Metodologia Cientifica

O menino Tonho

mexendo no lixo

achou um sonho

e pôs-se a sonhar.

(…)

O sonho era duro

e estava mofado.

E ele desistiu

de sonhar acordado.

Desistência. In: DINORAH, Maria. Barco de sucata. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1986.

A importância da Metodologia Científica como ferramenta fundamental no desenvolvimento de produções científicas.

Um dos objetivos da metodologia científica é resgatar a capacidade de pensar, aprende-se a pensar a medida que se aprende a fazer pergunta sobre o que se pensa, a facilidade de se tornar crítico e reflexivo, favorecendo a produção, a leitura e a interpretação.

A metodologia possibilita bem mais que apenas levar a elaborar projetos, desenvolver trabalhos de monografia ou um artigo científico, ela encaminha para que se possa comunicar de forma correta, plausível e convincente, demonstrando um pensamento estruturado, tornando capaz de ser entendido.

O método quando incorporado a uma forma de trabalho ou de pensamento, leva o indivíduo a adquirir um caminho que se trilha para alcançar determinado fim, atingir um objetivo.

A importância do método não se dá apenas no quesito educacional, sua importância verifica-se no dia a dia, no trabalho quando se quer modificar algo, normalmente se deparam com questões de método, tipo por onde começar, o que é mais urgente, qual o primeiro passo a ser dado. O método em uma problemática social minimiza gastos, otimiza o tempo, estimula diálogos entre posições contrárias. No campo filosófico e acadêmico possibilita a descoberta de outros caminhos e pesquisas.

Um dos grandes méritos é a reflexão sobre a inconstância do conhecimento, pois permite a compreensão da necessidade do ser humano de produzir perguntas e respostas relacionadas as dúvidas e questionamentos postos, objetivando a interpretação e a explicação da realidade. Sendo possível, assim uma maior inserção na sociedade.

Assim, contribuir para a formação de pesquisadores nessa perspectiva implica enfatizar a capacidade de refletir e de compreender criticamente o próprio processo de investigação no qual se engajam.

O tema escolhido para fomentar este projeto envolve a observação nos estágios e na prática do assistente social, foi observada a dificuldade que crianças em situação de vulnerabilidade de vislumbrarem um futuro, as crianças não têm perspectiva de futuro, não sonham.

Não se identificam com um mundo diferente daqueles que estão inseridas.

Como garantir a todas as crianças o direito de sonhar? De que forma a educação, sendo

ela mesma um direito constitucional, “pode ser ferramenta de combate à desigualdade

social”?

Estudar condições, por meio da educação, da arte e da cultura, das ações sociais para que crianças em situações de vulnerabilidade social e baixa renda, superem as limitações impostas pelo meio em que vivem e conquistem autonomia de pensamento e de ação para escolher e trilhar seus próprios caminhos.

Esta temática está voltada para a Gestão Social de políticas públicas, tendo o Estado, Saúde, Educação, Previdência Social, Situações de Risco e vulnerabilidade como fatores ancoras e participantes por esta realidade negativa existir. Pois a Constituição de 1988, o Estatuto da Criança e Adolescente de 1990 e a Lei de Diretrizes e Bases de 1996 reconfiguraram as responsabilidades do Estado, da família e da comunidade.

Uma criança será considerada em situação de risco quando seu desenvolvimento não ocorrer conforme o esperado para sua faixa etária e para os parâmetros de sua cultura, os fatores de risco relacionam-se com toda a sorte de eventos negativos de vida, e que, quando presentes, aumentam a probabilidade de o indivíduo apresentar problemas físicos, sociais ou emocionais. Um olhar cauteloso e crítico sobre a história da infância demonstra que riscos de todas as espécies de estressores sempre estiveram presentes em qualquer tempo e lugar, o que varia é a construção social do que se constitui como risco

A gravidade do quadro de pobreza e miséria no Brasil constitui permanente preocupação e obriga a refletir sobre suas influencias no social, e principalmente na área de atuação junto a família, na qual as políticas públicas ainda se ressentem de uma ação mais expressiva.

As crianças em situação de vulnerabilidade social atores sociais deste tema, possuem um perfil substanciado em histórias de vida pautada em experiências e saberes práticos , marcados por hábitos, atitudes, valores de classes carecendo de saberes que se sustentam criticamente em ações escolares sociais. Para freqüentar os projetos de arte, cultura, esporte e outros que constavam das experiências pesquisadas, exige-se que os jovens estejam matriculados em uma escola pública e, em muitas, acompanha-se o seu rendimento escolar. Considera-se que o tempo de ser criança é tempo de formação educacional. Se a criança é obrigada a trabalhar cedo, ela não estuda e reproduz a miséria.

Por que as crianças são mais atingidas pelo problema elas são o reflexo e o meio pelo qual o círculo vicioso se mantém.

Se a criança é obrigada a trabalhar cedo, ela não estuda e reproduz a miséria. Vai trabalhar em serviços domésticos , no mercado informal ou até no tráfico.

O sociólogo ainda faz um alerta. Para ele, "soluções" assistencialistas são importantes, mas apenas paliativas. "A política de longo prazo tem que ser transformadora. Educação de qualidade vinculada ao mercado e coibição do trabalho infantil. Família estruturada é metade do caminho. Para isso, o Estado tem que estar presente", afirma. Segundo Medeiros, a situação de vulnerabilidade tem apenas uma causa: a falta de perspectivas de um futuro melhor.

Sabemos que a escola não está apartada dos seus contextos sociais e que fatores extraescolares atravessam e ajudam a definir os resultados da educação escola.

O RACISMO INSTITUCIONAL ESTÁ NO DNA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS BRASILEIRAS, QUE SÃO INADEQUADAS PORQUE NÃO LEVAM EM CONTA A REALIDADE DE UM PA ÍS QUE PASSOU