o tema, foi o Dr. Clóvis Henrique Leite de Sousa, docente na área de Ciência Política, que iniciou sua fala, fazendo uma crítica aos clichês, que para ele, tratam-se de “ideias que vem antes da gente pensar, ou que as vezes imobilizam nossos pensamentos, letras mortas, frases feitas que não nos ajudam a pensar”, o primeiro clichê a ser criticado é o da ideia de se identificar o sentido de política com a ideia de Pólis, uma palavra originária do Grego que remete as cidades-estados da Grécia, ao realizar esse tipo de identificação o pensamento se limita a essa descrição, tornando desnecessário o “pensar sobre”.

Para enfatizar a problemática que envolve o assunto, o Dr. Clóvis, traz uma breve pesquisa realizada no Google, onde apenas escreveu palavras como “em política...”, “política é ...”, “político é ...” e deixou que o próprio site complementasse as frases, e dentre tantas frases obtidas o professor citou, “ Em política os fins justificam os meios”, “Em política até a raiva é combinada”, “Política é um jogo de interesses”, “Político é tudo igual”, “Político é tudo farinha do mesmo saco”, e por fim, a clássica, “Política, futebol e religião não se discute”.

A proposta para enfrentar esse processo, foi um convite, para que os alunos se afastem dessas frases feitas, pois, segundo ele, “o que não pode faltar para um cientista social, é a ousadia de pensar fora desses lugares comuns”.

Mas afinal de contas, pensando fora do contexto dos clichês, o que é política? Em resposta o Dr. Clovis, citou o escritor João Paulo Ribeiro, que diz: “Política se refere a: Quem manda? Por que manda? e “Como manda? ”, nessa definição percebemos que política tem a ver com a forma de exercício do poder, e com as múltiplas consequências desse exercício, para o palestrante, essa seria uma definição mais interessante que a ideia da pólis.

Outra ideia clássica do senso comum é “Política não se discute”, para rebater esse clichê proibitivo, o palestrante, cita a filosofa Hannah Arendt, que, de forma parafraseada, afirma que “a política se forma no conversar com o outro sobre alguma coisa comum”. Então, se no centro da ideia de política está a conversa, nada mais improdutivo do que interditar a polêmica, por conta de pontos de vistas contrários. É no encontro com o outro que surge a política.

Então para ele, os principais desafios que podem aparecer, para quem estuda ciências sociais, é pensar, e a partir daí, estruturar e tentar reconhecer nessas interações, que sentidos comuns existem nessas conversas e como essas interações se articulam? Ou seja, analisar a política que acontece em qualquer espaço social, e não só no espaço oficial, a política da conversa com o outro.

A segunda palestrante a tomar a palavra foi a Me. Janaína Ferreira Fernandes, docente na área de Antropologia, que iniciou sua fala, dando uma explanação sobre o surgimento da Antropologia e o caminho por ela percorrido para que se tornasse uma ciência séria com uma base teórica metodológica. Explicando como a disciplina viajou pelo mundo, entrando em contato com o outro, vivenciando por meio do trabalho de campo etnográfico, culturas e relações sociais dos mais diversos tipos, sempre preocupada em deixar claro sua cientificidade.

Como uma forma de crítica ao método epistemológico adotado pela antropologia, cujo o lugar tem sido dentro de instituições como o IFG, onde utiliza-se dessa tradição de conhecimento cientifico eurocêntrica, para compreender os outros povos que são, em sua maioria, populações que não encontram espaço nesse ambiente universitário, não só os indígenas e de comunidades rurais, mas também os negros, a população LGBT, as mulheres, os quilombolas e etc. povos, estes, que foram e ainda são, objetos de estudo e observação das Ciências Sociais.

Mesmo que nos dias de hoje uma pequena parcela de pessoas participantes desses grupos, tenham conseguido ocupar um, pequeno espaço no ambiente universitário, essa diversificação mínima, não assegura o rompimento dessa epistemologia, cuja as bases são fundadas em conceitos teóricos que ainda são, europeu, masculino, branco e heteronormativo.

A palestrante critica o fato de que mesmo depois de quase um século e meio de estudos antropológicos, os mesmos erros ainda são cometidos, fala-se dos outros com a mesma epistemologia hegemônica, ou seja, os antropólogos continuam a falar do outro sem dar o devido espaço, em seus templos sagrados da ciência, aos conhecimentos e o modo de se ver o mundo de populações não hegemônicas. Assim as outras formas de se produzir conhecimento, são úteis apenas para serem observadas e analisadas, mas nunca em produzir de forma conjunta um conhecimento antropológico.

Para a palestrante, esse é um dos maiores desafios para a ciências sociais no século XXI, a reformulação dos modos de se produzir conhecimento, por meio da abertura epistemológica da disciplina, ou seja, para ela, o grande desafio é a inserção total das epistemologias não hegemônicas nas universidades e centros de pesquisas, pois, esse modo de produção de conhecimento hegemônico, nos proporciona respostas até um certo limite, pois trata-se de processo exterior ao outro, então se outras bases epistemológicas viessem se somar a esta, esse limite poderia facilmente ser rompido.

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