Ludismo

Trabalho de Sociologia:

Ludismo

O ludismo é considerado o primeiro movimento operário que reivindicava melhores condições de trabalho. Surgiu na Inglaterra durante o período da Primeira Revolução Industrial por volta de 1811 e 1812. Com o avanço tecnológico ocorrido na época os trabalhadores foram perdendo espaço para as máquinas que garantiam maior produtividade.

Esses trabalhadores, também chamados de “quebradores de máquinas”, inspirados e liderados por Ned Ludd, se revoltaram contra essa substituição da mão de obra e passaram a invadir diversas fábricas, e quebrar máquinas e outros equipamentos que consideravam os responsáveis pelo desemprego e as péssimas condições de trabalho a que eles estavam submetidos.

Os luditas geralmente agiam secretamente, endereçando cartas anônimas aos seus patrões exigindo o fim do uso das máquinas que restringiam a oferta de emprego. Como não eram atendidos organizavam as revoltas para invadir as fábricas e destruir as máquinas.

Para o historiador Eric J. Hobsbawn o ludismo "era uma mera técnica de sindicalismo de operários no período que precedeu a revolução industrial e as suas primeiras fases operáricas".

O Movimento Ludista teve o seu momento culminante no assalto noturno à manufatura de William Cartwright, no condado de York, em Abril de 1812.

O declínio do movimento ludista se deu com a aprovação da lei Frame Braking Act em 1812 na Inglaterra, que punia a quebra de máquinas com a pena de morte. Outro fator que contribuiu para o fim do movimento foi a criação dos trade unions (sindicatos).

No ano seguinte nos EUA teve lugar o maior processo contra os ludistas onde 64 pessoas foram acusadas de terem atentado contra a manufatura de Cartwright, 13 foram condenados à morte e 2 a deportação para as colônias.

O movimento foi o começo das revoltas entre operários e máquinas que vigora até nos dias de hoje em nossa sociedade. Apesar de ser uma revolta sem conteúdos ideológicos, representa um questionamento sobre o sistema capitalista.

O termo ludistas também representa um conceito político usado para designar aqueles que são contra o desenvolvimento tecnológico e industrial.

Rerum Novarum

Rerum Novarum foi uma encíclica, espécie de carta do papa para os bispos, que debatia as condições dos trabalhadores no período da Segunda Revolução Industrial. Foi a primeira manifestação aberta da Igreja no sentido de proteger os trabalhadores e suas organizações sindicais.

Foi escrita pelo Papa Leão XIII a 15 de Maio de 1891. Os trabalhadores viviam sobre condições sub-humanas, baixos salários, elevada jornada de trabalho que muitas vezes ultrapassavam 10 horas e com pouca segurança, podendo ocorrer um acidente a qualquer hora.

Na encíclica o papa cita que é necessário melhorar as relações entre os patrões e empregados, aqueles devem respeitar mais os seus trabalhadores pagando salários justos e diminuir a jornada de trabalho e que como Deus, que descansou depois do sexto dia de criação do mundo, os empregados também mereciam um dia para repousar. Também apoiava que os trabalhadores pudessem se reunir em sindicatos para exigir o comprimento dos seus direitos e que certos trabalhos não são apropriados para mulheres e crianças.

Segundo o papa os operários possuíam alguns deveres e obrigações para com os seus empregadores como não lesar o seu patrão nem seus bens, e suas reivindicações devem ser isentas de violência. O Estado deveria evitar as greves dos trabalhadores.

De acordo com a visão leonina, o Estado deveria garantir os direitos das classes mais baixas já que, os ricos possuem uma certa “proteção” dada pela sua riqueza. O Estado deveria interferir na economia a favor dos mais pobres. Além disso, a melhor distribuição da renda ajudaria a acabar com os problemas sócias. O Estado não pode suprimir a propriedade privada, ele deve conciliá-la com o uso do bem comum já que a sua existência é uma lei que emana da natureza.